A MOEDA DO PODER
João Eichbaum
A democracia brasileira é recheada de más intenções.
Colocada a serviço de fruições e deleites pessoais, ela não passa de escambo,
suruba cristã, troca de favores, seja que nome quiserem dar: é dando que se
recebe, toma lá e dá cá, agora é minha vez...
Desde a chegada da esquerda no poder, essa maneira
de governar foi tomando corpo e se tornou um vício. Foi deturpado o sentido da
democracia. O que deveria ser uma forma de governo, a fonte de legitimidade da
administração de um país, se tornou uma simples acomodação de vontades para a
manutenção de um grupo no poder.
De lá para cá, essa prática se fez comum. Fernando
Henrique conseguiu se reeleger com negociatas. Lula seguiu a mesma escola, que
ficou conhecida como mensalão. E Dilma, fazendo o inventário do poder, loteou
ministérios, distribuiu aumentos, prometeu mundos e fundos para quem ficasse a
seu lado contra o impeachment.
Agora, insuflada pela imprensa mal intencionada, há
uma turma que quer usar também seres humanos como moeda de troca, como escambo
político. Querem mulheres e negros nos ministérios de Temer, em troca da pura e
simples satisfação de verem como Ministros de Estado pessoas que sejam a
extensão de suas características pessoais.
É bom não esquecer que cor e sexo não definem os
melhores, os mais inteligentes, os mais argutos, os mais eficazes. O povo
brasileiro certamente sabe disso. Em todo o caso, até hoje não colocou no
parlamento uma maioria esmagadora de negros e mulheres, com a intenção de
mostrar para o mundo quem são, para ele, os melhores – ou os menos piores.
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