sexta-feira, 20 de maio de 2016

A MOEDA DO PODER

João Eichbaum


A democracia brasileira é recheada de más intenções. Colocada a serviço de fruições e deleites pessoais, ela não passa de escambo, suruba cristã, troca de favores, seja que nome quiserem dar: é dando que se recebe, toma lá e dá cá, agora é minha vez...

Desde a chegada da esquerda no poder, essa maneira de governar foi tomando corpo e se tornou um vício. Foi deturpado o sentido da democracia. O que deveria ser uma forma de governo, a fonte de legitimidade da administração de um país, se tornou uma simples acomodação de vontades para a manutenção de um grupo no poder.

De lá para cá, essa prática se fez comum. Fernando Henrique conseguiu se reeleger com negociatas. Lula seguiu a mesma escola, que ficou conhecida como mensalão. E Dilma, fazendo o inventário do poder, loteou ministérios, distribuiu aumentos, prometeu mundos e fundos para quem ficasse a seu lado contra o impeachment.

Agora, insuflada pela imprensa mal intencionada, há uma turma que quer usar também seres humanos como moeda de troca, como escambo político. Querem mulheres e negros nos ministérios de Temer, em troca da pura e simples satisfação de verem como Ministros de Estado pessoas que sejam a extensão de suas características pessoais.

É bom não esquecer que cor e sexo não definem os melhores, os mais inteligentes, os mais argutos, os mais eficazes. O povo brasileiro certamente sabe disso. Em todo o caso, até hoje não colocou no parlamento uma maioria esmagadora de negros e mulheres, com a intenção de mostrar para o mundo quem são, para ele, os melhores – ou os menos piores.


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