Paulo Wainberg
Poema
da esperança.
Nas
mil noites vazias ela vira, revira,
Caminha
no quarto, sozinha.
Vai à
janela, pobre dela, vê
O
movimento lá fora,
E, de
hora em hora,
Chora.
Nas
mil noites vazias ela repete
O
drama.
Toma
leite na cozinha,
Sozinha,
E
dorme sem emoção,
Olhando
televisão,
Sentada
no sofá-cama.
Nas
mil noites vazias da moça
A Lua
cheia insiste,
A cada
noite mais triste
Sumindo
na escuridão
E de
novo remoça,
E de
novo, desiste.
Durante
o dia ela corre
Em
busca da solidão
De
outra noite vazia
Quando
aos poucos morre
De
tanta dor no coração.
Vara
desertos vazios,
Geme
na noite,
De
frio.
Pobre
moça, pobres dias,
Em mil
noites vazias.
O que
tirou de sua boca
O
sorriso gentil?
Quem
machucou essa louca?
Que
mãos tocaram suas coxas?
Quais
lábios beijaram seus seios?
Não
sei.
Agora
falando sério,
E para
findar o mistério,
Eu
sei, eu tenho certeza,
De
porque ficou assim.
Triste,
sozinha, sem rumo,
Ela
pode achar o rumo,
Basta
sair de si mesma
E
voltar correndo pra mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário