A
ÚLTIMA DO BARBOSA
João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com
Bem na foto com a Unesco, o Joaquim
Barbosa foi convidado a pronunciar uma conferência na Costa Rica, no evento
promovido pela ONU, em comemoração ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Aí, embriagado pelos encantos do poder,
o cara deitou e rolou. A comemoração era pela imprensa, mas ele se aproveitou
para fazer xingamentos como um ressentido social.
Primeiro falou sobre a Justiça. E se
vocês pensam que ele colheu o ensejo para elogiar o Judiciário, que lhe dá
poder, mesa farta e prestígio, estão redondamente enganados. Ofuscado pelo
brilho de si mesmo, começou misturando alhos com bugalhos, tripudiando sobre o
excesso de recursos no sistema processual brasileiro.
Ora, parece que só ele não sabe que quem
faz a lei é o Poder Legislativo. A Justiça não tem culpa nenhuma se a lei está
cheia de recursos. Mas, para condimentar o discurso, botando a Justiça no meio
da encrenca, o “colored” já foi dizendo que “falta transparência no processo
judicial” e que essa nebulosidade junto com o poder econômico “privilegia
determinados grupos”.
Mas enveredou ainda para outro lado,
censurando “encontros privados” de juiz com os advogados das partes,
esquecendo-se dos seus encontros com a advogada aquela, que ele conheceu numa
banca de revistas.
Mostrou que fala sem conhecimento de
causa o presidente do STF. Ele não sabe que o juiz tem obrigação legal de
atender as partes que o procurarem.
Se advogados se aproveitam da amizade
com juízes para ganharem suas causas, isso é outra história, é a história da
semvergonhice, da corrupção. E a semvergonhice e a corrupção estão nos homens e
não nas leis. Isso é roupa suja, que o Barbosa resolveu lavar lá na Costa Rica.
Uns xigamentos nos sanitários do STF, escritos com material não reciclado do
intestino e com ortografia de sarjeta, resolveriam mais que discurso em inglês
lá longe.
Depois desse intróito é que ele falou
sobre o assunto que era a razão do evento: a imprensa. Mas não falou sobre a
liberdade de imprensa, propriamente. Pelo menos, não o noticiam os jornais. O
que ele falou foi que o Brasil “só tem três jornais nacionais”, com “opiniões
mais ou menos de direita”. E depois disso reclamou da ausência de negros nas
redações e nos programas de TV. Ninguém lhe assoprou que, no jornalismo, o que
vale é a qualidade, e não a cor.
Para bobo, o Barbosa não serve. Foi
dizer tudo o que disse sobre a imprensa lá na Costa Rica. Aqui não teria
autoridade para defender repórteres negros. Que o digam os jornalistas
humilhados por ele, nas horas em que a humanidade paga por suas dores nas
costas.
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