segunda-feira, 6 de maio de 2013


A ÚLTIMA DO BARBOSA

João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com

Bem na foto com a Unesco, o Joaquim Barbosa foi convidado a pronunciar uma conferência na Costa Rica, no evento promovido pela ONU, em comemoração ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Aí, embriagado pelos encantos do poder, o cara deitou e rolou. A comemoração era pela imprensa, mas ele se aproveitou para fazer xingamentos como um ressentido social.
Primeiro falou sobre a Justiça. E se vocês pensam que ele colheu o ensejo para elogiar o Judiciário, que lhe dá poder, mesa farta e prestígio, estão redondamente enganados. Ofuscado pelo brilho de si mesmo, começou misturando alhos com bugalhos, tripudiando sobre o excesso de recursos no sistema processual brasileiro.
Ora, parece que só ele não sabe que quem faz a lei é o Poder Legislativo. A Justiça não tem culpa nenhuma se a lei está cheia de recursos. Mas, para condimentar o discurso, botando a Justiça no meio da encrenca, o “colored” já foi dizendo que “falta transparência no processo judicial” e que essa nebulosidade junto com o poder econômico “privilegia determinados grupos”.
Mas enveredou ainda para outro lado, censurando “encontros privados” de juiz com os advogados das partes, esquecendo-se dos seus encontros com a advogada aquela, que ele conheceu numa banca de revistas.
Mostrou que fala sem conhecimento de causa o presidente do STF. Ele não sabe que o juiz tem obrigação legal de atender as partes que o procurarem.
Se advogados se aproveitam da amizade com juízes para ganharem suas causas, isso é outra história, é a história da semvergonhice, da corrupção. E a semvergonhice e a corrupção estão nos homens e não nas leis. Isso é roupa suja, que o Barbosa resolveu lavar lá na Costa Rica. Uns xigamentos nos sanitários do STF, escritos com material não reciclado do intestino e com ortografia de sarjeta, resolveriam mais que discurso em inglês lá longe.
Depois desse intróito é que ele falou sobre o assunto que era a razão do evento: a imprensa. Mas não falou sobre a liberdade de imprensa, propriamente. Pelo menos, não o noticiam os jornais. O que ele falou foi que o Brasil “só tem três jornais nacionais”, com “opiniões mais ou menos de direita”. E depois disso reclamou da ausência de negros nas redações e nos programas de TV. Ninguém lhe assoprou que, no jornalismo, o que vale é a qualidade, e não a cor. 
Para bobo, o Barbosa não serve. Foi dizer tudo o que disse sobre a imprensa lá na Costa Rica. Aqui não teria autoridade para defender repórteres negros. Que o digam os jornalistas humilhados por ele, nas horas em que a humanidade paga por suas dores nas costas.

Nenhum comentário: