sexta-feira, 29 de novembro de 2013

DE FUTEBOL E INCOMPETÊNCIA

João Eichbaum

Vários jornais do exterior, ao comentarem o acidente fatal ocorrido na arena do Corintians, começaram a duvidar da capacidade e das condições do Brasil para sediar os futuros eventos das Olimpíadas e da Copa do Mundo.
Para os brasileiros bom de cabeça, para as pessoas sensatas e responsáveis isso não é novidade.
Qualquer brasileiro que tenha um cérebro pensante, um cérebro imune a diarréia, sabe disso.
Um país atolado em problemas, sem educação, sem segurança, sem capacidade de oferecer um sistema de saúde que atenda a todos os contribuintes com dignidade, efetivamente, não tem condições de oferecer prioridade para eventos de repercussão internacional com uma seriedade que a natureza desses espetáculos exige.
Para quem não se lembra, vou lhes puxar pela memória: o grande responsável (se é que cabe esse adjetivo) pela papagaiada da Copa do Mundo é um ex-metalúrgico de escassas luzes intelectuais conhecido popularmente como Lula.
Lula chorou, quando o Brasil foi escolhido pela Fifa para sediar a Copa do Mundo. Chorou de alegria, vejam só!
Que os neurônios dele não lhe dêem condições de distinguir valores, tudo bem. Mais não se poderia exigir do que lhe deu a natureza.
Mas, não haveria pessoas inteligentes neste país, com capacidade de enxergar mais longe? Não haveria líderes mais responsáveis, mais sérios, mais honestos, com coragem para dizer não aos idiotas que só querem saber de pão e circo, ou de bolsa-família e circo?
Bom, aí está, infelizmente dessa forma, o primeiro aviso fatal: este país não está preparado para tamanho circo.
Todos sabemos que agora é tarde – infelizmente – para desistir da Copa. E teremos que aguentar as roubalheiras, os milhões que irão pelo ralo e sabe-se lá ainda quem sabe o quê, até a tal de Copa.

Mas os idiotas, que irão aplaudir os mercenários convocados para representar o Brasil, só se darão conta de que não valeu a pena tanta desgraça, tanta enganação e tanto roubo, no dia em que a “seleção canarinho” mostrar para o mundo que não somos mais o “país do futebol”. Então, só nos sobrará a taça da corrupção em primeiro lugar. Também conquistaremos a posição de “vice”, ao mesmo tempo, ganhando a taça da incompetência.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

OS NOTÓRIOS SABERES E AS CONDUTAS NÃO ILIBADAS

João Eichbaum

Com aquele jeito de quem está sempre acabando de acordar, e com pilha fraca, a senhora Carmen Lúcia, ministra do STF, ao condenar José Genoíno, glosou seu voto com  a ressalva de que “julgamos fatos, infelizes, não histórias, que são dignas". Já seu colega Roberto Barroso, com o ar  assustado que Deus não lhe deu, mas é produzido pelos recortes e desenhos das sobrancelhas no salão “unissex”, se entregou ao orgasmo da piedade: “lamento condenar alguém que participou da reconstrução democrática do país. Lamento, sobretudo, condenar um homem que, segundo todas as fontes confiáveis, leva uma vida modesta e que jamais lucrou financeiramente com a politica".
Para quem não sabe, não se lembra, não ta nem aí, porque nunca se interessou saber, já que, com democracia ou sem democracia, a gente tem que dar duro, pagar impostos, INSS, plano de saúde, escola, para poder conseguir alguma coisa na vida,  a democracia  não foi conquistada pelo Genoíno, nem pelo Zé Dirceu, e por nenhum desses que hoje têm o poder na mão.
O  Genoíno, que tinha pegado em armas para implantar o regime comunista e o Zé Dirceu, cuja liberdade teve o preço de um crime, o seqüestro de um embaixador, estavam fora da jogada quando, de forma “lenta e gradual”, foi reinstalada a democracia no Brasil. Quer dizer, a democracia voltou não por causa deles, mas, apesar deles. Depois, sim, eles fizeram essa “democracia” em que vivemos, movida a “medidas provisórias”.
Então, não me venham com essa de que José Genoíno participou da “reconstrução democrática” ou “fez história digna”. Indiretamente sim, vai para a história, porque era do seu irmão, deputado José Nobre, o assessor aquele, apanhado com dólares na cueca, de cujo destinatário a Fazenda nem quis saber.
 A democracia voltou, quando o bom senso avisou aos militares que a ditadura estava se tornando “démodé”. Só isso. Nada, nem ninguém mais. Então, o seguinte: a democracia dispensou as armas do  Genoíno e voltou para o Brasil. Voltou porque assim o quiseram os militares, e não por causa do José Genoíno.
O que Genoino, Zé Dirceu, Fernando Henrique, Serra, Dilma e toda a turma da esquerda queria era o poder. Não o conseguiram pelas armas, mas  pelo voto, sendo que os do PT, graças ao Lula. Se enrabicharam no Lula e se aproveitaram da lábia dele, que soube engambelar o povo, para chegar ao poder. E aí, minha gente, se lambusaram com o poder, transformando o governo numa vitrine de egos deslumbrados. Alguns meteram a mão no dinheiro da nação para garantir a maioria, que lhes dá a chance de pintar e bordar,  criando bolsas e quotas, conferindo à cor da pele o “status” de privilégio e suprimindo o esforço pessoal do rol dos instrumentos de conquista. Sem contar o desestímulo à educação, com a remuneração indigna de seus agentes.
Então, você aí, que tem de acordar de madrugada para pegar o busão e partir pro batente, que tem de enfrentar fila do SUS, ou tem de ficar aguentando dor no corredor do hospital à espera duma vaga, e que terá o privilégio de perder o índice do salário mínimo quando se aposentar, você acha que o José Genoíno não merece os R$ 26.700,00 de aposentadoria, mais o plano de saúde, debitados na conta dos “sem-bolsa”, como recompensa pela rapinagem do dinheiro público?
Achando que não, você desrespeita “uma história digna” e a “reconstrução da democracia”,  coisas que valem mais do que a sobreviência digna do trabalhador.




,

terça-feira, 26 de novembro de 2013

PLANETACHO



Morreu
a velha máquina
de escrever
engasgada com
uma arroba


O DESPERTADOR
CORRE ATRÁS DO SONÂMBULO


(PER) VERSO

NÃO SE ILUDA
A JUSTIÇA É CEGA
PORÉM PAPUDA

O VELHO GUARDA –SOL
JÁ NÃO É NEM SOMBRA
DO QUE FOI UM DIA


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A PRIVADA DA PAPUDA

João Eichbaum

Garanto que vocês nunca viram e muito menos usaram uma privada turca.

Pois é assim ó: sabe o que é agachamento?
Exato. O uso da privada turca é simplesmente isso: um agachamento forçado. Quando os intestinos começam a avisar que está em serviço o seu departamento de expedição, o primata humano tem que baixar as calças, as cuecas ou as calcinhas, conforme o caso, e ficar agachado à espera do serviço final do reto.
Agora, vocês imaginem uma senhora gorda, tipo, tipo, como direi, para trazer diante da imaginação de vocês um caso concreto, para ficar na memória, tipo dona Dilma Rousseff, a "presidenta", digamos.
Pois olha, uma "presidenta" agachada na direção dum buraco, não é coisa que acontece todos os dias.
Mas, não era da senhora Dilma, propriamente, que eu queria falar. Eu queria trazer para vocês um paradigma difícil, para lidar com essas questões relativas à privada turca, e a primeira pessoa que me ocorreu foi a excelentíssima senhora Dilma.
Não, não, não por ser ela uma pessoa acima do peso, que eu a trouxe como exemplo. É que ela já esteve presa, e aí me deu a ideia: uma pessoa gorda, tendo que se agachar, sem apoio algum, e ficar à mercê do trabalho dos intestinos, naquela incômoda posição, sabe lá por quanto tempo...
Ah, sim, já ia me esquecendo : nos dias de hoje, essas privadas só existem nos presídios. Foi por isso que me lembrei da dona Dilma.
E sabem porque as privadas turcas só existem nos presídios?
Para preservar a integridade física dos presos. Os vasos comuns serviriam como armas. Basta quebrar um deles, e o presidiário já dispõe de um instrumento ponteagudo, para se defender ou atacar.
Então é isso: é por questões de segurança, por razões humanitárias que, nas prisões, são instaladas as privadas turcas. Se o cara vai se dar bem ou mal, é uma questão que não prevista na Declaração dos direitos universais do homem.
Então, vocês estão entendendo agora as razões pelas quais o José Genoíno mudou de humor e atitude de uma hora para outra?
Lembram que ele entrou de peito erguido da prisão da Papuda, levantando um braço, com os punhos cerrados, numa atitude desafiadora contra a decisão dajustiça?
Pois é. E de repente aquela atitude de superioridade, aquela empáfia toda foi pro beleléu.
E sabem porque?
Porque ele viu a privada turca e se imaginou agachado, procurando mirar a bunda na direção daquele buraco. Aí, se foi o macho, desapareceu o herói: o Genoino ficou doente e atraiu a piedade dos donos dos direitos humanos.
Então, com base no princípio constitucional da isonomia, ele peticionou, perante o Barbosa, o direito de cagar igual a todo mundo.
E o afrodescedentão, então, sabendo que a boca fala daquilo que abunda no coração, despachou no seguinte sentido: defiro.



sexta-feira, 22 de novembro de 2013

CONDUTA NADA EVANGÉLICA

João Eichbaum

Já ouvi alhures a interessante versão de que Igreja Católica foi fundada em Roma, e não pelos judeus que seguiram Jesus Cristo, os chamados discípulos, na Judéia.
E faz sentido essa versão, porque praticamente toda a história do cristianismo lá tem raízes. Não se conhecem santos ou mártires judeus. E os raros de que se fala morreram exatamente em Roma.
Se Jesus Cristo nasceu, se criou e morreu na terra judaica, o que teria levado seus discípulos para Roma? Porque não implantaram o cristianismo diretamente lá, onde estão as raízes de Jesus Cristo, e onde são venerados o lugar de seu nascimento, de sua crucificação e de seu sepultamento?
Não. Não há lógica nisso.
Ou quem sabe, os italianos seriam mais fáceis de arrebanhar para a doutrina cristã?
Pode ser.
Os primeiros italianos que para cá migraram tinham uma religiosidade quase doentia. Não viviam sem padre, sem missa, sem batizado. Mal puseram os pés aqui no Brasil, trataram de trazer padres da Itália. O fanatismo deles era tanto que, em suas orações, a primeira coisa que pediam era a “graça” de ter um filho padre.
Acho que foram poucas as famílias que não tentaram essa “graça”. Algumas a conseguiram, várias acabaram, depois, perdendo a “graça”.
Faço todo esse intróito para falar do Henrique Pizzolato que, condenado a mais de doze anos de prisão, fugiu para a Itália.
Pois o Henrique também, como muitos filhos de colonos italianos, quis ser padre. O pai dele, o senhor Pedro Pizzolato, que hoje tem oitenta e cinco anos, igualmente queria ser padre. Nem um dos dois trilhou a vida religiosa até o fim, mas a família conseguiu emplacar uma filha como freira.
Família católica, muito religiosa, não resta dúvida.
Mas, que princípios cristãos teriam levado o Henrique Pizzolato a se atolar na política (foi um dos fundadores do PT) a ponto de perder uma das virtudes básicas que qualquer ateu pode ostentar, a honestidade?
Se tivesse continuado a carreira religiosa tê-la-ia adornado com a safadeza?  
Mas, seja como for, leva no currículo experiências que o podem recomendar no Banco de Deus, ops, do Vaticano, acrescentando mais um ganho aos trinta mil que recebe como aposentado do Banco do Brasil: foi seminarista, foi bancário, e sabe o que fazer com o dinheiro dos outros.
Ah, sim, e tem mais: as recomendações do ministro Marco Aurélio, que justificou a fuga, debitando-a às más condições dos presídios brasileiros, e do vice-presidente da República, o advogado Michel Temer, que exaltou a competência do fujão em escapar das garras da lei.
O azar dele é que vai esbarrar na honestidade do papa Francisco.



quinta-feira, 21 de novembro de 2013

"O VOTO CAPENGA DO BARBOSA"

João Eichbaum

Agora, que o Henrique Pizzolato fugiu para a Itália, fazendo uma figa para a Justiça brasileira, vou transcrever o que escrevi há mais de um ano e não houve quem me contestasse. Foi o erro básico do voto do Barbosa, erro primário, que resultou em tudo isso que aí está.

"Para interpretar a lei penal, não é necessário ser “mestre”, nem “doutor”, nem “professor”. Basta conhecer o vernáculo e alguns rudimentos da Ciência do Direito.
No seu voto, o Joaquim Barbosa, cujo currículo é abastecido com todos os títulos acima citados e mais outros penduricalhos acadêmicos, propôs a condenação de Henrique Pizzolato por crime de corrupção passiva. Segundo a denúncia, acolhida por Barbosa, Pizzolato teria facilitado contratos de propaganda, para Marcos Valério e suas empresas, em troca de propina.
O delito de corrupção passiva está assim descrito no art. 317 do Código Penal, que trata dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral:
Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.
O crime de corrupção passiva, portanto, só se tipifica se o beneficiário ou o intermediário da vantagem  indevida for funcionário público.
O § 1º do artigo 327 do Código Penal estabelece:
Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para execução de atividade típica da Administração Pública.
Henrique Pizzolato era, ao tempo dos fatos denunciados, “Diretor de Marketing” do Banco do Brasil.
O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista e não uma “entidade paraestatal”. A “entidade paraestatal” presta serviços próprios da Administração Pública e, por isso mesmo, sem fins lucrativos. A empresa de economia mista trabalha com fins lucrativos, exatamente porque não presta serviços típicos da Administração Pública.
Funcionário do Banco do Brasil não é funcionário público, nem se compara a funcionário público para os fins do artigo 317 do Código Penal.
Os títulos acumulados por Joaquim Barbosa não lhe ensinaram que na hermenêutica penal descabem a interpretação extensiva e a analogia, e lhe ficaram a dever rudimentos de Direito Administrativo.
A conduta delituosa só se configura se estiver moldada estritamente ao tipo penal definido, segundo os ensinamentos que nos legaram os romanos: nullum crimen sine lege.
Joaquim Barbosa é egresso do quadro dos Procuradores da República, aqueles mesmos que, botando os pés pelas mãos, se preocupam mais com “uma situação específica paradigmática”, do que com a “exposição do fato criminoso”.

O voto dele, portanto, não poderia ser diferente da denúncia. Mas, bem que o Barbosa poderia acrescentar no seu currículo um cursinho de exegese."

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A ROMARIA E O EVANGELHO

João Eichbaum

Jesus Cristo não misturava política com religião. Quando lhe pediram, maliciosamente, uma opinião sobre pagamento de tributos, ele saiu pela tangente, para não se complicar com o fisco. Pediu que lhe apresentassem uma moeda.  Com a moeda na mão, mostrou a lata do César e perguntou de quem era aquela cara.

- De César - responderam-lhe.

- Então - redarguiu o Cristo - Ἀπόδοτε οὖν τὰ Καίσαρος Καίσαρι καὶ τὰ τοῦ Θεοῦ τῷ Θεῷ.

Não, calma lá, o Cristo não disse palavrão. Isso não é onomatopeia de briga de bêbado. É grego castiço, o idioma do evangelho, que significa: “dai a César o que é do César e a Deus o que é de Deus.”

Quer dizer: Jesus Cristo não se metia com políticos e, pelo jeito, andava sempre duro, sem um vintém no bolso. Se precisava de dinheiro, pescava e sacava a grana da boca do peixe.

Claro, esse truque e outros, como o de multiplicar  pães e  peixes, o de ressuscitar três dias depois de dar uma espiadinha no inferno, o de fazer vinho de água, etc, ele não ensinou pra ninguém. Nem pra a mãe. Se o soubesse, teria ela própria transformado a água no vinho aquele, que não era para fazer sagu mas para alegrar os bebuns  dum casório em Caná.

Mas, voltando ao que dizia nessas mal traçadas linhas, Jesus Cristo não ligava para dinheiro e, muito menos, para políticos. Bem ao contrário dos cristãos, que cobram o dízimo e vivem puxando o saco dos políticos, quando não se transformam nos próprios.

Outra coisa, Jesus Cristo não estava nem aí para sua segurança. Andava no meio do povo, defendia prostitutas, xingava as autoridades, chamava os fariseus de “sepulcros caiados”, mas nunca necessitou de segurança, de carro blindado, de faixa especial, e jamais deu carteiraço de “filho de Deus”.

Tal qual está fazendo o bondoso torcedor do San Lorenzo de Almagro, o Papa Francisco, que não quer saber de mordomias. Não anda com batedores, nem com guardas suíços no cangote, usa seu carro particular para visitas oficiais, como a que fez ao presidente da Itália. Só não anda montado num burrinho, como fez Jesus Cristo, porque sabe que iria atrapalhar ainda mais o sempre caótico trânsito de Roma, no qual ele não conseguiria dirigir.

Já em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, é diferente. Povo é uma coisa; autoridade, é outra. Políticos e hierarcas eclesiásticos têm que andar em faixa própria, guarnecida pela polícia militar. O povo, que vai à romaria da Medianeira para pagar promessas, anda de joelhos, de pés descalços, vestido de anjo, os olhos grudados na santinha, se vira como pode. Ele aceita tudo de Deus, da Virgem, do ex-candidato a papa, ou dos organizadores da romaria, se puder conseguir um emprego, melhorar a saúde, casar, curar o câncer ou pagar as contas no fim do mês.

Agora, vamos convir: andar em faixa própria, blindado por brigadianos, separado dos feios, sujos e malvados que se confundem com a massa informe do povão, não combina com "amar ao próximo como a si mesmo e a Deus sobre todas as coisas.” Vista a coisa por um prisma de valor, não é nada diferente dos políticos que, entre outros males, pagam mal os brigadianos, mas se servem deles para salvar a própria pele. E, assim protegidos, ainda ficam atirando beijinhos e abanos para o povo, que paga a conta, mas não tem segurança.





terça-feira, 19 de novembro de 2013

PLANETACHO

tacho@gruposinos.com.br

Desamarrados cadarços
do sapato do vagabundo
pareciam braços abertos
querendo enlaçar a rua
...
HAI KAI
O alvo
da mosca
é o calvo

A caligrafia
pelo papel
escorria
...
Pelo rio
um cardume
de pneus velhos,
sacos plásticos
e garrafas pet
...
AS NEIRAS
O  design  das TVs é está cada vez mais de acordo com a programação: uma chatice!

Vampiros tem muito canino e pouco siso.

Bons tempos em que ideais e não as algemas é que  uniam os políticos de um partido
...
CAMISETA DE TIME
Exige muito  raciocinio
afinal o que é distintivo
e o que é patrocinio?
....



segunda-feira, 18 de novembro de 2013

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

João Eichbaum

A República foi proclamada. Tiraram da cama um velhinho doente, com crise de asma, “um ancião agonizante” , como o descreve Laurentino Gomes no seu livro “1889”, o marechal Teodoro da Fonseca, para cortar, de uma vez por todas, o cordão umbilical que ligava Brasil a Portugal.
Assim foi. Um velho doente, broche,  tirado da cama, que mal podia respirar, levantou a espada, mandou embora o Império e proclamou a República.
Sexta-feira passada, feriado nacional em comemoração à quartelada que resultou nessa merda da república, casualmente, um negro, descendente de escravos contrabandeados por portugueses, mandava prender políticos, banqueiros, despachantes e deputados, condenados por usar dinheiro público, para assegurar maioria no Congresso em favor do Lula, a fim de garantir a bagunça do MST, o bolsa-família para quem não quer trabalhar, as cotas para negros nas universidades e outras barbaridades sem nome.
E aí, o povo estava a fim de comemorar. Queria ir  pra praia, tomar sol e cerveja, se deitar nas areias onde o padre Anchieta escreveu poemas para a Virgem.
Todo mundo pra praia.
Mas, como não tem estrada, e o povo tem automóvel barateado pela isenção demagógica do IPI, já viu, né?
Foi um fuséu.
Eram necessárias mais de doze horas para ir de São Paulo, capital, até o litoral.
Não é preciso dizer que o povo sentiu fome, sede e vontade de fazer xixi. Como a fila do xixi era imensa para mulheres, que precisam baixar as calças e as calcinhas para aquela necessidade premente, que Deus inventou não sei porque, não deu outra: elas tiveram que invadir o mitório dos homens e ver, sem querer, mas querendo, pintos de várias cores e tamanhos, a fim de se libertar da premência.
Faltou água, pão, refrigerante. Tudo para aproveitar o feriadão da República, que ninguém sabe para o que é que serve.
E enquanto o Zé Dirceu, o Genoíno, e outros menos famosos  se acomodavam  à vontade, matando a sede e a fome em celas VIP, e o Pizzolato morria de rir na Itália, o povão que elege o PT estava na estrada, praguejando, se mijando, morrendo de sede e xingando o governo - que ele vai reeleger.


sexta-feira, 15 de novembro de 2013

NA DÚVIDA, CADEIA NELES!
João Eichbaum


Pelo que entendi, era para ser uma sessão com a finalidade de julgar  embargos declaratórios, mas o Joaquim Barbosa botou em pauta, antes de tudo, a vontade dele, de sair prendendo todo mundo, gregos e troianos, quem passasse pela frente do Supremo Tribunal Federal até, se fosse o caso.
Mas, antes disso, perderam quase uma tarde inteira por causa da falta de cintura do Procurador Geral da República.  Na véspera da sessão, ele protocolou pedido, suponho eu, de expedição de mandados de prisão dos réus do mensalão, invocando o trânsito em julgado de decisões sobre determinados crimes.
Os advogados chiaram, porque não tiveram ciência da tal petição. E ganharam o Lewandowski a favor deles: em nome do princípio do contraditório, eles tinham o direito de se pronunciar sobre o pedido.
Mas, no fim, só Lewandowski e Marco Aurélio aderiram à pretensão dos advogados. Mesmo assim, nenhum deles invocou o art. 133 da Constituição, que arreda a hegemonia do Ministério Público em qualquer processo: “o advogado é indispensável à administração da justiça”.
O episódio ainda foi temperado com a ingenuidade da ministra Rosa Weber ao confessar que da petição só tinha tido notícias pelos jornais, e com a falta de coragem do Joaquim Barbosa para adjetivar como “chicana” um pedido feito à undécima hora por quem poderia tê-lo feito meses atrás.
Depois, a discussão descambou para a cisão do processo entre “transitados e não transitados em julgado”, e o Joaquim Barbosa invocou até o Código de Processo Civil para justificar a prisão dos réus.
No fim, decidiram pela prisão dos que tiveram “condenação transitada em julgado”.
Ora, a lei não fala em “pena ou condenação transitada em julgado”, nem em “decisão transitada em julgado”, mas sentença transitada em julgado. Pena não se confunde com sentença. A pena não é a própria sentença, mas uma decorrência dela. Sem sentença, não haveria pena.
E uma perguntinha básica: cabe interpretação extensiva (a ponto de se invocar processo civil) quando se trata de aplicar lei penal?
Na verdade, o devido processo legal deveria ter a seguinte tramitação: a expedição do mandado de prisão pelo presidente do STF, escudado no art. 675 do CPP. Se tivessem como ilegal a decisão, poderiam os réus ingressar com “habeas corpus”, que seria a instância adequada para a discussão da matéria.
Mas, o atravessamento da questão se deve à insegurança do Barbosa, que entregou ao plenário, em sede de juízo inadequada, a decisão sobre o alcance da “coisa julgada”.
Ele tinha gana de prender, para garantir sua fama de herói, mas não teve coragem para arcar com o ônus que essa fama exige.
 De tudo isso, sobrou a dúvida. E, na dúvida, cadeia para os mensaleiros. É isso que o povo quer. Por enquanto. Depois torna a eleger o PT.


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

ESPETO CORRIDO
Hugo Cassel


Essa gorda senhora que ocupa a Presidência, como “laranja” do “aleijadinho” de Garanhuns, parece gostar muito dessa terminação: Comunista, Terrorista, Golpista, etc. O Golpe agora é essa apelação ao “patriotismo” das pessoas, na apresentação desse ridículo filme da falida Petrobras, provocando lágrimas em ignorantes, ao ver a Bandeira Brasileira afundar no mar, a 3 mil metros, sugerindo a “descoberta” de bilhões de barris, de Petróleo,  com trilhões de lucro, mesmo gastando o previsto de 240 bilhões até 2016.” Essa Vigarice chamada  Pré-Sal, foi descoberta em 1974, no Governo Geisel. Foi mapeado no Governo Itamar Franco.  Sua extração foi declarada inviável no Governo FHC, e no mundo inteiro NÃO HÁ TECNOLOGIA, capaz de extrair  óleo em tais circunstâncias. A Pinóquio de terninho,  faz o povo de palhaço! Em Janeiro de 2008, uma ação valia 86,00. Em Novembro de 2013, 17,00. A China tá comprando. Em pouco tempo teremos a “Chinapetro”.  É só esperar.

ESQUEMA-Aquela “República Democrática Popular” Africana, deve 50 milhões de dólares  ao Brasil. Ganha o perdão da dívida, em troca do  voto na ONU.  Recebe outro “empréstimo” de 50 milhões, para que a Empreiteira brasileira XIS, construa uma estrada de “Quasenada” até “Coisanenhuma”  no valor  previsto de 10 milhões, mas que fica em 30  milhões oficialmente devido a “problemas geofísicos”. Repartida a grana, fica assim: 10 milhas pro chefe, 10 milhas na Obra, 20 milhas pra Construtora e 10 milhas como “doação” para a campanha de reeleição da moça. Tudo muito legal e transparente. FÓRA CORRUPTOS! Honesto vota em Honesto. O resto vota no resto.

PITACOS-1- A TIM CELULARES é campeã absoluta em reclamações, e multas, mas prossegue no mau serviço. Um celular comprado para dar de presente, não funcionou e não foi trocado porque a garantia é de 7 dias apenas!!! O comprador deve ligar para  0800, esperar 30 dias e nem assim tem ressarcimento. Pode?
 2-CORAJOSO-Esse é o Prefeito E.R.Dias , popularmente chamado Piriquito em Balneário Camboriú SC. Tá mudando a foto da cidade, transformada em Canteiro de Obras, principalmente Mobilidade Urbana. Corajoso porque está fazendo algo que não dá voto que é           enterrar canos. Tá pavimentando seu caminho pra Deputado. Merece.
3- Gaúchos, Colorados e Gremistas com vergonha na cara não votarão nesse Senador Aécio Neves que atropela a lei. Quer ser Presidente?-Com meu voto não!
                                                              

   

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

TU, QUE ENLAÇAS NOSS’ALMA A JESUS *
João Eichbaum


Nós, os da missa das nove, aquela em que o padre Abílio Sponchiado, com sua voz de barítono italiano, caminhando pela nave maior da catedral e voltando de costas até a balaustrada, nos prometia o reino dos céus, jamais nos libertaremos da melodia que, desde aqueles remotos novembros, nos persegue: o hino da Medianeira. E nos persegue até negativamente, ou talvez, principalmente por isso: no domingo da romaria não havia a missa das crianças. Nosso programa dominical ficava riscado dos eventos religiosos.
Naqueles domingos, sempre em meados de novembro, nos poucos anos em que foi coadjutor da catedral o padre Abílio tinha que se preparar para a apresentação como “showman” do evento. Desde as oito horas havia missas para os peregrinos que se concentravam na catedral. Vinham trens especiais da serra e da fronteira, lotados de gente que tinha fé na Medianeira, e que ia Avenida Rio Branco acima, esperando, na catedral, o início da procissão.
E a melodia (sem violões e vozes desafinadas) entrava pelos ouvidos e se cristalizava em algum lugar especial do cérebro, de tal forma que, até hoje, jamais se decompôs.
Por essas coisas que o destino escreve e nos coloca como personagens para executar o seu “script”, conheci o padre Jorge Zanchi. Aquele bom velhinho, simpático, com voz de trovão e a cabeça dividida entre espaços brilhantes e cabelos brancos, era vigário em Vale Vêneto. Naquele paraíso escondido entre montanhas, varrido pelo vento norte de vez em quando, mas dono de uma paisagem que não se deixa escabelar por qualquer vento, o padre Jorge pastoreava as almas de buliçosos descendentes de italianos.
Foi ali, onde o sol sempre se esconde, ao final da tarde, por trás de alguma montanha, permitindo que a montanha da frente projete uma sombra dominadora sobre aquela, atrás da qual ele some, onde o silêncio é mais forte do que o luar nas noites frias de julho, e o azul do céu é incansável nas manhãs de primavera, foi ali que eu conheci o padre Jorge Zanchi.
Foi ali que eu soube: o padre Jorge Zanchi era o autor da melodia que me perseguia desde os novembros da minha infância. O padre Jorge, aquele que vinha assistir nossos jogos juvenis de futebol, nas tardes de domingo, e nos fazia morrer de rir com anedotas sobre políticos, era dessas pessoas de cuja capacidade Deus abusa, para fazer coisas maravilhosas, como o Hino da Medianeira.
No outro lado, quem assinou a letra dessa composição, não era um vigário ignoto, perdido num rincão qualquer desse Brasil. Dom Joaquim de Aquino Corrêa, conhecido como dom Aquino Corrêa, era uma figura badalada nas letras, na comunidade religiosa e na política. Arcebispo de Cuiabá, foi governador do Mato Grosso, e membro da Academia Brasileira de Letras, num tempo em que lá não entravam chinelões das letras. Orador respeitável, artista da palavra, domador da rima e da métrica na poesia, só dom Aquino foi capaz de produzir coisas maravilhosas como "foi sobre a tarde, quando o sol declina/hora divina das contemplações/hora do Gólgota, sublime hora/marcada outrora pelas redenções.”
E, para vivificar a emoção das romarias, lá está sempre a banda da Brigada Militar, em cujo  conjunto meu ambivalente companheiro de futebol, Jussiê Christofoli Ferreira, (devolve rechonchudinha a bola que lhe passo quadrada), extrai do trombone a alma dos mestres que partiram, e nos faz gostar mais da vida, esquecendo o mundo dos medíocres.

*Esta crônica está sendo publicada hoje no jornal A Razão, de Santa Maria. Ela é alusiva à romaria da Medianeira, lá realizada domingo passado, e representa uma homenagem do cronista à fé dos santamarienses.



terça-feira, 12 de novembro de 2013

PLANETACHO

tacho@gruposinos.com.br


O celular do centroavante vivia fora de área

Bons tempos em que 3-5-2, 4-3-3, 4-4-2 eram esquemas de jogo e não a  nota dos jogadores  após a partida

A brisa que beija
as cortinas da janela
passa pela vidraça quebrada
da casinha banguela

HAI
KAI
Já dizia o vovô
-Não sou mais velho
Agora sou retro
Há muito
saí da escola
Fugi de casa
Fui embora com este circo
ando na corda bamba
engolindo fogo
tirando coelhos da cartola
aqui, ali e por aí
Mas um dia em algum lugar
em uma manhã qualquer
antes do  sol nascer
eu, um velho palhaço
serei deixado para trás
na beira desta estrada
junto com um leão
faminto e banguela





segunda-feira, 11 de novembro de 2013

TEMA PARA AGATHA CHRISTIE

João Eichbaum

Para caminhar, a velhinha, já no caminho dos noventa, tinha que se valer duma bengala. Conclusão: para sair da horizontal, que certamente não dormia de outro jeito, tinha que se apoiar em alguma coisa, não lhe bastaria dar um salto para sair lépida e faceira de decúbito dorsal.
Pois, certa noite, ouvindo barulho no apartamento, se levantou, pegou um revólver que adormecia sem uso no guarda-roupa, há mais de trinta anos, e saiu atrás de um homem que se movimentava na casa.
Primeira pergunta: tudo isso no escuro?
Segunda pergunta: alguém, que necessita de bengala para caminhar, consegue levantar rapidamente da cama, acender a luz, pegar um revólver, dar de ombros para os oitenta e tantos anos que lhe pesam, e antes que o invasor, um homem de 32 anos, lhe impeça qualquer coisa, desferir-lhe tiros de revólver?
Mas, tem mais. Depois do segundo tiro, já indefeso, o homem caiu e, antes de morrer, teve tempo de ouvir a voz  da velhinha: “toma mais este.”
A velhinha virou manchete, virou heroína. Ninguém a aconselhar a nunca mais reagir. Ninguém se lembrou de analisar todas as circunstâncias para chegar perto de uma verdade difícil de engolir.
Quem não engoliu a história foi a polícia. Submetida a velhinha à análise de resquícios de pólvora nas mãos, nada foi encontrado. Então, diante das circunstâncias, já que não havia outra alternativa, a polícia a indiciou por homicídio, como manda o livrinho.
Só que o livrinho da agente do Ministério Público que recebera o inquérito era outro. No livrinho da promotora não estava escrito que “ se entende por legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários.....
Dar tiro em alguém que está caindo, não tem como reagir, se esvaindo em sangue, é “usar moderadamente dos meios necessários”?
No livrinho da polícia estava escrito que, nessas circunstâncias, não havia legítima defesa, mas no livrinho da promotora, sim.
E mais, no livrinho da promotora não estava escrito que, nos crimes contra a vida, cabe ao júri popular decidir e não ao agente do Ministério Público.
Enfim, a promotora pediu o arquivamento do caso, porque o seu livrinho não era o mesmo da polícia. E o juiz deferiu o arquivamento, porque certamente nunca leu livrinho nenhum.
E a velhinha se safou.
Semana passada, veio o outro capítulo. O apartamento da velhinha pegou fogo e a velhinha morreu carbonizada. Não teve o mesmo reflexo, não atinou com a porta de saída com a mesma destreza com que atinara, pegando o revólver.
Segundo vizinhos, ela teria pedido socorro. Os vizinhos tentaram arrombar a porta, a mesma porta por onde entrara o suposto ladrão, morto pela velhinha, mas não conseguiram.
Tudo teria começado, segundo a perícia, no quarto da velhinha, onde ela costumava acender velas.
Mas, pergunto para vocês: uma vela tem tal poder de fogo numa apartamento, supostamente de alvenaria?
Acho que só a Agatha Christie resolveria...

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

NÃO VERÁS PAÍS NENHUM COMO ESTE

João Eichbaum

O Nelson Jobim – sabe o Nelson Jobim, aquele advogado de Santa Maria, que se tornou deputado, participou da Constituição de 88, foi Ministro da Justiça do Fernando Henrique, ministro do Supremo também pelas mãos do mesmo FHC, mas depois bandeou para o outro lado e foi Ministro da Defesa do Lula, se fantasiou de milico, etc?
Pois  esse Nelson Jobim, de agora em diante, quando viajar para o exterior, não precisará entrar na mesma fila do povão, e nos Estados Unidos não precisará tirar os sapatos para poder entrar no país.
Ele agora tem “passaporte diplomático”. Ele e a segunda mulher dele, a Adriane Galisteu, ops, me enganei. É que, pensando em Senna, pensei na Galisteu. Adrienne Senna é o nome da mulher do Jobim.
 No mês passado Jobim  requereu ao Joaquim Barbosa, aquele herói nacional que vocês conhecem, impoluto, acima de qualquer suspeita, dono da verdade e da moral, a solicitação do  passaporte junto ao Ministério das Relações Exteriores. E não é que o homem mais impoluto do país encaminhou o pedido ao dito Ministério?
E o Ministério, claro, partindo de quem partiu o pedido, concedeu o passaporte diplomático para o Jobim e para a Adriane, ops, Adrienne. E o passaporte foi concedido com base na parte de um artigo de um decreto que diz  "às pessoas que, embora não relacionadas nos incisos deste artigo, devam portá-lo em função do interesse do país".
Entenderam?
Em função do interesse do país. Não é no interesse deles, do Jobim e da Adrienne, viu gente! (Será que ela é parecida com a Adriane também no corpo e o país está interessado nela por causa disso?)
Mas vou dar uma informação para vocês: a Adrienne Senna é presidente do Grupo Internacional de Ação Financeira sobre Lavagem de Dinheiro. E como  nada sabe sobre o dinheiro que foi levado daqui para Portugal dentro de sacolas, ela tem todo o direito ao passaporte, não é?
Agora, não me perguntem o que é que o Jobim faz pelo  país, que eu não sei dizer, ninguém sabe. Talvez só o impoluto Joaquim Barbosa e o Ministro das Relações Exteriores saibam.
Mas todo mundo sabe que o Joaquim Barbosa comprou apartamento nos Estados Unidos (com salário de funcionário público) e quando se aposentar vai viver com um pé lá outro cá. Preciso dizer mais alguma coisa?
Agora, vocês que sabem, me digam: este país pode ser levado a sério?




quinta-feira, 7 de novembro de 2013

MILICOS

Hugo Cassel
                                                                                                                                                                                 
Minha Caixa estourou com as dezenas de mensagens de apoio ao teor da Coluna da semana passada, que descrevia os acontecimentos a partir de 2014, quando o PT foi varrido do mapa politico brasileiro, mercê da vontade dos brasileiros, fartos das mentiras, corrupção , roubalheiras  e, toda sorte de crimes, cometidos contra a Pátria,  por LULA e sua marionete, a ex-guerrilheira e terrorista Dilma Rousseff. A baderna que havia transformado o Brasil em palco de verdadeira guerrilha urbana, foi  prontamente dominada, a partir do momento em que o Exercito “mudou a regra do jogo”, passando a usar armas letais contra bandidos, mascarados, invasores, e vândalos. Com a fuga de Lula, e Dilma, mais a prisão dos condenados ainda em liberdade, o Brasil pode começar sua recuperação democrática, barrando a caminhada para o Comunismo, intenção do PT. A transição do Governo, com as garantias das Forças Armadas, mantendo Michel Temer como Presidente,  foi reconhecida por vários países, inclusive os Estados Unidos, 48 horas apenas depois do movimento. E assim pela segunda vez, o Brasil deu exemplo ao mundo, mostrando sua vocação democrática. Atualmente tantos  anos passados, ainda se escuta aqui e ali: Obrigado General!
PITACOS:
 1-É preciso que os índios entendam que o lugar deles  é na floresta, protegido e preservando sua cultura, e não garimpando ouro,  invadindo, terras ou vendendo nióbio. Não existe “nação indígena”! Existe unicamente a Nação BRASIL e todo aquele que aqui viva, ou vier a viver e trabalhar, é obrigado a respeitar suas leis.

 2-Vira e volta, sobe o preço do pão. A farinha da Argentina é uma arma politica. Agora mesmo, o Brasil, acreditem ou não, está importando Farinha de ISRAEL, produzida nos “Trigais Ondulantes”  do Deserto do Sinai.

 3-TURISMO-O Brasil viaja na contra mão da mais importante e limpa indústria do século! Tem o maior tesouro mundial e desdenha disso cortando verbas, como agora, desviando 3  bilhões de reais para outros fins de puro interesse politico! Esta Semana em Balneário Camboriú SC, 150 jornalistas da ABRAJET (Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo) de todo o Brasil estiveram reunidos, discutindo o assunto e tomando conhecimento dos absurdos cometidos pelos governantes contra o Turismo, como no Paraná ,Norte e Nordeste e, em SC. Espera-se agora que a entidade, assuma sua posição na defesa desse valioso patrimônio  justificando a cadeira cativa que ocupa em Brasília, no Conselho Nacional de Turismo


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

CRÔNICA DO ESCRIBA DOIDO
João Eichbaum


Não vi seu rosto. Ele dormia debaixo do viaduto, enroscado em plásticos, jornais e panos que, um dia, foram cobertores. Eram dez  da manhã, o sol brilhava, as pessoas passavam rente dele, correndo, fazendo exercícios, para espantar a morte ou para ficarem mais elegantes. Mas, ele dormia. Um sono solto, indiferente à vida, indiferente ao céu azul, indiferente às nuvens que quebravam a monotonia desse azul, com seus enormes flocos de algodão. Ele dormia, plácido, surdo, nem aí para o voluteio dos pássaros que comemoravam a primavera.
Ah, a propósito, bem perto de sua cabeça jazia um pássaro morto, já em estado de decomposição. Mas, pouco se lhe dava: ele dormia o sono dos mais do que justos, o sono daqueles que foram condenados pelos deuses e pelos homens a viverem à margem da sociedade, sem passado, sem futuro, e tendo como presente apenas o dia em que estão vivendo, e vivendo quer dizer dormindo ou pedindo alguma coisa para comer.
Ninguém sabe o que lhe gerou essa culpa pela qual está pagando. Nem mesmo ele sabe. Ninguém sabe por qual razão está cumprindo essa sentença de fome, de frio, de sono ao relento, ao lado de um pássaro morto. Ninguém sabe por que foi condenado a ficar exposto à indiferença dos passantes, que lá vão correndo, ou caminhando em passos esportivos, com bonés, óculos, tênis e abrigos ou calções de marca.
Não vi seu rosto, repito.  Mas sei que era negro, porque os pedaços de cobertor, de que ele se servia, não eram suficientes para lhe tapar o corpo todo. E as pernas eram de negro. Pernas finas, por sinal, ossos cobertos por uma pele escura.
Então me lembrei da Dilma, que perdeu a serenidade por causa do Obama. E do Obama, que perdeu a serenidade por causa da Merkel. Me lembrei do Sumo Pontífice e daqueles que morreram com cheiro de santidade, satisfeitos por ouvirem os pecados dos outros. Me lembrei das “cotas” para congressistas, vindas de deputados e senadores, que só comparecem três dias por semana no parlamento, e nos outros dias saem a viajar com o dinheiro dos  que  não têm bolsa-família e trabalham toda a semana. Me lembrei que eles têm residência, assessores, diárias, verbas extraordinárias, planos de saúde, e o hospital Sírio Libanês pagos pelos mesmos  “sem bolsa”.
Me lembrei do Diego Costa, que saiu dum ânus de mundo chamado Lagarto, em  Sergipe, para Madrid, sacudindo o pó das chuteiras para o Felipão e a CBF. Me lembrei dos ministros do Supremo, que lá estão, no topo da pirâmide judiciária, porque têm “ilibada conduta”, mas se aproveitam do contribuinte, viajando pelo mundo afora. Me lembrei das pessoas que ficam brabas quando a gente diz que existem seres humanos que mereceriam uma vida de cachorro, com direito à saúde, ao banho, ao perfume,  à tosa, à internação, ao colo fofo da madame. Me lembrei dos poetas que ganham páginas inteiras de jornais para falar de coisas tão úteis quanto um chiclete mascado. Me lembrei do Sarney, do Fernando Henrique e de todos os fardados da Academia de Letras que só servem para se embriagar com a própria vaidade.
Me lembrei, enfim, de todas as grandezas e autoridades dos homens. Mas me lembrei também de Deus que, seguindo a lei dos homens, “não bota todos os ovos numa cesta só”, variando seus investimentos, com várias Igrejas. E aí pensei: talvez tenha sido por causa delas que os mendigos deixaram de pedir esmolas nas escadarias da catedral na saída da missa das dez, e passaram a dormir ao relento. Mas nem “bolsa-família” recebem de Deus.






terça-feira, 5 de novembro de 2013


PLANETACHO

tacho@gruposinos.com.br


O rato
à corda
acorda
o gato.

Bem no fundo da gaveta uma velha fotografia com uma dedicatória no verso dorme o sono das recordações perdidas

O céu pobrezinho
tinha  uma nuvem
remendada nos fundilhos


Dentro da gramática
um pronome extremamente possessivo, enquanto os demostrativos deduram
verbos com pretérito imperfeito e sujeitos indefinidos arremessam objetos diretos.

3492
Contabilizar estrelas é o oficio do anjo 3492
Incontáveis para alguns as estrelas infinitas
anotadas uma a uma nas planilhas celestiais
para o anjo são  inumeras mas infinitas jamais..
E assim pela madrugada o 3492 flutua sobre as nuvens
contando estrelas até o amanhecer
e quando o sol nasce elas tendem a desaparecer.
Então a manhã azul avança em direção a tarde,
coração do dia, até que o astro rei deixe de brilhar
O anjo 3492 mais uma vez  recomeça a sua tarefa
o seu interminável contar...






segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A MINORIA DOMINANTE

João Eichbaum

Quase não acreditei no que estava lendo, quando deparei com a chamada de capa de Folha de São de Paulo de ontem sobre a crônica de Antônio Prata: “no pé que as coisas estão é preciso não apenas ser reacionário, mas sê-lo de modo grosseiro, raivoso e estridente. Do contrário, seguiremos dominados pelo crioléu, pelas bichas, pelas feministas rançosas e por velhos intelectuais da USP, essa gentalha que, finalmente compreendi, é a culpada por sermos um dos países mais desiguais, mais injustos e violentos sobre a Terra.”
Seriam palavras minhas, se não tivessem sido ditas pelo Antônio Prata, a quem passei a considerar meu irmão intelectual, a partir de hoje.
Ele foi corajoso, mexeu num bespeiro. Mas, me aliviou, me passou a impressão de que, de agora em diante, não sou sozinho no mundo. Tem alguém que pensa como eu.
Desde o fim da semana estou encasquetado com essa questão das “cotas” de negros para o Congresso Nacional. Querem reservar um espaço só para os negros, querem um número de negros compondo o legislativo.
É o fim.
Querem nos impor negros goela a baixo. Seremos obrigados a gostar de negros, a nos submeter a negros, não porque eles sejam seres humanos como nós, mas porque são negros.
Já há as “cotas” de negros no Supremo, como as há das mulheres. Por enquanto ainda não há as “cotas” de viados nem de lésbicas porque eles já estão presentes lá, sem ter sido necessário qualquer lei.
Já há “cotas” de negros nas universidades. E agora mais essa: negros no parlamento.
Com licença. Ninguém me obriga a gostar de negro, nem de bicha, nem lésbica. Mas, tenho amigos negros, amigos bichas e amigas lésbicas. E tem cada negrinha bonitinha por aí, que não dá pra rejeitar em nome de racismo. 
O que me enraivece é ser obrigado a gostar de negro, bicha e lésbica. E por ser obrigado a gostar deles, eles estão se impondo, eles são uma minoria que tem mais força do que a maioria. Eles são a inversão daquilo que entendemos por democracia.
O Antônio Prata tem razão. Se nos curvarmos a essa imposição hipócrita, em breve seremos como os elefantes, que não sabem a força que têm. Negros, bichas e lésbicas mandarão em todo o mundo.
Então é preciso reagir. É preciso levantar a voz. Sem medo, sem constrangimento: não somos racistas, nem nem odiamos machos que gostam de machos, nem fêmeas que gostam de fêmeas, somos democratas simplesmente, respeitamos os gostos de cada um, mas queremos que respeitem os nossos também. E na democracia o que vale é a voz da maioria. Se amanhã negros, bichas e lésbicas forem a maioria, tudo bem, teremos que nos curvar. Mas, por enquanto, quem tiver coragem, como o Antônio Prata, que berre.