sexta-feira, 22 de novembro de 2013

CONDUTA NADA EVANGÉLICA

João Eichbaum

Já ouvi alhures a interessante versão de que Igreja Católica foi fundada em Roma, e não pelos judeus que seguiram Jesus Cristo, os chamados discípulos, na Judéia.
E faz sentido essa versão, porque praticamente toda a história do cristianismo lá tem raízes. Não se conhecem santos ou mártires judeus. E os raros de que se fala morreram exatamente em Roma.
Se Jesus Cristo nasceu, se criou e morreu na terra judaica, o que teria levado seus discípulos para Roma? Porque não implantaram o cristianismo diretamente lá, onde estão as raízes de Jesus Cristo, e onde são venerados o lugar de seu nascimento, de sua crucificação e de seu sepultamento?
Não. Não há lógica nisso.
Ou quem sabe, os italianos seriam mais fáceis de arrebanhar para a doutrina cristã?
Pode ser.
Os primeiros italianos que para cá migraram tinham uma religiosidade quase doentia. Não viviam sem padre, sem missa, sem batizado. Mal puseram os pés aqui no Brasil, trataram de trazer padres da Itália. O fanatismo deles era tanto que, em suas orações, a primeira coisa que pediam era a “graça” de ter um filho padre.
Acho que foram poucas as famílias que não tentaram essa “graça”. Algumas a conseguiram, várias acabaram, depois, perdendo a “graça”.
Faço todo esse intróito para falar do Henrique Pizzolato que, condenado a mais de doze anos de prisão, fugiu para a Itália.
Pois o Henrique também, como muitos filhos de colonos italianos, quis ser padre. O pai dele, o senhor Pedro Pizzolato, que hoje tem oitenta e cinco anos, igualmente queria ser padre. Nem um dos dois trilhou a vida religiosa até o fim, mas a família conseguiu emplacar uma filha como freira.
Família católica, muito religiosa, não resta dúvida.
Mas, que princípios cristãos teriam levado o Henrique Pizzolato a se atolar na política (foi um dos fundadores do PT) a ponto de perder uma das virtudes básicas que qualquer ateu pode ostentar, a honestidade?
Se tivesse continuado a carreira religiosa tê-la-ia adornado com a safadeza?  
Mas, seja como for, leva no currículo experiências que o podem recomendar no Banco de Deus, ops, do Vaticano, acrescentando mais um ganho aos trinta mil que recebe como aposentado do Banco do Brasil: foi seminarista, foi bancário, e sabe o que fazer com o dinheiro dos outros.
Ah, sim, e tem mais: as recomendações do ministro Marco Aurélio, que justificou a fuga, debitando-a às más condições dos presídios brasileiros, e do vice-presidente da República, o advogado Michel Temer, que exaltou a competência do fujão em escapar das garras da lei.
O azar dele é que vai esbarrar na honestidade do papa Francisco.



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