A MINORIA DOMINANTE
João Eichbaum
Quase não acreditei no que estava lendo, quando deparei com a chamada de
capa de Folha de São de Paulo de ontem sobre a crônica de Antônio Prata: “no pé que as coisas estão é preciso não
apenas ser reacionário, mas sê-lo de modo grosseiro, raivoso e estridente. Do
contrário, seguiremos dominados pelo crioléu, pelas bichas, pelas feministas
rançosas e por velhos intelectuais da USP, essa gentalha que, finalmente
compreendi, é a culpada por sermos um dos países mais desiguais, mais injustos
e violentos sobre a Terra.”
Seriam
palavras minhas, se não tivessem sido ditas pelo Antônio Prata, a quem passei a
considerar meu irmão intelectual, a partir de hoje.
Ele foi corajoso,
mexeu num bespeiro. Mas, me aliviou, me passou a impressão de que, de agora em
diante, não sou sozinho no mundo. Tem alguém que pensa como eu.
Desde o fim
da semana estou encasquetado com essa questão das “cotas” de negros para o
Congresso Nacional. Querem reservar um espaço só para os negros, querem um
número de negros compondo o legislativo.
É o fim.
Querem nos
impor negros goela a baixo. Seremos obrigados a gostar de negros, a nos
submeter a negros, não porque eles sejam seres humanos como nós, mas porque são
negros.
Já há as
“cotas” de negros no Supremo, como as há das mulheres. Por enquanto ainda não
há as “cotas” de viados nem de lésbicas porque eles já estão presentes lá, sem
ter sido necessário qualquer lei.
Já há
“cotas” de negros nas universidades. E agora mais essa: negros no parlamento.
Com
licença. Ninguém me obriga a gostar de negro, nem de bicha, nem lésbica. Mas,
tenho amigos negros, amigos bichas e amigas lésbicas. E tem cada negrinha
bonitinha por aí, que não dá pra rejeitar em nome de racismo.
O que me
enraivece é ser obrigado a gostar de negro, bicha e lésbica. E por ser obrigado
a gostar deles, eles estão se impondo, eles são uma minoria que tem mais força
do que a maioria. Eles são a inversão daquilo que entendemos por democracia.
O Antônio
Prata tem razão. Se nos curvarmos a essa imposição hipócrita, em breve seremos
como os elefantes, que não sabem a força que têm. Negros, bichas e lésbicas
mandarão em todo o mundo.
Então é
preciso reagir. É preciso levantar a voz. Sem medo, sem constrangimento: não
somos racistas, nem nem odiamos machos que gostam de machos, nem fêmeas que gostam de fêmeas, somos democratas simplesmente, respeitamos os gostos de cada um, mas queremos que respeitem os nossos também. E na democracia o que vale é a voz da
maioria. Se amanhã negros, bichas e lésbicas forem a maioria, tudo bem, teremos
que nos curvar. Mas, por enquanto, quem tiver coragem, como o Antônio Prata,
que berre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário