segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A MINORIA DOMINANTE

João Eichbaum

Quase não acreditei no que estava lendo, quando deparei com a chamada de capa de Folha de São de Paulo de ontem sobre a crônica de Antônio Prata: “no pé que as coisas estão é preciso não apenas ser reacionário, mas sê-lo de modo grosseiro, raivoso e estridente. Do contrário, seguiremos dominados pelo crioléu, pelas bichas, pelas feministas rançosas e por velhos intelectuais da USP, essa gentalha que, finalmente compreendi, é a culpada por sermos um dos países mais desiguais, mais injustos e violentos sobre a Terra.”
Seriam palavras minhas, se não tivessem sido ditas pelo Antônio Prata, a quem passei a considerar meu irmão intelectual, a partir de hoje.
Ele foi corajoso, mexeu num bespeiro. Mas, me aliviou, me passou a impressão de que, de agora em diante, não sou sozinho no mundo. Tem alguém que pensa como eu.
Desde o fim da semana estou encasquetado com essa questão das “cotas” de negros para o Congresso Nacional. Querem reservar um espaço só para os negros, querem um número de negros compondo o legislativo.
É o fim.
Querem nos impor negros goela a baixo. Seremos obrigados a gostar de negros, a nos submeter a negros, não porque eles sejam seres humanos como nós, mas porque são negros.
Já há as “cotas” de negros no Supremo, como as há das mulheres. Por enquanto ainda não há as “cotas” de viados nem de lésbicas porque eles já estão presentes lá, sem ter sido necessário qualquer lei.
Já há “cotas” de negros nas universidades. E agora mais essa: negros no parlamento.
Com licença. Ninguém me obriga a gostar de negro, nem de bicha, nem lésbica. Mas, tenho amigos negros, amigos bichas e amigas lésbicas. E tem cada negrinha bonitinha por aí, que não dá pra rejeitar em nome de racismo. 
O que me enraivece é ser obrigado a gostar de negro, bicha e lésbica. E por ser obrigado a gostar deles, eles estão se impondo, eles são uma minoria que tem mais força do que a maioria. Eles são a inversão daquilo que entendemos por democracia.
O Antônio Prata tem razão. Se nos curvarmos a essa imposição hipócrita, em breve seremos como os elefantes, que não sabem a força que têm. Negros, bichas e lésbicas mandarão em todo o mundo.
Então é preciso reagir. É preciso levantar a voz. Sem medo, sem constrangimento: não somos racistas, nem nem odiamos machos que gostam de machos, nem fêmeas que gostam de fêmeas, somos democratas simplesmente, respeitamos os gostos de cada um, mas queremos que respeitem os nossos também. E na democracia o que vale é a voz da maioria. Se amanhã negros, bichas e lésbicas forem a maioria, tudo bem, teremos que nos curvar. Mas, por enquanto, quem tiver coragem, como o Antônio Prata, que berre.




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