AS IGREJAS
FICAM COM O QUE É DE CÉSAR
João Eichbaum
Está escrito em Mateus, capítulo 22, versículos
16 e seguintes:
“E
enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem
sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, e de
ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens.
Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não?
Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse:
Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não?
Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse:
-Por
que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo.
E
eles lhe apresentaram um dinheiro.
E
ele diz-lhes:
-De
quem é esta efígie e esta inscrição?
-Dizem-lhe eles:
-Dizem-lhe eles:
-De
César.
Então
ele lhes disse:
-Dai
pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
E
eles, ouvindo isto, maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram.”
Relembro para vocês esse trecho do
evangelho, a propósito de um artigo do Hélio Schwartsmann, publicado na Folha de São
Paulo, ontem.
Debaixo do título “ O fim de uma
religião”, Hélio narra a aventura a que se atiraram ele, Cláudio Ângelo e
Juvenal Garcia: fundaram uma Igreja, a “Heliocêntrica do Sagrado Evangélio”.
Conta ele que “com
apenas R$ 418 e cinco dias (não consecutivos) de trâmites burocráticos,
conseguimos registrar o culto e abrir uma conta bancária na qual pudemos fazer
aplicações financeiras livres de impostos.”
Depois de algum tempo, deram
“baixa” na Igreja.
Hélio e seus amigos quiseram
provar como é fácil fundar uma religião e se beneficiar com o privilégio da
isenção de impostos.
E assim é. Todos os bens
patrimoniais das Igrejas está isento de impostos. De qualquer imposto.
Vocês sabem agora por que a
Igreja Católica e a Igreja Universal, só para ficar nessas duas, são dois
impérios, que exploram, além da crença, escolas, universidades, rádios,
jornais, emissoras de TV, livrarias, editoras, hospitais e uma infinidade de
outros tipos de comércio e indústria?
Porque não pagam um puto
vintém de imposto.
Releiam o trecho bíblico ali
de cima e me digam: as religiões cumprem rigorosamente o evangelho e o exemplo
de Jesus Cristo?
Se as religiões mentem e
enganam, ensinando uma coisa e fazendo outra, como podem exigir “fé” da nossa
parte, principalmente de gente como eu, um canalha honesto?
E agora, para convocar vocês
à reflexão, transcrevo o final do artigo do Hélio Schwartsmann:
“A pergunta fundamental que
motivou o experimento permanece sem resposta: faz sentido isentar igrejas de
todos os tributos quando eles são cobrados de setores mais essenciais à vida,
como alimentação e saúde?”
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