FORA A COPA!
João Eichbaum
Gosto de futebol. Adoro futebol. Não posso
ver bola na minha frente, sem dar meus chutezinhos.
Mas, o futebol, para mim tem três faces: o
futebol como esporte, o futebol como patologia psíquica e o futebol como reino
de safadeza.
O futebol como esporte é aquele de que,
como eu, muita gente gosta: a peladinha no fim de semana, o futsal com os
amigos, as indefectíveis peladas na
praia, ou o bate bola com os filhos. Porque o futebol é saudável, exige
destreza, raciocínio e técnica, gasta calorias, alimenta a massa muscular, etc.
etc.
Já o futebol como patologia só tem
aspectos negativos: o fanatismo, a intransigência, a cegueira racional e,
muitas vezes, o ódio que leva à violência.
Do futebol como reino de safadeza, nem se
fala. Começa com os dirigentes – nem todos, é verdade, mas, safados os há em
toda a parte. E no futebol, a safadeza não tem limites. Compra e venda de
jogadores rendem muitas “comissões” para dirigentes de clubes. De negociata em
negociata, cresce o patrimônio deles. Sem falar nas manchetes dos jornais que
os endeusam e lhes abrem caminho para política, onde o “faturamento” aumenta.
Dos boleiros, nem é preciso dizer muita
coisa. Ignorantes, quase analfabetos, gente da periferia (e não é preconceito, é
realidade) que são transformados em “estrelas”, com todos os defeitos de
personalidade hauridos no meio em que foram criados, em pouco tempo enriquecem,
têm tudo o que querem. E na proporção direta da fama deles, cresce o seu
mercenarismo. E, participantes do reino da safadeza, saem beijando camisetas
aqui, ali, acolá, enganando os idiotas, os fanáticos.
É desse futebol, o futebol como reino de
safadeza, que são feitas as “copas do mundo”. Por conta desse futebol, os políticos
já começaram a faturar, com a construção de obras faraônicas, que rendem comissões
de iguais grandezas. E por conta desse futebol muita gente quer o nosso
dinheiro, o nosso desassossego, a nossa conversão ao consumismo de marcas, para
dizer o mínimo.
Gosto do futebol como esporte, mas odeio o
futebol como patologia e desarranjo psíquico e mais ainda como fonte de
aproveitamento das fraquezas e das safadezas: fora a copa!
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