segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

FORA A COPA!

João Eichbaum

Gosto de futebol. Adoro futebol. Não posso ver bola na minha frente, sem dar meus chutezinhos.
Mas, o futebol, para mim tem três faces: o futebol como esporte, o futebol como patologia psíquica e o futebol como reino de safadeza.
O futebol como esporte é aquele de que, como eu, muita gente gosta: a peladinha no fim de semana, o futsal com os amigos, as indefectíveis  peladas na praia, ou o bate bola com os filhos. Porque o futebol é saudável, exige destreza, raciocínio e técnica, gasta calorias, alimenta a massa muscular, etc. etc.
Já o futebol como patologia só tem aspectos negativos: o fanatismo, a intransigência, a cegueira racional e, muitas vezes, o ódio que leva à violência.
Do futebol como reino de safadeza, nem se fala. Começa com os dirigentes – nem todos, é verdade, mas, safados os há em toda a parte. E no futebol, a safadeza não tem limites. Compra e venda de jogadores rendem muitas “comissões” para dirigentes de clubes. De negociata em negociata, cresce o patrimônio deles. Sem falar nas manchetes dos jornais que os endeusam e lhes abrem caminho para política, onde o “faturamento” aumenta.
Dos boleiros, nem é preciso dizer muita coisa. Ignorantes, quase analfabetos, gente da periferia (e não é preconceito, é realidade) que são transformados em “estrelas”, com todos os defeitos de personalidade hauridos no meio em que foram criados, em pouco tempo enriquecem, têm tudo o que querem. E na proporção direta da fama deles, cresce o seu mercenarismo. E, participantes do reino da safadeza, saem beijando camisetas aqui, ali, acolá, enganando os idiotas, os fanáticos.
É desse futebol, o futebol como reino de safadeza, que são feitas as “copas do mundo”. Por conta desse futebol, os políticos já começaram a faturar, com a construção de obras faraônicas, que rendem comissões de iguais grandezas. E por conta desse futebol muita gente quer o nosso dinheiro, o nosso desassossego, a nossa conversão ao consumismo de marcas, para dizer o mínimo.
Gosto do futebol como esporte, mas odeio o futebol como patologia e desarranjo psíquico e mais ainda como fonte de aproveitamento das fraquezas e das safadezas: fora a copa!






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