A PODEROSA
FIFA
João Eichbaum
O senhor FIFA, ops, o senhor Joseph
Blatter esteve em Porto Alegre, na companhia do ministro alemão Thomaz de
Maizière, assistindo ao jogo entre Alemanha e Argélia.
Mas, ninguém soube disso, informa o
jornal alemão Süddeutsche Zeitung. O segredo da presença dessa figura pouco
desejável foi guardado para evitar vaias.
Mas, não foi só em Porto Alegre que ele
esteve. Esteve também no Rio de Janeiro, São Paulo e Recife nos jogos das
oitavas de final.
Como é possível que um senhor de 78 anos
consiga essa façanha, de estar em tantos lugares, neste país imenso?
Só há uma hipótese: que o espaço aéreo
tenha sido destinado exclusivamente a ele, diz o jornal. E informa: ele foi
conduzido em aviões de caça da FAB.
A partir dessas informações, o jornal
alemão discorre sobre o poderio da FIFA, a que foi submetida não só a soberania
brasileira como os direitos fundamentais dos cidadãos. Comenta sobre a cerveja,
que é proibida nos estádios brasileiros, mas que foi liberada para que a FIFA
pudesse fazer caixa com duas marcas. Alude à proibição de entrar portando água
mineral nos “Fan Fest”, onde o mesmo líquido era vendido pelo dobro do preço.
Noticia que em Fortaleza os funcionários da FIFA destruíram bandeiras e
“banners” da torcida alemã. Lembra que em Natal e Recife, apesar do aguaceiro,
as pessoas foram impedidas de entrar no estádio com sombrinhas e guarda-chuvas.
A FIFA no Brasil, atualmente, é sinônimo
de Poder, Lei e ordens divinas diz o jornal. E nem é necessário dar qualquer
outra explicação. A informação de que a FIFA não quer, ou a FIFA proíbe é
bastante em si mesma
De tudo isso, diante da estupefação da
imprensa alemã, fica a pergunta: teriam sido tais exigências impostas
simplesmente a troco da realização da Copa no Brasil?
A pergunta tem sua razão de ser. Afinal,
a Copa foi realizada também na Alemanha. E lá nada disso teria sido exigido?
Que orgulho podem ter os brasileiros?
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