segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

PARA ONDE FOI O FASCÍNIO GREGO?

João Eichbaum


Todos nós admiramos a Grécia, seus deuses, seus mitos, suas maravilhas arquitetônicas, suas mulheres, seus heróis, suas guerras, sua paradisíacas ilhas, sua história e, sobretudo, sua cultura.

Nenhum outro país exerceu tão grande influência na cultura de outros povos como a Grécia. Nenhum outro país despertou tão grande fascínio no mundo como a Grécia. Nenhuma outra divindade conseguiu sobreviver ao cristianismo como os deuses gregos.

Mais do que uma simples nação, a Grécia atravessou os séculos como mito, porque nunca foi superada sua glória de berço da civilização ocidental. E essa civilização jamais se descartou do Minotauro, do Colosso de Rodes, do Oráculo de Delphos, de tantas lendas esplêndidas, que encantam crianças e adultos.

Por mais paradoxal que pareça, a Grécia é hoje um dos muitos países mais pobres do mundo. A genetriz da política está sendo vítima do fruto de seu ventre. Os descalabros da administração pública estão levando à falência o país e seu povo.

Mendigando ajuda à Comunidade Europeia, implorando o perdão de dívidas, submetendo-se à imposição dos países ricos, a Grécia hoje está jogada no poço da humilhação. O país que gerou os primeiros homens mais inteligentes do planeta já não serve de modelo para ninguém.


Tal quadro reflete uma realidade abjeta. A cultura e a erudição hoje foram jogadas no plano inferior dos valores humanos. O que vale mesmo é o dinheiro, que gera a tecnologia, que atrai mais dinheiro, formando o círculo vicioso do qual estão excluídos os pobres. Pobre Grécia. Pobre humanidade.

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