SOMOS REALMENTE
CIDADÃOS?
João Eichbaum
Pagamos impostos
(IPTU) pelo direito de morar, pelo direito de ter o nosso lar. Se a moradia é
de nossa propriedade, pagamos esse imposto por nossa conta; se a moradia é
alugada, pagamos o imposto por conta do seu proprietário.
Pagamos taxa para
defecar: o esgoto por onde transitam o que os intestinos expelem não nos é
fornecido de graça.
Pagamos para matar
a sede, para lavar a nossa roupa, para cozinhar a nossa comida, para limpar a
nossa casa: temos que pagar a taxa de água.
Pagamos impostos
para usar o transporte público ou o nosso automóvel (IPVA). No primeiro caso, o
imposto está embutido no preço da passagem. No segundo caso, tudo corre por
nossa conta. Mas além de pagar o imposto, ainda temos que pagar a taxa de
pedágio.
Pagamos impostos
para trabalhar, (IRPF) e quanto mais quisermos melhorar nossas condições
pessoais ou as de nossa família com um salário decente, ralando horas extras,
mais teremos que pagar.
Pagamos impostos (ICMS)
para nos vestir, calçar, alimentar, para manter nossa saúde, para viver, enfim.
Mas, tem mais: pagamos impostos para que, caso não os paguemos, o Estado nos
execute. Então, para isso, sustentamos os altos salários dos funcionários da
Fazenda.
Mas os impostos,
que seriam, em tese, o preço da organização do Estado pela nossa saúde, pela
nossa educação, pela nossa segurança, pela disponibilidade de boas estradas e
hospitais, tomam outro rumo: o aproveitamento pessoal dos políticos.
Essa é democracia
que os políticos defendem e exaltam: o sistema de governo em que não passamos
de instrumentos para os desmandos deles. Essa é a liberdade que temos e para a qual eles, os políticos, espoucam foguetes festivos: a liberdade de pagar, ou de perder tudo o
que temos.
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