O NÉRIO SABE DAS COISAS
Só sei que o Parcão
estava lotado de gente. Era um mar de gente, de verde e amarelo.Muito mais que
GRENAL, muito mais do que o Rei Roberto Carlos. Quem disser que tinha
pouca gente mente. Lógico, tudo gente bem vestida, e basta olhar o povão que você
ja reconhece, como diz o gaúcho, de "relancina" o povão, mas no
Parcão, domingo passado, 15 de março de 2015, à tarde, classe média para
cima, por evidente. Bastava olhar. Quando dispersou entupiu as ruas adjacentes
e engarrafou o trânsito do vizindário do velho Prado dos Moinhos de
Vento. Quanta pessoas estiveram presentes?...Bem aí, ninguém sabe. Que
calculem. No meu tempo de jovem, no colégio Anchieta, no ginásio, os padres
jesuitas, obrigavam a ler um livro, clássico, ótimo, nunca mais esquecí, de Malba
Tahan ( pseudônimo de um escritor baiano cujo nome não lembro mais e não
tenho mais o livro, depois de 17 mudanças se perdeu por aí) --- Chamava-se o
livro ' O homem que calculava" - Lembram deste livro,
" O homem que calculava"???
. Eu que era péssimo
aluno em Matemática, tinhar pavor de matemática, no dia da sabatina,prova
mensal que contava pontos para o exame final, eu suava frio, pois, pouco sabia
e não conseguia resolver os problemas que o professor passava com rigor e
prazer de ver a turma sofrer. Talvez, eu tenha seguido a carreira das
humanidades, do Direito, pelo fato de ter sido péssimo aluno em Física,
Matemátia, Química e afins de ciências exatas. Meu negócio era poesia, romance,
história, geografia e literatura , escrever, ler, como faço até hoje e estou
fazendo agora, com 75 anos, muito cinema e bastante namoro e algum
teatro. O raio é que eu sempre andava pelado, isto é, sem dinheiro.
Vou ver se encontro em
algum sebo o livro da minha juventude, no ginásio dos padres jesuitas, da Rua
da Igreja, e depois Rua Duque de Caxias, ao lado do Museu Julio de Castilhos,
hoje no local do velho Col. Anchieta, tem uma garagem inacabada na altua da rua
Duque de Caxias.. No nível da rua do Arvoredo, depois, Rua Fernando Machado,
tem um mercado Zaffari. Os Jesuias alemães eram rigorosos na
pedagogia, "! O homem que calculava" do Malba Tahan. Que saudades.
Agora, vamos ser
sinceros, ouvir o hoje ministro Miguel Soldatelli Rossetto, ex-funcionário do
Polo Petroquîmico, e que deixou em Triunfo, uma fama de agitador e
que sempre fazia greve, na porta daquelas fantásticas fábricas que transformam
a Nafta do Petróleo que vem pelo tubo da Refinaria Alberto Pasqualini em
produtos quimicos de plástico, etc....até a segunda geração, pois, nosso Polo
Petroquímico, instalado pelo governador Sinval Guazelli, no tempo do governo do
gen. Ernesto Geisel - construido, inaugurado e colocado em funcionamento
- portanto - durante a Ditadura - e que infelizmente, por questões que
desconheço nunca terá a terceira geração da queima da nafta e, portanto, não
fabricará a química fina, o negócio maior do mundo, o filé do petróleo,
que são os fármacos e os fertilizantes, naquilo que é hoje o maior negócio do
mundo, nunca teremos. Com o que, então, o rio Guaiba é uma bomba de efeito
retardado, com enormes navios, indo e vindo, de Rio Grande para o Polo
Petroquímico, levando produtos quimícos e altamente explosivos. O dia que um
navio destes explodir aí no Guaiba, até poderemos ficar sem água. O Polo
deveria ter sido construido na margem do mar, em Rio Grande e assim evitaria
este perigoso " passeio da molécula" pelas águas do Rio
Guaiba.
Eu acho que o Miguel
Soldatelli Rossetto, não leu o livro do Malba Tahan, " O homem que
calculava" quando jovem. Poderia ler agora, que está no Palacio dos
Planalto e tem as benesses e mordomias do poder e tempo de sobra, eis que tem
muitos assessores e segue sua trilha de vida, como quando começou no Polo
Petroquímico, onde pouco trabalhou. Não gostava muito do batente. O negócio
dele era outro. Politica. Politica. Politica e agitação e grito no portão da
fábrica liderando os empregados. Sempre contra o patrão. Mas, agora o Miguel
Soldatelli Rossetto, deve estar vivendo um contraditório interno e psiquico
fantástico, pois, é poder, é chefe, tem o mando na mão e está no lugar do
patrão. Tem que administrar, gerir, fazer riqueza, pagar os empregados no fim
do mês e suportar o peso ético das criticas da dita classe média e como ele
sempre enfatiza e repete, quem protestou na rua, foram os eleitores que não
votaram na Dilma. Não sei de onde ele tirou esta afirmação. Em todos os casos o
Miguel Soldatelli Rossetto, deve lá ter suas razões para dizer que os protestos
de 15 de março, domingo, de 2012, foram só das pessoas que não votaram na Dilma.
Não vale fazer suposições e tirar ilações, da própria cabeça, num assunto tão
grave. Não sei se o Miguel Soldatelli Rossetto - viu e ouviu o discurso de seu
amigo e correligionário, João Pedro Stédile, em Caracas, que corre pela
Internet, pedindo ajuda do Maduro, da Venezuela, para vir e invadir o Brasil
para ajudar a Dilma pois os patrões querem derrubar a Dilma do poder. Eu acho
que o João Pedro Stédile devia ter bebido alguns tragos para fazer o discurso
que fez tal a violência com que falou, completamente, fora da realidade.
Nério "dei Mondadori" Letti.