terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A REPÚBLICA DA VINGANÇA

João Eichbaum

O jornalista Cláudio Humberto foi muito feliz ao abrir seu espaço, na quinta passada, com o título CUNHA ABRIU AS PORTAS DO INFERNO. Todos os pecados do Estado brasileiro estão expostos nessa mostra do espírito das trevas: vingança, mentira e roubo.

O instrumento usado para abrir esse antro de horrores foi a chave da vingança. Cunha estava sentado em cima dos pedidos de impeachment da Dilma, à espera do momento propício para jogar a marionete do Lula no caldeirão do diabo. Queria ter moeda de troca para entregar sua alma ao príncipe das trevas.

A declaração da guerra de escremento, com os políticos atirando bosta um contra o outro, foi dada a partir do momento em que os petistas da Comissão de Ética se manifestaram pela abertura do processo de cassação do Cunha.

Dias antes, o STF se esforçara para dar nó em pingo d’água, a fim de botar o senador Delcídio Amaral na cadeia, sem que isso parecesse um espontâneo e verdadeiro ato de vingança. O senador linguarudo andara insinuando que havia nódoas na conduta ilibada das vestais do Supremo.

Realmente, as portas do inferno se abriram para o Estado brasileiro, que deixou de ser uma Instituição, para se transformar numa aldeia amotinada por vinganças, mentiras e roubos. Mas quem vai se queimar mesmo nesse inferno será o povo: sem dinheiro, sem saúde, sem educação, sem segurança, sem emprego, e cheio de contas para pagar.


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