terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O DIREITO DO AVESSO

João Eichbaum

 Atravessaram o samba, botando no enredo o voto romântico da Carmen Lúcia e a catilinária do Celso de Mello. Fizeram batida de prisão preventiva com flagrante, sem açúcar e sem gelo, e depois, com camisinha inconstitucional, ó, cucurrucucu Paloma no do Delcídio.

Foi assim recomposta a honra do Supremo Tribunal Federal, que estava muito mal falada. Tanto estava que o Delcídio tinha como favas contadas umas  conversinhas com o Teori, o Gilmar Mendes, o Dias Toffoli e mais o Fachin, para ter habeas corpus em favor de Cerveró.

Deu na zebra que todo mundo sabe. Os ministros pedalaram a Constituição Federal, mas deram um sinal de alerta: foi recosturado o hímen do STF, daqui não sai mais ninguém pra zona da política, ninguém mais dá pra ninguém, em troca de toga.

Certamente Dilma, Lula e todo o PT estão arrependidos de terem escolhido a dedo o Zavaski para uma vaga no Supremo. Ninguém imaginava que a Constituição pudesse ser vítima da hermenêutica, para resgatar honras ultrajadas.

Espera-se que a lição tenha servido. Que de agora em diante, a escolha dos ministros do Supremo Tribunal Federal seja feita rigorosamente de acordo com a Constituição. Que tão somente o saber jurídico e a conduta ilibada sejam levados em conta.

Ministro dotado de notório saber jurídico e ilibada conduta jamais irá torcer a lei para beneficiar este e aquele, ou para atender às exigências da própria vaidade ou do ego ferido. O saber jurídico guiará a sábia aplicação da lei. E a conduta ilibada servirá de  filtro, por onde passarão somente decisões que conquistem a confiança de toda a sociedade.


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