O
DIREITO DO AVESSO
João
Eichbaum
Atravessaram o samba, botando no enredo o voto
romântico da Carmen Lúcia e a catilinária do Celso de Mello. Fizeram batida de prisão
preventiva com flagrante, sem açúcar e sem gelo, e depois, com camisinha
inconstitucional, ó, cucurrucucu Paloma no do Delcídio.
Foi
assim recomposta a honra do Supremo Tribunal Federal, que estava muito mal
falada. Tanto estava que o Delcídio tinha como favas contadas umas conversinhas com o Teori, o Gilmar Mendes, o
Dias Toffoli e mais o Fachin, para ter habeas corpus em favor de Cerveró.
Deu
na zebra que todo mundo sabe. Os ministros pedalaram a Constituição Federal,
mas deram um sinal de alerta: foi recosturado o hímen do STF, daqui não sai
mais ninguém pra zona da política, ninguém mais dá pra ninguém, em troca de
toga.
Certamente
Dilma, Lula e todo o PT estão arrependidos de terem escolhido a dedo o Zavaski
para uma vaga no Supremo. Ninguém imaginava que a Constituição pudesse ser
vítima da hermenêutica, para resgatar honras ultrajadas.
Espera-se
que a lição tenha servido. Que de agora em diante, a escolha dos ministros do
Supremo Tribunal Federal seja feita rigorosamente de acordo com a Constituição.
Que tão somente o saber jurídico e a conduta ilibada sejam levados em conta.
Ministro
dotado de notório saber jurídico e ilibada conduta jamais irá torcer a lei para
beneficiar este e aquele, ou para atender às exigências da própria vaidade ou
do ego ferido. O saber jurídico guiará a sábia aplicação da lei. E a conduta
ilibada servirá de filtro, por onde
passarão somente decisões que conquistem a confiança de toda a sociedade.
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