quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

NEM O PAPA TEM CERTEZA

João Eichbaum

Desde que nos entendemos por gente, ouvimos dizer que “Deus é bom, é poderoso, é misericordioso, é protetor”, para ficar só nesses adjetivos, já que seria impraticável, além de aborrecível, a enumeração de todas as boas qualidades desse “Deus”, que é imposto às crianças.

Até hoje ninguém provou isso. Ninguém nasceu, cresceu, estudou, arrumou emprego, casou, e foi feliz a vida inteira, poupado de dores, de perdas, de doenças, de dificuldades, de desesperos e...da morte. Um deus ornado com virtudes, que vão da bondade à misericórdia, jamais permitiria o mais insignificante senão na vida daquelas criaturas que foram “criadas” por ele, sem terem pedido para vir ao mundo. Ele lhes teria dado a vida, para serem inteiramente felizes e gratas a seu criador por tal felicidade. Isso seria normal, assim na terra como no céu.

Na verdade, são as religiões, principalmente as cristãs, que provam a inexistência desse “Deus”. Pintam-no como sendo a solução de todos os problemas, a redenção de todas as dores, mas até hoje não apresentaram um caso que comprove todas as boas qualidades dessa divindade. Pelo contrário, trazem como exemplo da “bondade” do Pai, o sacrifício que ele impôs ao próprio filho, Jesus Cristo, para a “remissão dos pecados”.

Duas perguntas: ele, “Deus” todo poderoso, não poderia ter resolvido o problema dos pecados da humanidade de outro jeito, a não ser com o sangue de seu filho? Você aí,teria coragem de matar o seu filho, para “salvar” uma humanidade que não tem jeito?

Todo esse blablablá é a propósito do que aconteceu em Roma ontem, por ocasião da abertura do “ano do jubileu”, uma cerimônia presidida pelo papa. Roma estava blindada. Nenhum avião poderia cruzar os céus do Vaticano, a polícia, armada até os dentes, estava de prontidão nas ruas. Atiradores de elite a postos nos pontos mais altos da praça de São Pedro, rijos como estátuas, poderiam ser confundidos com os santos. Nem filmagens cinematográficas, com atores portando armas, poderiam rodar na cidade eterna Tudo para proteger o Vaticano contra um possível ataque do “terror islâmico”.
Conclusão: nem o papa tem certeza de que “Deus” existe.



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