UMA SECRETARIA AO ESTILO MARIA DO
ROSÁRIO
João Eichbaum
Não me
lembro do nome da atual Excelência a quem está confiada a - mal chamada - Segurança. Mas o titular é bem a cara do Sartori, que o trouxe, não sei donde,
para resolver um problema que, até hoje, ninguém resolveu: o da insegurança dos
cidadãos.
Digo
que ele é a cara do Sartori porque tem jeito e fala de padre, bem como o governador.
Com esse jeito, claro, não vai chegar a lugar nenhum. Não é com fala mansa que
se trata bandido. E se é para ter um jeito cristão de governar, que seja ao
estilo sapatão de madre superiora.
Na
semana passada, roubaram um automóvel da Polícia Civil e um radar da Brigada
Militar. Quer dizer, nem a polícia tem segurança, nem ela consegue se proteger
dos bandidos.
O
policial civil que estava usando o automóvel levado pelos bandidos, parecia um
noviço. Disse que fez tudo direitinho. Não reagiu, seguindo a norma idiota do
manual de sobrevivência editado pela própria polícia, que nos recomenda um
comportamento de ovelha mansa. Já o radar estava dando sopa, sem operador, sem
vigilância, à beira de uma estrada. Foi levado por motoqueiros.
E, para
completar esse modo cristão de tratar malfeitores, a polícia civil, depois de
prender um bandido que assassinara a facadas uma indefesa estudante, em São
Francisco de Paula, se preocupou, em primeiro lugar, com a vida do vagabundo:
levou-o para uma prisão segura, onde ele estaria a salvo da reação de outros
presos.
Estamos
entregues a uma evangélica Secretaria. Tudo lá afina com o nome cristão da
Maria do Rosário: temos que dar a outra face para o bandido que nos agride, e garantir
para ele o bem que ele tirou de outrem: a vida. É a maneira hipócrita de
disfarçar a incompetência, para dar a falsa impressão de que vivemos num oásis
de paz, onde cada coisa está no devido lugar.
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