A
FARSA
João Eichbaum
Não é preciso ser antropólogo, para
concluir que o homem é capaz de tudo. Prendado com qualidades que vão da
imbecilidade ao gênio, da moral aos maus costumes, esse animal, que exige
respeito e direitos humanos, porque se acha digno, jamais deixa de surpreender.
Ele cria falsos ídolos e a eles se
entrega incondicionalmente, como se fossem de outra raça, como se não fossem
produtos de sua imaginação a grandeza e a superioridade que lhes atribui.
Artistas, jogadores de futebol, cantores
e até políticos são guindados pela maioria dos homens à condição de veneráveis,
que se aproxima da deificação. Olhem o mito em que transformaram Lula, o
metalúrgico: ele se considera invulnerável e tem gente que recebe seus
discursos de língua pegada como mensagens dos deuses. Até a Dilma, com aquela
cara de múmia tratada em salão de beleza, atrai adoradores.
Em Caxias do Sul, uma dessas construtoras
que enriquecem com o programa “minha casa, minha vida”, cometeu uma
imbecilidade de que só o homem é capaz. Com a intenção de montar um cenário de
rainha para que a periclitante presidente fizesse propaganda de seu partido, a
empresa decorou e mobiliou o apartamento que seria entregue a um casal, como um
símbolo dos milagres do PT.
Mal a Dilma deu as costas, e antes que o
casal quisesse celebrar uma vida de sonho e perfeição no colchão que não era
deles, os móveis e eletrodomésticos foram retirados do apartamento. O casal
tinha sido enganado, com a informação de que se tratava de um presente da firma
construtora.
Idólatras dessa mulher que, ilhada no
mundo impuro da rejeição, arrasta a economia do país para o abismo, os donos da
empresa fizeram o casal de bobos, usando-os como meros degraus de suas ambições
e como garotos-propaganda do PT.
Quando se divulgou a farsa, a empresa não
teve como conter a revolta das pessoas enganadas, e devolveu o mobiliário. Mas,
do episódio restou mais uma lição sobre os homens: tanta é a hipocrisia a lhes
fermentar no espírito, que são capazes de ser cruéis até num gesto de
magnanimidade.
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