sexta-feira, 11 de março de 2016

 A FARSA

João Eichbaum

Não é preciso ser antropólogo, para concluir que o homem é capaz de tudo. Prendado com qualidades que vão da imbecilidade ao gênio, da moral aos maus costumes, esse animal, que exige respeito e direitos humanos, porque se acha digno, jamais deixa de surpreender.

Ele cria falsos ídolos e a eles se entrega incondicionalmente, como se fossem de outra raça, como se não fossem produtos de sua imaginação a grandeza e a superioridade que lhes atribui.

Artistas, jogadores de futebol, cantores e até políticos são guindados pela maioria dos homens à condição de veneráveis, que se aproxima da deificação. Olhem o mito em que transformaram Lula, o metalúrgico: ele se considera invulnerável e tem gente que recebe seus discursos de língua pegada como mensagens dos deuses. Até a Dilma, com aquela cara de múmia tratada em salão de beleza, atrai adoradores.

Em Caxias do Sul, uma dessas construtoras que enriquecem com o programa “minha casa, minha vida”, cometeu uma imbecilidade de que só o homem é capaz. Com a intenção de montar um cenário de rainha para que a periclitante presidente fizesse propaganda de seu partido, a empresa decorou e mobiliou o apartamento que seria entregue a um casal, como um símbolo  dos milagres do PT.

Mal a Dilma deu as costas, e antes que o casal quisesse celebrar uma vida de sonho e perfeição no colchão que não era deles, os móveis e eletrodomésticos foram retirados do apartamento. O casal tinha sido enganado, com a informação de que se tratava de um presente da firma construtora.

Idólatras dessa mulher que, ilhada no mundo impuro da rejeição, arrasta a economia do país para o abismo, os donos da empresa fizeram o casal de bobos, usando-os como meros degraus de suas ambições e como garotos-propaganda do PT.


Quando se divulgou a farsa, a empresa não teve como conter a revolta das pessoas enganadas, e devolveu o mobiliário. Mas, do episódio restou mais uma lição sobre os homens: tanta é a hipocrisia a lhes fermentar no espírito, que são capazes de ser cruéis até num gesto de magnanimidade. 

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