domingo, 29 de junho de 2008

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

DINHEIRO DE BÊBADO TAMBÉM NÃO TEM DONO

João Eichbaum

Não foi por acordo prévio nem por qualquer outro tipo de combinação. O que nos une neste “blog”, debaixo do estilo “ridendo castigat mores”, é a força da atração dos semelhantes. A verve do Paulo Wainberg e o humor insinuante do Mário Simon (esse mais “ridendo” do que “castigando”) se unem às diatribes deste escriba para mostrar, aos que nos lêem, que a única coisa que nos resta é gozar com a cara dos que nos enganam. A nós, que não temos poder, só nos resta rir dos poderosos (esse é, no fundo, o sentido da frase latina “ridendo castigat mores”).
Pois um leitor, ou blogueiro, criticou a crônica do Paulo Wainberg, intitulada “Se comer bombom não dirija”. Pelo jeito, o mencionado leitor não entendeu o espírito da coisa: “como indignação de um jornalista que representa a classe A, está bem redigida a crônica. Mas como exame imparcial e desprovido de preconceitos, está falha. Por vários motivos, mistura coisas, confunde em vez de esclarecer”.
Ou seja, encheu a bola do Paulo para, logo depois, enfiar um prego nela.
Sem procuração do Paulo, mas conhecendo suas idéias, seu humor ferino, seu estilo “ridendo castigat mores”, tomo-lhe as dores e respondo.
Não é a lei que arranca a nossa indignação, mas a moral (eles a têm?) dos que a pariram. Falo da chamada “lei seca” ou “tolerância zero”, que está botando toda a polícia atrás de bêbados – como eu.
Claro, minha gente, meus amigos de copo e de cruz, (como diria o Chico Buarque) é muito mais fácil pegar bêbado, do quer pegar bandido, traficante, político corrupto, pessoal do MST, da Vila Campesina e de outras organizações nem tanto criminosas.
Para combater o crime, é preciso dinheiro. Mas, não há dinheiro para a segurança, como não o há para a educação, para o sistema carcerário, para o sistema viário (entregue às concessionárias), para a saúde. Então, peguemos o dinheiro dos bêbados.
Sim. Mas o que fazem com os nossos impostos? O que fazem com esse absinto que nos devora três meses de trabalho por ano, e é subtraído dos alimentos, da escola e da saúde de nossos filhos? Ah, esse vai para as mordomias dos presidentes e ex-presidentes da república, (sim, com letra minúscula) cassados ou não, equipados com seguranças, automóveis, e sustentados por pensões vitalícias. Vai para o mensalão, para os cartões corporativos, para as viagens e diárias de deputados e senadores, para os dirigentes dos sindicatos (há quantos anos o Lula não trabalhava, mesmo, antes de assumir a presidência da república?), para o MST que degola brigadianos, para a Vila Campesina, que destrói lavouras, para o “bolsa-eleição” que incentiva a preguiça, para os comunistas de antigamente e que hoje, graças a indenizações milionárias, se tornaram capitalistas – coitadinhos, seqüestradores, ex-assaltantes de bancos, parasitas da esquerda que só sabe berrar, enquanto a caravana passa.
Não somos contra a lei, gente. Somos contra essa cambada, que agora pega também o dinheiro dos bêbados, para sustentar a bandalheira nacional. Somos contra o engodo, contra a hipocrisia (há energúmenos anti-álcool que se consideram mais deuses do que J. Cristo, o qual não só tomava o seu vinhozinho, como providenciava para que não faltasse o precioso líquido nas festas), contra a fonte legislativa imoral: já que pardais, caetanos e radares estão mais do que manjados, é preciso criar outro poço de dinheiro, além do imposto aquele, chamado de “contribuição” para a saúde.
Ah, sim, somos contra, e não queremos sustentar mais CPIs, essas comédias sem graça que, ao cabo e ao fim, depois de eleitoreiras aparições na TV, concluem: é, o dinheiro sumiu.

Um comentário:

Donato disse...

Me associo, como indignado, com as leis que são criadas neste país pelos políticos que elegemos e régiamente recompensamos.
Nada contra a crônica do Paulo, muito pelo contrário, concordo com ele e reforço a minha indignação.
Enquanto não conseguirem nos tirar a capacidade de indignação alguma luz no fim do túnel restará.
Os políticos tentam nos culpar por tudo de errado que eles fazem,
criminalizam as nossas condutas, e se esquecem que deveriam fazem uma limpeza moral e geral nos seus quintais.
Políticos, na minha concepção, são os que tiram dinheiro dos que trabalham para dar aos que não trabalham (MST, via campesina, ONG`s, bolsas reeleições, os próprios bolsos...).