CRÔNICAS POETÍLICAS
A BALADA DO EGOISTA
Paulo Wainberg
É meu, é meu, é meu!
Para mim, para mim, para mim!
Sou eu, sou eu, sou eu!
Para sempre é meu,
Para mim,
Sou eu,
Até o fim!
Ganho de todas as fontes
Arreganho todas a frontes
Machuco os próximos, os distantes,
Os humildes e arrogantes,
Ótimos e ruins,
Parentes e afins
Sou eu, para mim,
Até o fim.
Desprezo quaisquer amores
Despetalo todas as flores,
Rio das lágrimas alheias,
Ofendo as bonitas e as feias
Faço pouco de quem veio
E daquele que não veio
Porque sou assim,
Sou eu, para mim,
Até o fim.
Idolatro-me no espelho,
Criança, jovem ou velho,
Embebedo-me de coragem,
Bêbado de valentia,
Vigor, certeza e ousadia,
Anjo, diabo e querubim
Eu sou assim,
Sou eu, para mim,
Até o fim.
Concedo quando convêm
E quando não, também.
Complacência covarde
Que se mostra cedo ou tarde
Nas mentiras de ocasião,
Dizendo sim quando é não,
Bancando ser quem não sou,
Gaguejando ou, ou...ou...
Qual um gago chinfrim,
Porque sou eu, para mim,
Até o fim.
E quando não tem saída
E está posto o dilema,
Não sofro nem tenho medo.
Sigo o rumo da rima,
Subo lá para cima
E sem pensar em ninguém
Que me goste ou queira bem,
Resolvo de vez o problema:
Despenco com alegria,
Desfrutando a euforia
De, até que um dia
E por fim,
Ser eu, para mim
Até o fim.
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