quarta-feira, 22 de junho de 2011

JÁ NÃO MAIS EXISTEM HOMOSSEXUAIS COMO ANTES

Janer Cristaldo

Homossexualismo, pelo jeito, está se tornando um fenômeno religioso. Surgiu agora em me bairro a igreja Cidade de Refúgio, criada por duas pastoras lésbicas evangélicas. Se você é daqueles que um dia sonhou com uma freirinha de hábito, agora há pecado melhor. Pecado multiplicado por três: pastoras, lésbicas e evangélicas.

Mais ainda, militantes. O casal de pastoras, Lanna Holder e Rosania Rocha, pretende participar da Parada Gay de São Paulo, no 26 de junho próximo, para evangelizar os participantes. Estudantes de assuntos ligados à teologia e a questões sexuais, as mulheres encaram a Parada Gay como um movimento que deixou de lado o propósito de sua origem: o de lutar pelos direitos dos homossexuais.

“A história da Parada Gay é muito bonita, mas perdeu seu motivo original”, diz Lanna Holder. Para a pastora, há no movimento promiscuidade e uso excessivo de drogas. “A maior concepção dos homossexuais que estão fora da igreja é que, se Deus não me aceita, já estou no inferno e vou acabar com minha vida. Então ele cheira, se prostitui, se droga porque já se sente perdido. A gente quer mostrar o contrário, que eles têm algo maravilhoso para fazer da vida deles. Ser gay não é ser promíscuo.”

Até pode não ser promíscuo, mas o Livro o proíbe. Pelo menos no caso do homossexualismo masculino. No Levítico, lemos: “Com homem não te deitarás como se fosse mulher; é abominação.” E logo mais adiante: “Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles”. Mas se homossexuais devem ser mortos, há uma brecha: se um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher. Os judeus sempre abominaram a penetração no vaso indevido, como diria Tomás de Aquino. Quanto às lésbicas, nada contra. Profitez-en, jeunes filles!

Em meio a isso, o STF se manifestou a favor da união homossexual. Ou, como prefere o ministro Ayres Britto, homoafetivas. Cá entre nós, sempre fui contra o casamento homossexual. Não por ser contra o homossexualismo. Afinal, gosto não se discute. Mas por ser contra a prisão do casamento. Casamento implica divórcio, separação de bens y otras cositas más.

Outro dia, um amigo me dizia que a palavra homoafetivo elimina o sufixo sexual da palavra homossexual, deixando assim de lado o que ele chama de “lascívia pura”. Pode ser. Mas eu sou dos bons tempos pagãos da lascívia pura. Isso de trocar tesão por ternura, perdoem-me meus leitores homoafetivos, é coisa de bicha. Mais ainda, de bicha católica. Estão cristianizando o que um dia foi puro prazer. Prova disto são as pastoras lésbicas de meu bairro.
Pelo que li, as pastoras durante muito tempo condenaram as relações homossexuais. Dizem que a carne é fraca. No caso, a carne foi mais forte. Hoje, as moças não só aderiram ao bom esporte, como passaram a fazer proselitismo.

Em meio a isso, leio notícia vinda da Argentina. Duas mulheres que se casaram em abril deste ano em la Rioja iniciaram os trâmites do primeiro divórcio entre homossexuais no país, informaram nesta quarta-feira à agência EFE fontes da Federação de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais. Se bem me lembro, isto já ocorreu há alguns anos na Alemanha. São as decorrências do casamento. Quando não havia casamento, era só dizer tchau e não se precisava recorrer a advogados.

Ángela, 46, e Vanesa, 26, estavam juntas há seis anos, e após a sanção da lei de casamento igualitário, em julho de 2010, decidiram se casar no dia 20 de abril passado. A união teria provocado grande repercussão na mídia local por ser a primeira do tipo naquela região da Argentina. As mulheres se conheceram em 2005, quando se relacionavam com homens. Mutatis mutandis, foi o caso das pastoras minhas vizinhas.

Desde há muito venho escrevendo sobre os dias áureos do homossexualismo, quando um homem se relacionava com quantos parceiros quisesse sem dar satisfação a ninguém. Com isso de casamento, fidelidade se torna obrigação. Segundo a imprensa argentina, a ruptura do casamento aconteceu como conseqüência da infidelidade de uma das moças.

Os homossexuais, que um dia foram outlaws, estão preferindo as algemas do casamento. E virando religiosos. Estão caindo em meu conceito.

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