terça-feira, 14 de junho de 2011

PROCESSOS NO SANITÁRIO

João Eichbaum

Na comarca de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, já não há lugar para os processos nas prateleiras. Eles estão esperando andamento, ou sentença, nos sanitários.
A notícia, por coincidência, veio logo após duas decisões do Supremo Tribunal Federal, uma com relação a viados e lésbicas, cujos ajuntamentos começaram a ser tratados como “entidade familiar”, e outra, com a acolhida de um bandido italiano entre as pessoas honestas que trabalham, cumprem a lei, pagam impostos e não matam ninguém.
Manjaram?
Agora, sim, os processos que tramitam na Justiça estão no lugar certo: no sanitário. É para lá que vão os detritos do ser humano.
É para lá que vão as sentenças burras, as sentenças cheias de falsa erudição, as sentenças que beneficiam ricos, as sentenças que massacram os pobres, as sentenças sem pé nem cabeça, as sentenças políticas.
Até hoje ninguém tinha encontrado um lugar onde a justiça se sentisse tão à vontade: no sanitário.
E tudo isso, por uma razão muito simples.
Vocês sabem como e porque são escolhidos os ministros do Supremo Tribunal Federal?
São escolhidos pela cor e pelo sexo.
Primeiro, foi o Fernando Henrique, conhecido como FHC.
Disse ele:
- Quero uma mulher no STF
E apareceu a Elen Gracie, com cara de virgem.
Depois, foi o Lula:
-Quero um negro no STF.
E apareceu o Joaquim Barbosa, aquele afrodescedentão que tirou licença para tratar da coluna e passava o tempo jogando “snoocker” e tomando cachaça com a turma dele, no Rio de Janeiro, onde há muitas praias e mulatas bundudas.
E aí veio o Lula, de novo:
-Desta vez vai um amigo meu pro STF.
E foi o Toffoli, seu advogado, um cara que não fede nem cheira, não passou no concurso de juiz, mas está lá agora, debaixo da toga, ditando regras.
Agora, a Dilma quer botar uma mulher negra no Supremo. Não basta ser mulher. Tem que ser negra.
Não são os valores que ditam a organização da Justiça. Não é a competência comprovada, a inteligência, a vocação para a magistratura, a sensibilidade no trato com as questões que afetam a sociedade. A Presidência da República não leva em conta as necessidades do povo. O que conta são as amizades, as indicações políticas, as preferências pessoais.
E enquanto na parte de cima da Justiça se vestem com toga apenas teóricos do direito ou políticos que não estão preparados para julgar, na parte debaixo, jovens, embriagados com o poder, prendem, soltam e ordenam como se fôssem donos do mundo.
Se fosse tratada com dignidade a Justiça mereceria melhor destino do que o sanitário.

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