quarta-feira, 27 de junho de 2012

ESMOLAS


João Eichbaum

Na matéria que acompanhou a vida de um menino de rua, a repórter Letícia Duarte, com o apoio explícito da direção e do setor editorial do jornal Zero Hora, conclamou  a população, para que se abstenha de dar esmolas, sob o fundamento de que a esmola não só desestimula para o trabalho, como serve para alimentar os vícios.
Ninguém se pronunciou contra, todo mundo aplaudiu, é isso mesmo, gente, oba, oba!
Só que a Zero Hora não se deu conta de que estava falando em corda exatamente na casa de um enforcado chamado Brasil.
Apenas uma voz se levantou, nesse deserto imenso de falta de senso crítico deste país que, há  quase dez anos está entregue a um grupo que faz e desfaz, comete asneiras, mete a mão no cofre nacional, engana o povo com blablabá e pratica uma insolente caridade com o dinheiro público. Essa voz  afinada que mostra o quão desafinado estava o coro do oba, oba, não dê esmola, é do leitor Miguel Neves da Silva, de Canoas, que diz assim: “Espetacular, embora chocante, o especial Filho da Rua. Quanto à cobrança de quem dá esmola, serve para os últimos governos, que dão bolsas e mais bolsas, às custas de quem dá emprego, mirando votos.”
Realmente, “nunca dantes nesse país”, se beneficiou tantos vagabundos, se estimulou a paternidade irresponsável e se incrementou a preguiça, como durante o governo do PT. O “bolsa-família” é o pai de todas as esmolas. Seguem-se depois as verbas que sustentam os criminosos que invadem propriedades, o “aluguel social” daqueles que erguem barracos em terrenos públicos, e assim por diante.
Enquanto aquele que trabalha e produz é escorchado com a maior carga tributária do planeta, o vagabundo é estimulado a continuar na vagabundagem, a preguiça é chancelada oficialmente, a depredação do patrimônio público e privado é subvencionada pela administração do PT.
Esse é o quadro social próprio para que se criem e se multipliquem os “filhos de rua”: para que estudar, para que trabalhar, se o governo patrocina exatamente os que não trabalham?


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