segunda-feira, 18 de junho de 2012

NEM PRECISA DE NOSTRADAMUS


João Eichbaum

Ainda que remotamente, o primata humano está dando sinais de que começa a ter perspectivas do fim.
A Europa, que pretendia ser a grande potência econômica mundial com a união de forças, já mostra sintomas sérios de esgotamento.
Só os primatas de lá não viram isso: juntar Portugal, Grécia e Espanha às forças da Alemanha, com a ajuda da Itália e da França, que não estão entre os piores, mas precisariam melhorar muito para chegar até lá, não podia dar outra coisa. A Alemanha, a destruída e ressuscitada Alemanha, que dá lições para o mundo inteiro, não pode carregar toda a Europa nas costas.
A China, que escraviza a mão de obra do primata, está chegando ao topo do monte econômico. Mas os primatas escravizados não resistirão por muito tempo.
Japão e Estados Unidos, que não se juntaram em grupos, como a União Européia e o Mercosul, embora não estejam crescendo no ritmo da China, estão longe dos perigos que ameaçam detonar a economia européia. Só que de nada adiantará o seu crescimento, se é que isso vai acontecer, porque terão que escolher entre a Europa falida e a América fodida.
Agora, se reuniram cerca de duzentos países, no Rio de Janeiro, para discutir o porvir, para lançar fundamentos que garantam o futuro da humanidade, porque a natureza, ameaçada, já dá mostras de cansaço, e aponta para uma perspectiva negra de vida: há gente demais no mundo e o espaço para plantar se torna cada vez menor, a fome avança, mas a ganância também.
Então, estão reunidos pobres e ricos no Rio de Janeiro (quem é que vai pagar essa conta, mesmo?) para elaborar uma, digamos assim, carta de intenções, a fim de equilibrar a natureza com a economia.
Coisa de primatas, naturalmente.
Nunca. Duzentas pessoas, reunidas, nunca irão pensar a mesma coisa. Nunca, neste planeta, alguém conseguirá conciliar interesses. Nem Jesus Cristo conseguiu unanimidade. Os interesses dos pobres não combinam com os interesses dos ricos.
Então, a coisa está assim, ó: a ameaça da derrocada Européia somada às ameaças da natureza agredida faz resultar o anúncio de que o primata humano chegou na encruzilhada. Só não sabe qual dos caminhos conduzirá ao seu fim.
A natureza não vai esperar pelo equilíbrio. Vai cobrar a sua parte. E aí, deu.




Um comentário:

Gigi disse...

Pessimista ou realista, mas um belo artigo, bem fundamentado.