João Eichbaum
Ainda que remotamente, o
primata humano está dando sinais de que começa a ter perspectivas do fim.
A Europa, que pretendia ser
a grande potência econômica mundial com a união de forças, já mostra sintomas
sérios de esgotamento.
Só os primatas de lá não
viram isso: juntar Portugal, Grécia e Espanha às forças da Alemanha, com a
ajuda da Itália e da França, que não estão entre os piores, mas precisariam
melhorar muito para chegar até lá, não podia dar outra coisa. A Alemanha, a
destruída e ressuscitada Alemanha, que dá lições para o mundo inteiro, não pode
carregar toda a Europa nas costas.
A China, que escraviza a mão
de obra do primata, está chegando ao topo do monte econômico. Mas os primatas
escravizados não resistirão por muito tempo.
Japão e Estados Unidos, que
não se juntaram em grupos, como a União Européia e o Mercosul, embora não
estejam crescendo no ritmo da China, estão longe dos perigos que ameaçam
detonar a economia européia. Só que de nada adiantará o seu crescimento, se é
que isso vai acontecer, porque terão que escolher entre a Europa falida e a
América fodida.
Agora, se reuniram cerca de
duzentos países, no Rio de Janeiro, para discutir o porvir, para lançar
fundamentos que garantam o futuro da humanidade, porque a natureza, ameaçada,
já dá mostras de cansaço, e aponta para uma perspectiva negra de vida: há gente
demais no mundo e o espaço para plantar se torna cada vez menor, a fome avança,
mas a ganância também.
Então, estão reunidos pobres
e ricos no Rio de Janeiro (quem é que vai pagar essa conta, mesmo?) para elaborar
uma, digamos assim, carta de intenções, a fim de equilibrar a natureza com a
economia.
Coisa de primatas,
naturalmente.
Nunca. Duzentas pessoas,
reunidas, nunca irão pensar a mesma coisa. Nunca, neste planeta, alguém
conseguirá conciliar interesses. Nem Jesus Cristo conseguiu unanimidade. Os
interesses dos pobres não combinam com os interesses dos ricos.
Então, a coisa está assim,
ó: a ameaça da derrocada Européia somada às ameaças da natureza agredida faz
resultar o anúncio de que o primata humano chegou na encruzilhada. Só não sabe
qual dos caminhos conduzirá ao seu fim.
A natureza não vai esperar
pelo equilíbrio. Vai cobrar a sua parte. E aí, deu.
Um comentário:
Pessimista ou realista, mas um belo artigo, bem fundamentado.
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