João Eichbaum
Aquele “ohhhhh” que a
plateia grunhiu, ao ver o Lula e o Maluf se abraçando, mostra que o distinto
público não conhece os políticos.
O Lula veio do nordeste, com
uma mão na frente e outra atrás, as duas com cinco dedos, matar a fome em São
Paulo. Enganou de torneiro mecânico e empenhou um dos dedos com o demônio, para
poder ser alguém na vida.
O demônio aceitou: acordo
feito. E o Lula começou a subir, de fato, na vida. Aproveitou o auxílio-doença
para fazer carreira no sindicato e nunca mais voltou a enganar como torneiro
mecânico. Ele foi esperto, soube apostar na sua melhor qualidade, a arte de
enganar. Afinal, não foi por nada que ele ofereceu o dedo ao diabo.
Então, mal sabendo escrever,
porque ler, nem ele mesmo sabe se sabe, porque jamais leu um livro, foi
enganando no sindicato, com seus gritos histéricos e a voz rouca de sapo. Para
não o confundirem com sapo, adquiriu uma barba. Aí começaram a chamá-lo de Sapo
Barbudo. Mesmo assim, não se incomodou. O que ele queria era ser lembrado,
conhecido.
Enfim, chegou à liderança
sindicalista, se aposentou depois de ter enganado como torneiro mecânico uma
meia dúzia de anos e se botou na política. Sempre usando sua grande qualidade,
que é a de enganar, chegou a presidente desta república. Lá se aproveitou do
dinheiro que nunca tinha visto na vida e começou a comprar adversários. O
adversário político gosta de dinheiro e ele sabia disso. Resultado: a quadrilha
do mensalão.
O Maluf nunca precisou fazer nada na vida:
achou tudo pronto. Comerciante por genética e etnia, já nasceu bem de vida, o
destino sempre o tratou bem, sem precisar negócio nenhum com o demônio. Aliás,
demônio nenhum iria querer negociar com ele, sabendo que só tinha a perder.
Então, o Maluf não precisava
subir na vida. Já nasceu em cima. Dinheiro para ele nunca foi problema. Por
isso ele não precisava matar um leão por dia para viver. Mas, se achasse morto,
ah, isso ele não perdoava... O que ele fez então foi organizar a quadrilha dos
que precisavam matar. Ele já achava o leão
morto.
De modo que, de leão em leão,
ele fez da política o grande multiplicador do seu patrimônio, que era o
multiplicando nessa operação aritmética.
Foi processado, proibido de
entrar em vários países, teve que fugir etc. etc.
Dois grandes currículos, o
do Lula e o do Maluf, do tamanho da vergonha da política brasileira. É que a
vergonha até aqui ainda era pouca...
E vocês sabem por que é que
eles se uniram?
Porque não poderão ser
processados por formação de quadrilha. As quadrilhas já estão formadas há muito
tempo!
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