segunda-feira, 10 de dezembro de 2012


O LULA E O JOAQUIM BENEDITO
João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com

No dia em que, muito além do prazo de validade, desapareceu da face da terra a figura do senhor Oscar Niemayer, foi emitida uma nota oficial, que assim rezava:
“É com pesar e profunda consternação que tomei conhecimento da morte de Oscar Niemeyer, um dos maiores gênios e artistas que o Brasil já teve. Suas criações originais, unindo arquitetura e poesia, expressaram os limites elevados da genialidade brasileira e ajudaram a projetar o nome do Brasil no exterior.
A criação constante e revolucionária de novas formas de expressão arquitetônica fez de Niemeyer um dos grandes expoentes da arquitetura moderna mundial. Homem de hábitos simples, notabilizou-se pela defesa dos ideários de liberdade e a busca incansável pela dignidade da gente brasileira.”
Quem assinou essa nota? Vocês acham que foi o Lula?
Claro, combinaria muito bem com o Lula esse texto. Ele se afeiçoaria perfeitamente aos escassos conhecimentos de vernáculo, próprios do bebê, ou “bebum” da Rosemary.
Por exemplo, o Lula não sabe que “pesar” e “consternação” são a mesma coisa, são sinônimos (e o Lula não sabe o que significa “sinônimo”). E só quem não conhece o vernáculo é capaz de usar uma expressão como essa: “é com pesar e profunda consternação”. Quer dizer, o “pesar” não é profundo. A “consternação”, sim, o é.
“Um dos maiores gênios e artistas”.
Me poupem!
Existem gênios maiores e gênios menores? Existe a escala da genialidade, uns embaixo, outros em cima, uns mais gênios do que outros?
Não. Claro. O Lula não sabe que gênio é gênio, que não existe uma graduação, distinguindo gênios “maiores” e “menores”.
Pior do que isso, só a expressão “um dos maiores gênios e artistas”.
Que construção gramatical é essa? Gênios e artistas são categorias distintas? Nenhum gênio pode ser artista, e nenhum artista pode ser gênio? Gênios são uma coisa, artistas são outra?
Claro, o problema está na mal empregada elipse do adjetivo “maiores”. Mas o Lula não sabe o que é elipse, então, tudo bem.
Na segunda parte da nota, o Niemayer deixou de ser um gênio, para ser um dos “grandes expoentes da arquitetura moderna mundial”.
Essa nota poderia ter sido assinada pelo Lula, que nunca defendeu tese de doutorado. Os erros de conceito e de construção gramatical, a falta de compromisso com a lógica, o desrespeito a princípios que informam a dialética, debitados à ignorância dele, seriam perdoados.
Mas, o Lula está absolvido. Não foi ele quem a redigiu. Olhem quem  emitiu a nota:
Neste momento de luto, em nome do Supremo Tribunal Federal, manifesto solidariedade aos familiares e amigos de Oscar Niemeyer.”
Sim, ele mesmo, o Joaquim Benedito, quer dizer, o Joaquim Barbosa.
A nota poderia ter sido assinada pelo Lula, porque ele é ignorante. Mas, não poderia ter sido assinada pelo Joaquim Benedito, que é “doutor” pela Sorbonne.
Como é que alguém, que apanha do vernáculo do país onde nasceu, consegue escrever uma tese em francês na Sorbonne?
A resposta é simples: lá, na França, como aqui, há pessoas inteligentes, (ladinos, como são os latinos) que “vendem” teses.
Para quem não se deu conta, a diferença é a seguinte: o Lula é um ignorante dotado de inteligência, enquanto o Joaquim Benedito é um doutor com comprometedoras dificuldades de raciocínio.





Um comentário:

Gigi disse...

Pegou pesado o nosso cronista. Acho que os dois são inteligentes; um não tem como não revelar, de minuto em minuto, sua incultura; o outro, cultíssimo doutor, sem dúvida inteligente, cochila de quando em vez, como se diz que até Homero fazia.