QUANDO O SEXO PREJUDICA O
“PIB”
João Eichbaum
joaoeichbaum@gmail.com
Vão me amaldiçoar, vão
me chamar de cruel, insensato, ingrato, mentecapto, ou, no mínimo, preconceituoso
– eu sei. Mas, me desculpem, sou um escravo da verdade, a hipocrisia não é o
meu forte, e por isso me apresento como realista. E além de realista sou,
claro, epicurista e pragmático.
Pensem comigo. Por que
é que a economia nos países europeus está começando a fazer água?
Por uma razão muito
simples: o Estado está sendo onerado excessivamente. Há uma sobrecarga de
despesas muito grande para o Estado, que são as aposentadorias. Tanto as
aposentadorias públicas, como as privadas são suportadas pelo Estado, com o
dinheiro arrancado de quem trabalha.
Para fazer frente a
esse encargo, o Estado é obrigado a manter os impostos em nível muito alto. Em
conseqüência, sobra menos no bolso dos cidadãos. E, sobrando menos, menos eles
poderão comprar. E comprando menos, menos entrará para os cofres públicos.
Bom, resumindo: o
Estado gasta, a fundo perdido, com os velhos. E os velhos produzem pouco, ou
nada. Por que? Porque são velhos, têm problemas de saúde, precisam comprar
remédios. Então, das duas uma: ou o Estado lhes patrocina o remédio e perde com
isso, ou os próprios velhinhos bancam seus remédios e, com isso, lhes sobra
menos dinheiro para comprar, quer dizer, para contribuir com a circulação de
riquezas, para incrementar o PIB.
Conclusão, minha gente:
o que está fazendo mal para a economia é a saúde. É a saúde dos velhos. Os
velhos demoram para morrer, ficam sugando o Estado e não lhe dão nada em troca.
Os avanços da ciência,
que estão permitindo a longevidade é que são os responsáveis por isso.
Antigamente o velho não durava muito, brochava e, por isso, não dava trabalho,
sua longevidade não repercutia no orçamento do Estado, não sobrecarregava a
previdência social. Mas, hoje é diferente. Há velhos demais, sustentados pelo
Estado.
Com isso, sobra pouco
para a educação e para a segurança, por exemplo.
A educação está uma
porcaria, todo mundo sabe disso. O futuro dos jovens está cada vez mais negro:
não se investe no jovem, apenas se gasta com os velhos. Esses estão numa boa:
ou muito bem aposentados, ou tendo a saúde bancada pelo Estado. Sem contar
outras mordomias, como estacionamento especial, passagens gratuitas, meia
entrada nos espetáculos, preferência em qualquer fila (logo eles que não têm o
que fazer na vida).
Enquanto isso, por
faltar dinheiro para a segurança, os jovens morrem, sofrendo acidentes, ou
sendo assassinados. Os velhinhos, que não saem para a rua, não sofrem os
efeitos da falta de segurança e continuam vivos, não só por isso, mas porque a
saúde lhes garante longevidade.
A longevidade faz mal
aos jovens, tira-lhes o emprego. Sem jovens, ou com menos jovens, a economia
fracassa
Por favor, deixem que
se sobreponha o equilíbrio da vida, principalmente com a força predatória, de
que se encarrega a natureza. Façam alguma coisa, antes que os juízes comecem a
obrigar o Estado a fornecer Viagra para os velhinhos em nome do direito de
trepar.
Aí, sim, deu, porque, satisfeito com o sexo, o
cara não encontra razões para morrer.
Um comentário:
Como solucionar ou minimizar o autêntico problema do envelhecimento da população e de que há cada vez menos jovens trabalhando para sustentar todo o sistema previdenciário? Faz parte da solução o retardamento das aposentadorias, claro. Acho que, como está, ruma-se à inviabilidade. Mas o governo, com o apoio do congresso, vem tomando algumas medidas, não é? O fator previdenciário reduziu o valor das aposentadorias, com a alternativa de aposentar-se mais tarde. Economia de um jeito ou de outro. Se o aposentado viver muito, assistirá à corrosão inflacionária do que ganhar acima do mínimo. De outro lado, o atendimento à saúde, mesmo gastando muito, ainda assim vai mal. Finalizando, à medida que estou envelhecendo, já estou simpatizando com a ideia final. Viagra aos idosos, por que não?
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