O PREÇO DA IRRESPONSABILIDADE
João Eichbaum
Olhem só que bela
notícia para bagunçar a nossa vida: a justiça mandou abrir as portas da cadeia,
no Rio Grande do Sul, para quinhentos presos. Assaltantes, traficantes e
ladrões de carro, entre outros, estarão livres para soltar a franga e festejar
a virada do ano, com muita droga, beberagem, roubos e mortes, naturalmente.
A desculpa para essa
agressão contra a sociedade, segundo o juiz das Execuções Criminais, é que os
presos têm o direito ao regime semi-aberto e, como não há condições materiais,
por falta de vaga nas prisões, eles serão soltos.
Quer dizer: o direito
dos presos é respeitado, mas o direito das pessoas honestas, trabalhadoras, que
pagam seus impostos, têm filhos para criar não merece a mínima consideração.
A falta de bom senso,
de coragem e de inteligência é a única responsável por isso.
Todo mundo sabe que presos desse tipo, isto é,
bandidos profissionais, como assaltantes, traficantes e ladrões de carro, não
têm recuperação. Eles sempre viveram do crime. Mesmo dentro dos presídios,
donde comandam as maiores barbaridades.
Faltam condições no
presídio? O Executivo não cumpre com seu dever de manter o sistema prisional de
acordo com as necessidades de segurança da população? Azar da sociedade. Os
presos têm mais direito do que os cidadãos honestos. Que se ralem os cidadãos
de bem, que se lixem, que se phodam. Assim pensam os juízes, limitados por sua
indigente cultura. Eles não têm
a mínima intimidade com a axiologia e
desconhecem o princípio da hierarquia das leis.
O direito dos presos ao
regime-aberto é, do ponto de vista institucional, menor do que o direito das
pessoas à vida. Esse é um direito assegurado na Constituição, aquele é um
direito emanado de lei ordinária, por demagogia e irresponsabilidade do
legislador.
A manifestação do
Procurador de Justiça Marcelo Dornelles sobre a liberação geral dos bandidos
fica no limite entre a falta de inteligência e a ingenuidade: “É um voto de
confiança do judiciário aos presos. O risco é enorme para a sociedade”.
E o juiz das Execuções
Criminais Sidinei Brzuska não consegue chegar a um patamar superior em matéria de bom senso e
inteligência: “O juiz tem que cumprir a lei”.
Ora, se for para
aplicar a lei, simplesmente – já se disse isso um milhão de vezes –
dispensem-se os juízes e contratem-se estagiários: para “aplicar a lei” basta
saber manejar o teclado do computador, não é preciso pensar, não é necessária a
exegese, não é necessário cursar uma Faculdade de Direito.
Pois bem, minha gente.
O Judiciário se preocupa com o direito dos presos. E quem é que se preocupa com
os nossos direitos?
Nós temos deveres. Mas eles só têm direitos. Sem
o cumprimento de nossos deveres como contribuintes, os presos não teriam
assegurado o direito de cama e comida. E nós bancamos até a vida sexual deles, nas visitas íntimas.
Além de tudo isso, são debitadas em nossa conta a irresponsabilidade e a incompetência do Legislativo, do
Executivo e do Judiciário.
É o custo também da “democracia”. Por que não?
Um comentário:
João Eichbaum, estás com plena razão. Era de esperar mais bom senso de juízes e promotores. Será que eles vivem numa torre de marfim, longe das preocupações da sociedade?
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