IMORALIDADE OU DESÍDIA?
João Eichbaum
Por detestar
indecências e absurdos, afirmo: compraram merda por bosta. Isso. Isso mesmo que
vocês estão lendo. A Dilma, que era a presidente da Petrobrás, comprou a preço
de ouro um meio monte de merda. Assim,ó. A refinaria Pasadena, nos Estados
Unidos, foi vendida para a Astra Oil por quarenta e dois milhões e quinhentos
mil dólares, e a tal de Astra Oil vendeu para a Petrobrás por trezentos, olha
só, por trezentos e sessenta milhões de dólares, a metade da porcaria. E por
contrato ainda a Petrobrás ficou obrigada a comprar o monte inteiro da merda,
que acabou lhe custando oitocentos e vinte milhões e quinhentos mil dólares.
E aí meteram no meu, no teu, no nosso e no vosso. O deles
continuou virgem, como vereis.
É mole?
Acontece que esse negócio das arábias precisava ser aprovado
pelo Conselho de Administração da empresa brasileira, à cuja testa estava a
Dilma, comandando os conselheiros, escolhidos entre companheiros que precisam de emprego e empresários de altíssimo coturno. Entre eles um muito badalado, por ser "gaúcho", com entrada e saída em todas as áreas, grande mentor da Qualidade Total: Jorge Gerdau Johannpeter.
Que a Dilma caísse nesse conto do vigário sozinha, tudo bem.
Ela não é do ramo. Não conseguiu administrar nem uma lojinha de um e noventa e nove. Mas o Jorge Gerdau, o famoso Jorge Gerdau, conselheiro do Lula e da Dilma?
Peralá. Por que é que ele foi compor o Conselho da Petrobrás?
Porque precisava dum emprego?
Tem dó.
Ele foi pra lá por causa da fama. Fama só de jornal, claro.
Porque se ele fosse um homem entendido na coisa, bom de
negócio, não iria dizer "amém" para a Dilma que, sem saber ou não,
estava enriquecendo a companheirada do PT.
Ou ele, o Jorge Gerdau, foi convidado para o Conselho sob a
única condição de dizer "amém", a troco de alguns mil reais mensais que não são de jogar fora ? Confesso pra vocês que eu queria ganhar o que ganha um Conselheiro da Petrobrás.
Então, ficamos assim: a Dilma não sabia bosta nenhuma do que
se tratava, e se tratava de bosta mesmo. Mas confiava no Jorge Gerdau, que era mestre no assunto.
Resultado: deu merda.
Então, que o Jorge Gerdau vá passar os dedos na almofada com
tinta da Polícia Federal, ou caia fora, para não se misturar com corruptos,
tratando de cuidar de sua empresa, em Sapucaia do Sul, onde gente sem
qualificação morre ou fica aleijada, carregando ferro ainda ardendo em fogo.
Mas não pose nos jornais com pinta de grande empresário. Que
arrume outro enredo na novela da vida, para aparecer nas colunas sociais.
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