sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

MAU EXEMPLO PROFISSIONAL

João Eichbaum

Caio Silva de Souza, que detonou o artefato causador da morte do cinegrafista Santiago Andrade, tem cara de abobado, de sonso, ou coisa que o valha. Ou se faz de. Na entrevista que concedeu para a Rede Globo chegou a dizer que não sabia que o artefato era um rojão.
Mas quem está aparecendo mesmo é o advogado Jonas Tadeu, que assumiu a defesa do rapaz, e botou a boca no trombone, espalhando aos quatro ventos que Caio e outros jovens estavam a soldo de “ativistas” integrados a um  esquema de que participam “políticos, diretórios de partido, vereadores, deputados estaduais e senadores”.
Até pode ser. Do jeito que anda a política brasileira,  francamente inclinada a adotar os métodos da esquerda bandida, não se duvida de nada.
Mas o blablablá do bacharel pode ser apenas conversa para boi dormir. Ele quer “inocentar” o seu cliente, a qualquer preço e, de quebra, arrumar um lugarzinho no “marketing” do  inflacionado mercado de trabalho da advocacia.
Se não der  nome aos bois, Caio vai ficar num mato sem cachorro. De nada adiantará a balbúrbia que está fazendo o advogado.
Se denunciar os supostos mandantes, não vai ser pouco o estrume jogado no ventilador, vai gerar um salve-se quem puder, e preparem-se as “elite” para a acusação de calúnia. Isso se o Caio não aparecer enforcado na cadeia, antes de qualquer revelação.
Bacharel é uma coisa. Jurista é outra. Jurista nenhum faria o que está fazendo o advogado Jonas Tadeu. A defesa de um réu é, antes de tudo, um trabalho intelectual, de cunho científico. Quando desanda em espetáculo, em estardalhaço, foge do mundo do direito.
O advogado deve ter, antes de tudo, prudência. E o conceito de prudência repele tanto a disseminação do pânico na sociedade, quanto o perigo para a vida do acusado. Agora, que abriu a boca, o advogado do Caio vai ter que se explicar. E poderá se complicar seriamente, correndo riscos idênticos ao seu cliente.
Meninos e meninas estudantes de Direito, não tomem a atitude desse advogado como exemplo. Não confundam advocacia com circo.


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