O PRIMATA “SAPIENS” COMO ATOR PRINCIPAL
João Eichbaum
No palco das notícias só aparece coisa
ruim. Só aparecem maldades e mal feitos. Fala-se muito mais em corrupção do que
em honestidade, muito mais em desrespeito do que em responsabilidade.
Às vezes a gente se engana, pensa que
antigamente não aconteciam coisas tão ruins, que os homens eram melhores.
Não. Não é assim. Os homens nunca foram
flor de se cheirar. A história está aí de testemunha, mostrando, em primeiro
lugar, a ganância como marca indelével dessa criatura chamada “sapiens”. E se entenda aqui a palavra ganância no
sentido pleno, dentro de uma área de abrangência a que nada escapa.
Foi sempre a ganância que gerou as
efemérides sanguinolentas, que alguns preferem chamar de guerras. A sede pelo
domínio sobre os outros foi sempre a causa motriz dos conflitos. Ao fim e ao
cabo, o poder ficava com os vencedores e a escravidão era a única chance de
vida para os derrotados.
Se não se presta como dogma de fé, a
Bíblia serve pelo menos como primeiro relato da tendência do homem para os mal
feitos. A começar pela historinha – hoje já indiretamente descartada pelo atual
Papa – de Caim e Abel. Prova de que os dedos da mesma mão não são iguais, as
figuras de Caim e Abel retratam a estrutura anímica do ser humano, que tanto
pode estar voltado para a violência como para a virtude.
Então, já desde o começo, a Bíblia
mostra a história do homem, revelando que o pior sobra para o mais virtuoso:
Abel morreu, e seu irmão, o assassino, teve a sorte de gozar, procriando,
servindo como semente para a humanidade. Para isso, até mulher arranjou, não se
sabe donde, o que prova mais uma vez, que existe jeito pra tudo.
Bem, todo esse lero-lero, é para a
voltar à primeira linha: no palco das notícias só aparece coisa ruim. Porque,
esteja onde estiver o homem, há coisa
ruim: na política, na religião, na FIFA, na esplanada em Brasília, no Maranhão
dos Sarney, etc.
A turbulência global, a carnificina no
Egito, na Síria, na Ucrânia, os protestos no
Brasil, na Tailândia, e pelo mundo afora, os rolezinhos, a polícia
abandonando a lenha para distribuir balas de borracha, o apedrejamento dos
ônibus em Porto Alegre para incrementar o caos no transporte coletivo, a
paradinha da Dilma em Portugal, para comprar bacalhau, botando na nossa conta
quarenta suítes de luxo, comes e bebes, antes de ir abraçar, também por nossa
conta, o Fidel Castro, o dinheiro que saiu do Ministério da Saúde, por ordem do
Alexandre Padilha e foi parar na conta da ONG de seu pai, os dez milhões que
choveram na conta bancária do Delúbio Soares e que vão dar cria para ajudar o
Zé Dirceu a pagar a multa, para que esse não tenha sorte pior do que José
Genoino, as polpudas diárias que engrossam o saldo bancário dos poderosos no
Rio Grande do Sul, à testa do qual se encontra o santamariense por adoção Tarso
Genro (por coincidência do mesmo partido dos acima mencionados) são as notícias
que ocupam todo o palco.
Só lá no fundo, quase imperceptível, sem
ocupar um mínimo de espaço, aparece, mal e mal, uma notícia que nos foi dada
pelo grande torcedor do San Lorenzo de Almagro, o simpático Jorge Bergoglio,
hoje mais conhecido como Francisco I: o fogo do inferno apagou.
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