quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O PRIMATA “SAPIENS” COMO ATOR PRINCIPAL

João Eichbaum


No palco das notícias só aparece coisa ruim. Só aparecem maldades e mal feitos. Fala-se muito mais em corrupção do que em honestidade, muito mais em desrespeito do que em responsabilidade.
Às vezes a gente se engana, pensa que antigamente não aconteciam coisas tão ruins, que os homens eram melhores.
Não. Não é assim. Os homens nunca foram flor de se cheirar. A história está aí de testemunha, mostrando, em primeiro lugar, a ganância como marca indelével dessa criatura chamada “sapiens”.  E se entenda aqui a palavra ganância no sentido pleno, dentro de uma área de abrangência a que nada escapa.
Foi sempre a ganância que gerou as efemérides sanguinolentas, que alguns preferem chamar de guerras. A sede pelo domínio sobre os outros foi sempre a causa motriz dos conflitos. Ao fim e ao cabo, o poder ficava com os vencedores e a escravidão era a única chance de vida para os derrotados.
Se não se presta como dogma de fé, a Bíblia serve pelo menos como primeiro relato da tendência do homem para os mal feitos. A começar pela historinha – hoje já indiretamente descartada pelo atual Papa – de Caim e Abel. Prova de que os dedos da mesma mão não são iguais, as figuras de Caim e Abel retratam a estrutura anímica do ser humano, que tanto pode estar voltado para a violência como para a virtude.
Então, já desde o começo, a Bíblia mostra a história do homem, revelando que o pior sobra para o mais virtuoso: Abel morreu, e seu irmão, o assassino, teve a sorte de gozar, procriando, servindo como semente para a humanidade. Para isso, até mulher arranjou, não se sabe donde, o que prova mais uma vez, que existe jeito pra tudo.
Bem, todo esse lero-lero, é para a voltar à primeira linha: no palco das notícias só aparece coisa ruim. Porque, esteja onde  estiver o homem, há coisa ruim: na política, na religião, na FIFA, na esplanada em Brasília, no Maranhão dos Sarney, etc.
A turbulência global, a carnificina no Egito, na Síria, na Ucrânia, os protestos no  Brasil, na Tailândia, e pelo mundo afora, os rolezinhos, a polícia abandonando a lenha para distribuir balas de borracha, o apedrejamento dos ônibus em Porto Alegre para incrementar o caos no transporte coletivo, a paradinha da Dilma em Portugal, para comprar bacalhau, botando na nossa conta quarenta suítes de luxo, comes e bebes, antes de ir abraçar, também por nossa conta, o Fidel Castro, o dinheiro que saiu do Ministério da Saúde, por ordem do Alexandre Padilha e foi parar na conta da ONG de seu pai, os dez milhões que choveram na conta bancária do Delúbio Soares e que vão dar cria para ajudar o Zé Dirceu a pagar a multa, para que esse não tenha sorte pior do que José Genoino, as polpudas diárias que engrossam o saldo bancário dos poderosos no Rio Grande do Sul, à testa do qual se encontra o santamariense por adoção Tarso Genro (por coincidência do mesmo partido dos acima mencionados) são as notícias que ocupam todo o palco.
Só lá no fundo, quase imperceptível, sem ocupar um mínimo de espaço, aparece, mal e mal, uma notícia que nos foi dada pelo grande torcedor do San Lorenzo de Almagro, o simpático Jorge Bergoglio, hoje mais conhecido como Francisco I: o fogo do inferno apagou.





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