IDOLATRIA PARA UM DITADOR
João Eichbaum
Getúlio Vargas foi um ditador demagogo.
Pior do que isso: foi quem fundou a demagogia no Brasil.
Em 1930, sendo candidatos à Presidência
da República ele e Júlio Prestes, apenas 5% da população brasileira estava apta
a votar. Foi eleito Prestes, mas não assumiu. Getúlio Vargas liderou uma
revolução que impediu a posse do presidente eleito.
Foi assim que Getúlio Vargas assumiu o
poder, matando com armas a democracia, ao impedir, com golpe revolucionário, a
posse do eleito.
No poder, Vargas se tornou ditador,
impondo sua vontade e fazendo calar seus adversários. Mandou prender muitos
deles e a outros os obrigou ao exílio. Exerceu uma ditadura férrea durante
quinze anos, pintou e bordou, mas sempre com um discurso a favor dos pobres.
Filho de fazendeiro rico, Getúlio nunca
soube o que era batente para poder sobreviver, mas falava com os pobres
trabalhadores como se fosse um deles: pura demagogia.
Desgastado politicamente, teve que
deixar o poder, sob pressão e foi viver na fazenda herdada, em São Borja, só
tomando mate e vendo as vacas parir, sem
precisar trabalhar.
Cinco anos depois, disputou nova
eleição, e dessa vez venceu um dos homens mais dignos que o Brasil conheceu, o
brigadeiro Eduardo Gomes. Mas Vargas não tinha aprendido a conviver com a
democracia e seu governo foi águas abaixo. Não tendo competência para governar
num regime democrático, sua saída foi procurar a morte: suicidou-se.
Agora veio a público a notícia de que o
pijama que ele usava na noite em que, fugindo das lutas da vida, se acovardou
nos braços da morte, estará exposto à visitação pública no Museu da República,
no Rio de Janeiro, assim como a arma utilizada pelo ditador demagogo para
dar um fim à sua carcaça.
A política que hoje comanda o Brasil tem
origem nessa história que envergonha os verdadeiros democratas. E na contramão
da vergonha na cara estão querendo impor a idolatria daquele ditador, mostrando
seu pijama de seda manchado de sangue.
Quando é que os pobres irão vestir um pijama de seda?
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