O TEMPLO DO EDIR MACEDO
João Eichbaum
Salomão construiu um templo para
Javé. Edir Macedo construiu um templo para si mesmo. Calculadamente maior do
que a basílica de Aparecida e mais alto do que a de São Pedro no Vaticano, o
templo do Edir Macedo é daqueles que
efetivamente mostram o tamanho da
ignorância de um povo.
Na inauguração do desperdício de mais
de seiscentos milhões estavam lá a Dilma, o Lewandowski, o Temer, o Geraldo Alkmin.
Bom, que a Dilma tivesse ido, para
vender sua presença por dez milhões de reais, tudo bem. Que o Geraldo Alkmin e
o Temer se valessem do evento para conquistar eleitores, tudo bem. Candidatos
fazem qualquer coisa para atrair holofotes em tempo de eleição.
Além disso, o povo da Dilma e do
Temer se identifica muito bem com o pessoal que contribui com o dízimo para a
construção de templos. É gente que não paga imposto para a república, mas paga
o dízimo para o Edir Macedo.
Então, negócio é negócio, fé é fé. O
Edir Macedo tinha negócios com a Dilma, com o Temer e com o Alkmin. Só não
tinha negócios com o Lewandowski. Em tese. Nada disso de toma lá e dá cá.
Então, o único que representava o
Estado, na inauguração do templo do Edir Macedo, era o Lewandowski. Os outros
representavam os interesses pessoais. A presença deles atrairia eleitores.
Então, minha gente, o que é que o
Lewandowski fazia lá? Será que ele pertence à Igreja do Edir Macedo? Será que
ele acredita que o Edir Macedo é o representante de Deus no Brasil?
Dá licença. Não é possível acreditar
nessa pequenez.
Que o povo pobre e ignorante acredite
no Edir Macedo, tudo bem.
Mas, um ministro do Supremo se
submeter a essa pantomima, não dá para acreditar.
Então, das duas, uma: ou o
Lewandowski tem um cérebro igual ao da gentinha que acredita no Edir Macedo, ou
o Edir Macedo chegou ao auge do poder, dominando também o Judiciário.
Qualquer uma dessas hipóteses
representa a subversão de valores, que é a marca dos países de terceiro mundo:
neles só tem valor aquilo que nada vale.
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