quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O FIASCO OFICIAL
João Eichbaum

A coreografia da safadeza, neste país, sempre esteve sob a regência dos políticos. Se vocês conhecem ou conheceram algum político inteligente, honesto e bem intencionado, por favor, me apresentem essa criatura.  De minha parte, só conheci uma pessoa inteligente, culta, honesta e bem intencionada que, por pressão de líderes religiosos, se aventurou na política: o professor Armando Câmara, eleito senador pelo Rio Grande do Sul.

Armando Câmara renunciou ao mandato, porque se sentiu um peixe fora d’água: estava no meio de cafajestes ignorantes, mas astutos o suficiente para se manterem no poder, à custa, claro, da ignorância do povo que os elegeu.

O mestre foi direto, objetivo, e falou sem rodeios: a figura preponderante em sua decisão de abandonar o poleiro sujo da política foi João Goulart. Armando Câmara era um respeitável professor de filosofia na Faculdade de Direito da Universidade do Rio Grande do Sul, enquanto o presidente do Senado, João Goulart, não passava de um fazendeiro diplomado a muito custo como bacharel em Direito.

A dialética do professor de filosofia era um idioma estranho e desconhecido para o  político profissional que foi João Goulart. E isso pela única razão de que a subserviência não tem lógica: é comandada apenas por apetites pessoais.

E foram exatamente apetites pessoais que levaram a Maria do Rosário e a Ideli Salvati a gastarem inescrupulosamente o dinheiro de quem trabalha e não vive da política. Elas queriam tirar do esquecimento esse político que só fez politicagem a vida inteira, e que nada deixou para merecer a lembrança do povo eternamente enganado: João Goulart.

Mas elas acabaram fazendo o Brasil pagar um mico que vai ficar para a história. Desprezando a ciência brasileira e a capacidade dos médicos legistas deste país, levaram os ossos do político para exame no exterior, a fim de ser apurada a causa de sua morte. Queriam fazer dele uma vítima de “envenenamento”.

Deram com os burros n’água, naturalmente. Gastaram o nosso dinheiro, para mostrar que ninguém é melhor do que ninguém. E que  ignorantes, desonestos e mal intencionados são os políticos brasileiros, e não os  cientistas, os mal pagos e explorados, mas competentes cientistas brasileiros.


Nenhum comentário: