segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O NÉRIO SABE DAS COISAS

 Na minha terra, Antonio Prado, que dizem ser a mais italiana das cidades, no meio do mato, ficou atrasada, enquanto as outras cidades progrediam, Caxias do Sul,  (antigo Campo dos Bugres - pois os indios se aglomeraram em Caxias e por isso nome, dado que o indio nativo não se deu com o italiano que chegava e nunca foi peão, nem carreteiro  e nunca ajudou o colono italiano a carpir a roça, limpar o inço, sol a sol) Flores da Cunha ( antiga Nova Trento), Farroupilha ( antiga Nova Vicenza), Bento Gonçalves ( antiga Vila Isabel em homenagem aquela que seria a lider e chefe do quarto reinado imperial e tudo morreu em 15.11.1899) , Garibaldi ( antigo Conde D'Eu - que os italianos chamavam "conde déu" com pronúncia bem acentuada de sotaque macarrônico vêneto, cujo dialeto fui alfabetizado e aprendi falar antes do português) . Antonio Prado se chamava " El Paes Novo", por ter sido a última colônia italiana, lotes abertos marcados pelos notáveis agrimensores do Império garantindo a propriedade de 25 hectares para cada familia, com escritura e segurança, sendo a reforma agrária pacífica e notável que se fez e foi a base de tudo, pois deste pedaço de terra o italaino tirou tudo para o sustento da familia e progrediu) . Quando emancipou de Vacaria, era o 5° distrito, o grande politico vacariano, dono do mundo, o Coronel borgista, do `Positivismo, chefe politico da região e era deputado pelo poderoso PRR  -  Partido Republicano Riograndense -  ele, resolveu emancipar a colõnia italiana e mudaram o nome para Antonio Prado, um rico cafeicultor paulista, que como Ministro da Agricultura do Imperador. D. Pedro II< percorria o norte pobre  e miserável da Itália e queria trazer as familias para os cafezais paulistas e assim substituir a mão de obra gratuita do escravo africano pelo braço ótimo do italiano milenar de conhecimento do trato da terra. Não deu certo. Muitos imigrante voltaram para a Itáia nos porões dos fétidos navios que aportavam em  Santos ou então, abandonaram a exploração total nos cafezais, onde continuavam como na Itália na condição de "obligatti" , servos da gleba e trabalhavam de sol a sol, sem leis protetivas, por um prato de comida. E assim vieram  para a capital, que crescia, São Paulo, e formaram os tradicionais bairros italianos, do Braz, Bexiga e Barra Funda.

Pois bem, Antonio Prado, agora tem a FENAMASSA, uma grande festa que cultura na Praça Garibaldi, sob toldos e com razoável movimento, durante dois fins de semana e também no meio a semana, a produção de massa, as mulheres fazendo a massa, como antigamente e tudo o que se refere a produção de massa, o prato de sempre.

Portanto, agora, depois deste notável e fantástico decreto da Dilmona - instituindo o dia 25 de outubro como " O DIA DO MACARRÃO"  - a FENAMASSA de Antonio Prado, terá que se adaptar à data e pedir dinheiro e patrocinio para a nossa amantíssima Dilma ( ex- meu colega de Direito na UFRGS, Carlinhos Araujo) a quem sempre visita na Villa Assunção. junto ao rio Guaiba, quando vem a P. Alegre -  e assim poderá ser que a FENAMASSA pradense tenha  um incremento de molhos, queijos, sabores, ovos, farinha de trigo da boa do Moinho do Nordeste que fica em Antonio Prado - e a Fenamassa poderá dobrar o movimento e realmente atrair o turismo para comer massa em Antonio Prado.  E ate pode ser que se faça um prato de massa com o nome de " macarronada a la Dilma"  e ela venha visitar a terrinha que anda atrasada e sem dinheiro.

Vamos ver se Antonio Prado capitaliza a Fenamassa já existente, com o dia do Macarrão, 25 de outubro. Para o progresso de Antonio Prado. E como diziam no primáiro do colégio dos Irmãos Maristas, e para maior glória de Deus. Os padres vendiam cadeiras no céu, para os beatos e fanáticos religiosos e os colonos compravam e pagavam a cadeira no céu e assim tinham o lugar garantido, mas tinham que morrer em estado de graça, sem pecado, nem venial, nem mortal, pois, poderiam ter quer purgar os pecados, se veniais, no purgatório, com fogo brando. E se fossse pecado mortal, aí o cara tava ralado, ira direto para o inferno, de onde não mais saia e o fogo era alto e queimava mesmo. Por isso, tinha que se confessar e comungar e sempre estar com o coração puro, sem pecado, nem venial, nem mortal, para que se acaso a morte chegasse, assim sorrateira, de repente, como costuma chegar, o cara estava limpo, sem pecado, e com isso ia direto para o céu ocupar a cadeira que já comprara e estava quitada, com o dízimo, na Casa Canônica, residência do padre, ao lado da Igreja. Meu pai era contra tudo isso. Contra o padre. Não ia à missa. Não confessava. Não comumgava e eu como aluno do colégio dos maristas no primário, tomei vários castigos, pois, além de não obedecer aos truculentos maristas franceses de Lyon, do Marcelino Champagnat que surravam os internos -  o irmão  marista, gritava comigo me ameçando me dar uma "sumanta de páu" com a régua de madeira -  " e ainda por cima teu pai é um herege e não frequenta a religião muito menos a Santa Missa, aos domingos, por isso está em pecado mortal e irá para o inferno".....

Entrementes, vejam a coincidência,  meus pais, Horacio Letti e Elvira Mondadori Letti, casaram, justamente, no dia 25 de outubro de 1930. Com a roupa do corpo, pois, o Banco Pelotense, tinha fechado, e a agência de Antonio Prado era poderosa e todos perderam tudo, e o dinheiro depositado no Banco Pelotense, nunca ninguém recebeu. Quase quebrou Antonio Prado.  Foi o período da Grande Depressão Econômica, a quebra da Bolsa de Valores de New York, em 29 de outubro de 1929 e que vai gerar a Segunda Guerra Mundial. Os investidores americanos e que jogavam tudo na Bolsa como é do costume do americano, aplicar na bolsa, ficaram deprimidos e desesperados e marcavam dia e hora para se atirar dos altos edificios. E o povão se aglomerava na calçada e olhando para cima e de repente, o ex-rico desesperado que ficara pobre, se jogava la do alto e morria no choque contra o solo. Foram vários que se suicidaram em New York, no desespero de ficarem sem dinheiro. O  sogro  do Getúlio Vargas, que era o gerente do Pelotense em São Borja, também se matou, o velho Manoel Sarmanho, pai  da dona Darci Sarmanho Vargas, esposa do Getúlio - e o Sarmanho de vergonha com os fazendeiros de São Borja que também perderam tudo, no Pelotense, acabou se dando  um tiro no ouvido e morreu. Fato que jamais dona Darci e a familia perdoou o Getúlio de não ter salvo o Pelotense, com dinheiro do governo. Assim como   a VARIG, que o governo deixou falir e fez força para a Pioneria  entrar pelo cano e desaparecer . O capitalismo sempre será selvagem, como o solicalismo é mais selvagem ainda.

Essa história é longa e vou parar por aqui pois disparei na curva e não sei ser curto. Por isso soliciito escusas a quem me leu até aqui. Teria outros capítulos mas fica para outra oportunidade.

Nério "dei Mondadori" Letti

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