A PENSÃO DOS COITADINHOS
João Eichbaum
Mal deixou o
Palácio Piratini, o Tarso Genro, que não quis pagar um salário decente para os
professores, já protocolou petição, requerendo o pagamento de pensão mensal no
valor de R$ 30.471,11 (trinta mil, quatrocentos e setenta e um reais e onze
centavos).
É isso mesmo que
você está lendo. Nem os centavos ele perdoou. E você que trabalha, trabalha
mesmo, pega no batente, sacoleja no busão ou vai espremido no Trensurb e
depende do SUS para sobreviver, tem de aguentar trinta e cinco anos, para
ganhar, quem sabe, menos que um salário mínimo, quando já estiver caindo aos
pedaços.
Ele, o Tarso, belo
e faceiro, que nada fez digno de lembrança nesses quatro anos em que foi
sustentado pelo povo, quatro aninhos, vai ganhar uma pensão para toda a vida.
Quer dizer: teve uma função temporária (função, que não pode ser chamada de
“trabalho”), mas vai ganhar uma pensão vitalícia.
É por isso que
existem os políticos, meu caro. Sua vida em nada melhorou com a eleição do
Tarso Genro. Mas a dele melhorou, sim, e muito. Não vai precisar trabalhar para
o resto da vida.
Se não fossem os
políticos, essas coisas não aconteceriam. São eles que criam mordomias,
privilégios e todo o tipo de benesses a que dão o nome de “lei”, para poderem
dizer que tudo é “legal”.
Antes que me esqueça:
o Tarso é do tal Partido dos Trabalhadores, que veio para defender o povo
contra a pobreza, terminando com a maldade política, os privilégios, a falta de
emprego, as falcatruas, e tudo o que de ruim existe no mundo. Mas, acabou
descobrindo a maneira de enriquecer sem trabalhar: engambelando o povo, de
eleição em eleição.
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