terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A PENSÃO DOS COITADINHOS

João Eichbaum

Mal deixou o Palácio Piratini, o Tarso Genro, que não quis pagar um salário decente para os professores, já protocolou petição, requerendo o pagamento de pensão mensal no valor de R$ 30.471,11 (trinta mil, quatrocentos e setenta e um reais e onze centavos).

É isso mesmo que você está lendo. Nem os centavos ele perdoou. E você que trabalha, trabalha mesmo, pega no batente, sacoleja no busão ou vai espremido no Trensurb e depende do SUS para sobreviver, tem de aguentar trinta e cinco anos, para ganhar, quem sabe, menos que um salário mínimo, quando já estiver caindo aos pedaços.  

Ele, o Tarso, belo e faceiro, que nada fez digno de lembrança nesses quatro anos em que foi sustentado pelo povo, quatro aninhos, vai ganhar uma pensão para toda a vida. Quer dizer: teve uma função temporária (função, que não pode ser chamada de “trabalho”), mas vai ganhar uma pensão vitalícia.

É por isso que existem os políticos, meu caro. Sua vida em nada melhorou com a eleição do Tarso Genro. Mas a dele melhorou, sim, e muito. Não vai precisar trabalhar para o resto da vida.

Se não fossem os políticos, essas coisas não aconteceriam. São eles que criam mordomias, privilégios e todo o tipo de benesses a que dão o nome de “lei”, para poderem dizer que tudo é “legal”.

Antes que me esqueça: o Tarso é do tal Partido dos Trabalhadores, que veio para defender o povo contra a pobreza, terminando com a maldade política, os privilégios, a falta de emprego, as falcatruas, e tudo o que de ruim existe no mundo. Mas, acabou descobrindo a maneira de enriquecer sem trabalhar: engambelando o povo, de eleição em eleição.


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