quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O NÉRIO SABE DAS COISAS


Essa recuperação da memória de uma grande operação aeronáutica, foi feita no Correio do Povo, de domingo passado, dia 18 de janeiro de 2015, na coluna do jornalista Rogério Mendelsky, com o nome de   " Alô, Alô, Praias gauchas" -  na qual - a notável dirigente do Aeroclube do RGS. ainda em Canoas, ao lado do V Comar, onde hoje está a Estação Fátima do Trensurb - atividade aeronáutica perfeita, durante todo o verão, de vários anos, na liderança da notável aviadora e dirigente do Aeroclube do RGS  - Raulina de Freitas Lima - que diretamente com o Dr. Breno Caldas, Diretor da Empresa Caldas Junior, organizou e conseguiu colocar em prática uma notável ação pioneira e de grande resultados práticos. A Folha da Tarde, um dos três jornais editados diariamente, pela empresa Calda Junior, além do Correio  do Povo e a Folha Esportiva, saía das oficinas, por perto do meio-dia e eram feitos os pacotes, amarrados com arame, na expedição do Correio do Povo, na rua 7 de setembro. Em seguida, um veículo da Caldas Junior, levava os pacotes, correspondentes a cada praia do litoral, tantos quantos eram os números de assinantes do lido e relido jornal Folha da Tarde. Os pacotes do jornais, com a inscrição da do nome da praia, para identificar, eram entregues no Aeroclube do RGS, em Canoas, e de imediato, já estavam prontos para decolar em dois ou tres aviões Paulistinha, do Aeroclube, com o piloto e o co-piloto que de imediato levantam voo. E levavam os pacotes da Folha da Tarde para as praias do Atlântico. Assim que os assinantes da Folha da Tarde, recebiam a Folha da Tarde, umas duas horas após o famoso vespertino sair da linotipia, ainda quente da impressão. Foi uma ação aeronáutica notável que exigiu preparo, perícia e eficiência dos pilotos e os aviões em perfeitas condições. Com o que as praias recebiam a Folha da Tarde, praticamente, logo após a publicação da Folha.

Essa operação serviu para o Aeroclube arrecadar dinheiro, para pagar combustível, horas de voo e demais despesas inerentes a quem lida com aviação e instrução e formação de pilotos. Muitos pilotos faziam e completavam sua horas de voo exigidas para ter sua carteira de habilitação nesses voos diários, dos anos 50, do século passado, e na segunda-feira, a Raulina de Freitas Lima, ia até o gabinete do Dr. Breno Caldas, que ficava entusiasmado com a entrega e o sucesso do recebimento e o aumento de assinantes e o dr. Breno, então, com um cheque, pagava, regularmente, para a nossa estimada Raulina, a despesa daquela semana da entrega da Folha da Tarde, nas praias, pelos pilotos, instrutores, alunos e dirigentes do Aeroclube do rGS.

O avião vinha no raso sobre o cômoro de areia já previamente demarcado com algum sinal, e o co-piloto atirava o pacote correspondente, daquela praia,  e de imediato era distribuido para os assinantes. A performance aeronáutica era feita de Tramandaí até Torres. Ainda não existiam as praias ao sul de Tramandaí. A não ser Cidreira. Depois, na vastidão do litoral,  o  Quintão e muito além Tavares, Mostardas e a estrada do inferno.

Lógico, que já se escreveu sobre essa tradicional e histórica pericia aeronáutica, mas não custa ao Cmte. Helio Miron Maciel, e demais pilotos da época, recordarem e mandarem uma carta para o jornalista Rogério Mendelski, dando detalhes da operação, com o prefixo dos aviões e o nome dos pilotos que faziam a entrega da Folha da Tarde, nas praias. Sem ter nenhum incidente aeronáutico.

A formação eficiente dos pilotos civís na Escola Aeronáutica Civil do Aeroclube do RGS, continua até hoje, no dia a dia do fazer aeronáutico, seguindo as lições dos antigos ases da aviação, e a cada ano se formam turmas de pilotos, em Belém Novo, para onde o Aeroclube  se mudou em 27 de novembro, de 1979, cujas novas instalações foram inauguradas pelo dr. Breno Caldas, como consta na pedra e no bronze ao lado do hangar 1.


Nério "dei Mondadori" Letti.


4 comentários:

Unknown disse...

Olá eu sou filha da Raulina de Freitas Lima. Me chamo Vania de Freitas Lima e me lembro muito desse tempo no aeroclube quando a minha mãe me.levava junto.

Unknown disse...

Olá.Eu sou filha da Raulina. Me chamo Vânia. Fiquei emocionada ao ler o texto sobre minha mãe. Lembro-me da minha infância no aeroclube.

Jair Romagnoli disse...

Olá. Meus pais adotivos e eu moramos por dois anos no Aeroclube de Canoas entre 1960 e 1962. Raulina tinha uma camionete DKW. Eu tinha entre 5 e 6 anos.
Saímos de lá em setembro de 1962, em outubro completei 7 anos.
Os aviões eram feitos de tubos e revestidos com lona pintada. Hélice de madeira com partida manual. Numa ocasião, um instrutor de levou para um vôo, eram dois assentos em linha. Eu, com seis anos. Durante o vôo ele me deixou operar o manche e o avião desceu abruptamente. Desmaiei e só fui acordar no solo.
Eu tinha um triciclo e corria pelos angares. Numa ocasião, a roda dianteira prendeu no trilho do gigantesco portão do angar e eu caí sobre o guidão, furando a testa de aparecer o osso.
Um mecânico me socorreu e limpou o ferimento com combustível. Raulina estava no local e me levou, junto com minha mãe ao Pronto Socorro. Fiquei com a cicatriz até lá pelos vinte anos.
Meu pai era zelador do aeroclube e minha mãe administrava o refeitório e cozinha.

Jair Romagnoli disse...

Olá. Meus pais adotivos e eu moramos por dois anos no Aeroclube de Canoas entre 1960 e 1962. Raulina tinha uma camionete DKW. Eu tinha entre 5 e 6 anos.
Saímos de lá em setembro de 1962, em outubro completei 7 anos.
Os aviões eram feitos de tubos e revestidos com lona pintada. Hélice de madeira com partida manual. Numa ocasião, um instrutor me levou para um vôo, eram dois assentos em linha. Eu, com seis anos. Durante o vôo ele me deixou operar o manche e o avião desceu abruptamente. Desmaiei e só fui acordar no solo.
Eu tinha um triciclo e corria pelos angares. Numa ocasião, a roda dianteira prendeu no trilho do gigantesco portão do angar e eu caí sobre o guidão, furando a testa de aparecer o osso.
Um mecânico me socorreu e limpou o ferimento com combustível. Raulina estava no local e me levou, junto com minha mãe ao Pronto Socorro. Fiquei com a cicatriz até lá pelos vinte anos.
Meu pai era zelador do aeroclube e minha mãe administrava o refeitório e cozinha.