O NÉRIO SABE DAS COISAS
Sou totalmente favorável
à idéia, depois, de ver tantos e tantos casos, ao meu redor, de amigos e
amigas, em estado terminal vegetativo, sem chance alguma de recuperaçáo,
dito e aprovado por vários médicos e até um médico neurologista, em caso
de diagnóstico, cientifico, aprovado por outros médicos da UTI do
hospital - "neoplasia maligna do encéfalo, encefalopatite" (
câncer total no cérebro, levando á pessoa com toda a certeza à morte, sem
chance alguma de cura) - de que, enquanto eu estiver ainda hígido mentalmente,
com 75 anos, e já tendo tido algumas enfermidades e acidentes que me colocaram,
objetivamente, em morte próxima, e eu ví a morte de perto e senti a morte
chegar, mas fui salvo, pois era caso salvante, caso fosse atendido e medicado a
tempo ( o que é outra coisa totalmente diferente do que estamos falando - pois
- aí havia chance de vida).....portanto, sou totalmente favorável, ao
Testamento Vital, e para evitar constrangimento de nomear testamenteiro que
execute e cumpra a ordem do meu Testamento Vital, nomearei, como peritos, os
excelentes médicos do Departamento Médico Judiciário e que fornecerão laudo
médico forense, sob o compromisso de seu cargo, de que não tenho mais
chance de vida e nem de recuperação, dentro da medicina científica conhecida. A
não ser acreditar num milagre. E como milagre em tais casos náo ocorrem. Pelo
menos nunca ocorreram até agora na literatura médica. Então, estou pensando, e
estou decididamente inclinado a fazer o meu Testamento Vital Público, normal,
comum, no Tabelionato, para ser levado a registro na Central de Testamentos da
Primeiro Tabelionato de Porto Alegre, onde resido, a fim de que sejam aceita e
cumprida minha decisão de última vontade de não querer mais viver, vegetativo,
sem vida, estirado numa cama, entubado, com vida artificial, sem saber o que se
passa ao meu redor.
Sei que o problema é sério. Sei
que fere princípios. Sei que sou católico, estudei no Colégio Anchieta, tive
toda minha formação católica apostólica romana e isto podem atestar, inúmeros
colegas meus, de aula e de colégio, muitos deles , hoje renomados médicos.
Enquanto houve um fio de chance de vida, lógico, que não será cumpria esta
minha última vontade. O que não desejo é causar despesas enormes desnecessárias
para a familia, para o meu plano de saúde, médicas, hospitalares,
farmacêuticas, recuperativas e que tais, e toda a parafernália moderna
existente hoje da medicina, sem chance alguma de me devolver a vida, nem
causar incômodo total aos familiares.
Por exemplo, não quero que o
médico da UTI diga, em meu caso, "hoje operei um morto-vivo". Desejo
aproximar a morte, digna, correta, saudável, religiosa e sobretudo sem
sofrimento e sem dor, e assim todos os familiares ficam sabendo e não há
tráuma. A morte é inevitável e certa. Por quê, prolongar uma vida que a ciência
já diz que não há chance alguma de recuperação.
Pensem nisso, enquanto, eu vou
redigindo, o mais breve possível, com texto claro e se possível curto, o meu
" Testamento Vital".
Aceito opiniões e submeto o
tema ao debate dos meus amigos internáutas sobre eu redigir o meu
"Testamento Vital", isto é, a Ortotanásia assistida, enquanto estiver
com higidez mental. Pois, no caso, de entrar em Alzheimer ou outra doença
degenarativa total e ficar totalmente interdito, não terei mais capacidade de
manifestar minha vontade, de administrar meus bens e reger minha pessoa. Ficarei
totalmente dependente de terceiros e quero evitar esta tragédia
pessoal e familiar.
Um abraço fraterno a todos.
Generoso e gremista.
Nério "dei Mondadori"
Letti.
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