sexta-feira, 10 de julho de 2015

FILOSOFIA

João Eichbaum

A Grécia que, ultimamente, tem ocupado o topo das notícias mundiais, faz lembrar Aristóteles. E Aristóteles faz lembrar filosofia. Filosofia, hoje, é a arte de complicar o que é simples. Ao tempo de Aristóteles ela tinha sua razão de ser: o mundo era pequeno, as desavenças entre os homens se resolviam com guerras, o maior engolia o menor, ninguém se preocupava com inflação e desemprego.

Hoje é diferente. O crescimento da população humana propiciou o aparecimento de muitos filósofos, e as ideias de Aristóteles deixaram de ser novidade. Se elas não tivessem brotado da cabeça dele, o adensamento dos agrupamentos humanos e seus consequentes problemas sociais levariam qualquer filósofo de plantão a organizar as coisas, transformando o mundo, possivelmente, numa grande Grécia.

 Ainda bem que o primata humano não para de evoluir, e a evolução de sua inteligência trouxe a tecnologia. E assim, preso à convivência social e enredado nos problemas que ela desencadeia, o homem moderno depende muito mais da tecnologia do que da filosofia.

Então, não há razão para andarem tantos filósofos batendo cabeça por aí e inventando coisas. A filosofia perdeu seu lugar de “mãe de todas as ciências” para a tecnologia. Sem a tecnologia, nada feito, porque ela condiciona o desenvolvimento dos demais ramos do conhecimento humano.


A ciência de Platão e Aristóteles, nos dias de hoje, só tem uma grande utilidade: oferece vagas em número maior do que o número de candidatos que a procuram. É a única maneira de ingressar numa universidade pública. Pelo menos assim ninguém poderá dizer o que se diz hoje nas redes sociais, sobre a Grécia: “Até que demorou pra falir um país onde todo mundo é formado em filosofia".

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