O NÉRIO SABE DAS COISAS
As carreiras de cancha reta eram o único divertimento da peonada das
estâncias da Vacaria e do planalto que chamam de " campos de cima da
serra".
E assim ocorreu o fenômeno pacífico, fraterno, generoso, da
"agauchisação" do colono italiano, que sonhou em comprar um pedaço
grande de campo, criar gado e se tornar rico. E os jovens casavam, normalmente,
pois a moça italiana, bem furnida, adorou namorar e casar com o filho do estancieiro
vacariano o chamado " camponês" e o rapaz da Vacaria, logo se
apaixonou pela jovem italiana. A cruza foi grande e ao natural. A música
nativista dos Irmãos Bertussi, da Criúva, distrito de Caxias do Sul ( antigo
Campo dos Bugres) mostra bem este fenômeno da integração entre o italiano que
chegou e respeitou a posse a e propriedade do português que já ocupava as
grandes fazendas da Vacaria. . Daí o nome do CTG de Antonio Prado,
significativo - de " Cancela do Imigrante".
O Nico Fagundes - que nos deixou, faz pouco, sempre estudava e falava
sobre a importância dos Irmãos, Oneide e Adelar Bertussi, para integração do
colono italiano e do fazendeiro dos "campos de cima da serra". Com
sua música e canções cantando a saga do imigrante italiano, principalmente, na
figura do tropeiro e mais tarde, quando surgiram as primeiras estradas vicinais
carroçáveis, do carreteiro
Assim como a imigração alemã, deu certo, a partir de 25 de julho de
1824, na Feitoria do Linho Cânhamo, São Leopoldo, na beira dos rios
navegáveis ( e que hoje estão cheios novamente, como todos os anos, nas
enchentes periódicas e até trágicas) , da mesma forma, a vinda dos italianos,
em 20 de maio de 1875, para Nova Milano, navegando até o Porto dos
Guimarães, no centro do Caí e daí foram a pé até as colônias medidas e com o
´titulo de posse e propriedade, que o Império lhes deu, prosperaram, após a
medição dos notáveis agrimensores ( todos com os nomes consagrados em
localidades) . Alguns italianos, conforme a zona dos lotes rurais
destinados para a familia, desceram, no próspero Porto das Larangeiras, em
Montenegro. Meus avós, que desceram no Caí, sempre falavam bem e com emoção, da
ajuda, da colobaração e da amizade que receberam dos alemães, que já estavam no
RGS fazia mais de 50 anos.
Nério “dei Mondadori” Letti
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