O NÉRIO SABE DAS COISAS
Ainda bem. Dizem que a colônia morreu em Antônio Prado. Que a colônia foi
abandonada pelos antigos, pelos velhos que morreram
Os filhos todos sairam. Os mais novos foram em busca de terras novas, no
êxodo rural que terminou com a colônia de Antônio Prado.
Os filhos mais novos, sairam, compraram caminhão e estão na estrada
choferando e se revelaram ótimos motoristas. Ninguém mais cuidou da terra. O
mato cresceu viçoso e tomou e conta de tudo. Inclusive o mamto invadiu as
estradas vicinais. Tudo é mato. Quem vair cortar e derrubar o mato? O
IBAMA?...O IBAMA é contra derrubar uma árvore. Acha crime, mesmo que o mato
tome conta de tudo. Onde havia a casa do colono, o galpão, a estrebaria,
os chiqueiros, onde havia roças, de milho, de trigo, galpões, paióis, máquinas,
não existe mais nada. O mato tomou conta de tudo . E hoje quem manda na colônia
é o javali que encontrando o "!habaitata" natural
se reproduziu e há em Antonio Prado uma comissão para matar javali. E
pasmem. Com a aprovaçao do IBAMA. Até o IBAMA concordou em matar o destruidor e
faminto javali. Um javali numa noite que ataca uma colônia produz mais estragos
do que a destruição do exército invasor.
Mas, a força do trabalho e o amor à terra e a tradição dos antepassados
que vieram do Norte da Itália, para " far la América", em busca de
" la cucagna" ( riqueza) pois na Itália eram
"obligatti", " contadini", servos da gleba,
habitantes do interior do condado, por exemplo de Mântova e não tinham nada.
Trabalhavam por um prato de comida. Aqui no Brasil receberam uma colônia de
terras, de 25 hectares , trabalharam, lavraram e com suor do esforço
criaram a riqueza e fizeram surgir umas 20 cidades, inclusive o Vale dos
Vinhedos, em Bento Gonçalves, mostrando que a propriedade da terra e a posse
mansa e pacífica da terra, gera renda, trabalho e tranquilidade.
Pois bem, vejam o milagre do trabalho e da dedicação ao cultivo da terra.
Onde era mato e terras pedregosas "terre cative" como
diziam em vêneto ( terras brabas, terras magras) agora, com o suor do rosto e
fazendo o que aprenderam a fazer quando pequenos, cultivar a uva, colher, na
vindima, levar para a cantina, e transformar a uva em vinho, gostoso e
ótimo para tomar, dádiva dívina, pois o vinho é tomado na santa missa e o padre
na consagração, após transformar o pão em corpo de Cristo, e diz que é
para tomar e comer, pois este é Corpo Consagrado de Cristo, e depois, tomando o
cálice em suas mãos e o elevando, o transforma em sangue de Cristo,
quando diz que "ao fim da ceia - ELE - tomou
o cálice em suas mãos e deu aos seus discípulos, dizendo, tomai e bebei , este
é o sangue da minha vida, o sangue que é dado por vós e para todos os
homens, e com amor, fazei isto para celebrar minha memória.
Graças a Deus, podem ir, a Missa terminou. "Ite Missa est".
Mas, na colônia de Antônio Prado, como o milagre da Consagração do corpo
de Deus e do sangue de Deus, existe a colônia dos Zanella, família tradicional,
que criou e hoje tem a próspera Vinícola Zanella, produzindo vinho bom e
que todos gostam de beber.
A Vinícola Zanella, no interior de Antônio Prado, na Linha Almeida, é a
Santa Missa na prática do trabalho de todos os dias, o trabalho que dignifica e
eleva a pessoa humana, produzindo o néctar dos deuses que é vinho, para tomar
todos os dias, no almoço e na janta, com moderação.
Graças a Deus. Estávamos salvos do avanço do mato e da reprodução dos
javalis.
Nério "dei Mondadori" Letti.
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