quinta-feira, 9 de julho de 2015

O NÉRIO SABE DAS COISAS

Ainda bem. Dizem que a colônia morreu em Antônio Prado. Que a colônia foi abandonada pelos antigos, pelos velhos que morreram
Os filhos todos sairam. Os mais novos foram em busca de terras novas, no êxodo rural que terminou com a colônia de Antônio Prado.
Os filhos mais novos, sairam, compraram caminhão e estão na estrada choferando e se revelaram ótimos motoristas. Ninguém mais cuidou da terra. O mato cresceu viçoso e tomou e conta de tudo.  Inclusive o mamto invadiu as estradas vicinais. Tudo é mato. Quem vair cortar e derrubar o mato?  O IBAMA?...O IBAMA é contra derrubar uma árvore. Acha crime, mesmo que o mato tome conta de tudo. Onde  havia a casa do colono, o galpão, a estrebaria, os chiqueiros, onde havia roças, de milho, de trigo, galpões, paióis, máquinas, não existe mais nada. O mato tomou conta de tudo . E hoje quem manda na colônia é o javali que encontrando o "!habaitata" natural se reproduziu e há em Antonio Prado uma comissão para matar javali. E pasmem. Com a aprovaçao do IBAMA. Até o IBAMA concordou em matar o destruidor e faminto javali. Um javali numa noite que ataca uma colônia produz mais estragos do que a  destruição    do exército invasor. 
Mas, a força do trabalho e o amor à terra e a tradição dos antepassados que vieram do Norte da Itália, para " far la América", em busca de " la cucagna"   ( riqueza) pois na Itália eram  "obligatti",  " contadini", servos da gleba, habitantes do interior do condado, por exemplo de Mântova e não tinham nada. Trabalhavam por um prato de comida. Aqui no Brasil receberam uma colônia de terras, de 25 hectares , trabalharam, lavraram e com suor do esforço criaram a riqueza e fizeram surgir umas 20 cidades, inclusive o Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, mostrando que a propriedade da terra e a posse mansa e pacífica da terra, gera renda, trabalho e tranquilidade.
Pois bem, vejam o milagre do trabalho e da dedicação ao cultivo da terra. Onde era mato e terras pedregosas   "terre cative" como diziam em vêneto ( terras brabas, terras magras) agora, com o suor do rosto e fazendo o que aprenderam a fazer quando pequenos, cultivar a uva, colher, na vindima, levar  para a cantina, e transformar a uva em vinho, gostoso e ótimo para tomar, dádiva dívina, pois o vinho é tomado na santa missa e o padre na consagração, após transformar o pão em corpo de Cristo, e diz que é para tomar e comer, pois este é Corpo Consagrado de Cristo, e depois, tomando o cálice em suas mãos e o elevando,  o transforma em sangue de Cristo, quando diz que "ao fim da ceia  -  ELE   -  tomou o cálice em suas mãos e deu aos seus discípulos, dizendo, tomai e bebei , este é o sangue da minha vida,  o sangue que é dado por vós e para todos os homens, e com amor, fazei isto para celebrar minha memória.
Graças a Deus, podem ir, a Missa terminou. "Ite Missa est".
Mas, na colônia de Antônio Prado, como o milagre da Consagração do corpo de Deus e do sangue de Deus, existe a colônia dos Zanella, família tradicional, que criou  e hoje tem a próspera Vinícola Zanella, produzindo vinho bom e que todos gostam de beber.
A Vinícola Zanella, no interior de Antônio Prado, na Linha Almeida, é a Santa Missa na prática do trabalho de todos os dias, o trabalho que dignifica e eleva a pessoa humana, produzindo o néctar dos deuses que é vinho, para tomar todos os dias, no almoço e na janta, com moderação.
Graças a Deus. Estávamos salvos do avanço do mato e da reprodução dos javalis.


Nério "dei Mondadori" Letti.

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