terça-feira, 29 de setembro de 2015

PODRIDÃO
João Eichbaum

O Executivo quer se manter no poder. O Legislativo quer ganhar dinheiro, diárias, ajudas de custo, verbas de gabinete, décimo quinto salário, indenizações. O Judiciário só quer alimentar sua vaidade, se sobrepondo a tudo e a todos, como se fosse um deus.

E nós, o povo brasileiro, pagamos o pato. Pagamos os impostos, que o Executivo inventa e o Legislativo aprova, e acreditamos nesse faz de conta que é a Justiça.

Vivemos num mundo de fantasia. Votando neste ou naquele candidato, nos iludimos com a esperança de que o país vá melhorar. E nunca aprendemos. Não aprendemos, porque melhor sopro de convicção do que a mentira não existe. Eles, os políticos, nos enganam, mas nós continuamos acreditando.

No labirinto da sordidez, os partidos políticos, armam as tramas. Escolhem os candidatos que são capazes de enganar o povo. Não escolhem os melhores, os mais inteligentes, os mais honestos, mas os que mostram qualidades para enganar o povo: escolhem os estelionatários.

Essa é a história do Brasil. A verdadeira história do Brasil tem raízes no estelionato, na mentira, no ardil político. Essa trama é feita para enganar o povo, que não vive da política, nem para a política, e aceita numa boa a condição de móbil da democracia.

Sim. O povo é usado no papel principal da falsa democracia, para beneficiar os políticos safados. Eles sabem que, sem o povo, não haveria democracia. Então se valem do povo, para legitimar suas falcatruas. É o povo que empresta legitimidade para a bandalheira dos políticos.

É por isso que os políticos não querem saber de ditadura. Na ditadura eles não enriqueceriam, não teriam poder. Para eles, o melhor mesmo é a democracia, porque conhecem o povinho idiota que sustenta o regime.


Nesse quadro geral, não pode causar espécie a decisão do STF, que começou a trazer para dentro do círculo viciado do Poder o julgamento da corrupção brasileira. Tudo faz parte do esquema: na democracia a única coisa que não conta é a vontade do povo.

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