O momento é delicado. Eu faz pouco curti meu câncer amigo de próstata e fui tratado no ótimo hospital Santa Rita, da Santa Casa, e os notáveis médicos, que usam e trabalham com aquela máquina maravilhosa, fabricada nos Estados Unidos, que lança elétrons aquecidos de uma haste de metal atômico, até tua próstata, me disseram e me garantiram que eu estou curado do câncer de próstata. Me mandaram embora, fazer exame semestrais com o meu urologista de controle e me afirmaram - deste câncer você não morre mais. Agora, me alertaram, numa boa, " te cuide da cintura para cima", - coração, pulmão, etc..pois você é baixinho, do pescoço curto, está gordo, 95 quilos, obeso, =já tem um pouco de diabete e de pressão alta. E isto sim, pode te levar à morte. Emagreça urgente e cuide de tua pressão e de tua glicose.
Nunca tinha visto tanta gente se tratando naquele notável hospital do câncer que tem uma placa de seu fundador, a quem conheci, o notável Dr. Heitor Cirne Lima .
E o que chega de ambulância do interior, é brincadeira. E um povo, diariamente, fantástico. O pessoal do interior, que acompanha o paciente, vem pilchado, de bota, bombacha, chapéu de aba larga tapeado na testa, pala, lenço no pescoço. Na sala de convivência no ´térreo onde fica este povo todo que vem junto com o paciente (muitos deles é a primeira vez que vem à capital e ficam deslumbrados) tocam música gauchesca. E um espetáculo. So falta fundar o "!CTG Santa Rita" e uma bailanta.
Apesar de ser na laringe e nisto meu irmão é craque, o Nicanor, é a especialidade dele, mesmo assim, o Lulla vai ficar bom. Lógico. A corrente positiva a favor dele é de todo o Brasil, como o caso do seu Vice, o bom José de Alencar, que fez nem sei quantas cirurgias do seu câncer e enfrentava com bom humor e otimismo. O meu colega Fábio Koff, gremista emérito, campeão, o Dr. Nédio Stefen, já extirpou uma corda vocal dele, faz muitos anos. Tinha câncer. Quem não conhece o Dr. Fabio Koff, até os colorados.
Quem me dá a honra e tem paciência e saco de ler meus emeils sabe que durante o tratamento do meu câncer de próstata eu escrevia descrevendo e acompanhando o tratamento maravilhoso do hospital Santa Rita.
Aliás, a Santa Casa é administrada por um triunvirato de Magistrados - Presidente, Provedor-mór - o Juiz Federal dr. José Sperb Sanseverino ( gremista) - 1° Vice-Provedor - o Desembargador José Guilherme Englert (meu colega de Anchieta e de Faculdade de Direito de 1950 a 1962) e o 2° Vice-Provedor, é o notável Desembargador Salvador Horacio Vizotto.
Como no tempo de internato no Anchieta, nos anos 50, eu coroinha, ajudei muitas missas na velha e tradicional capela da Santa Casa, nem tanto pela missa, mas, muito mais, pelo café com mistura que era servido pelas atenciosas e generosas freiras que cuidavam da Santa Casa, após a Santa Missa. Era um café de verdade. A comida no internato do Anchieta feita pelos "Fritz" os jovens alemães da colônia que faziam todo o serviço doméstico do grande colégio e coitados, nunca iriam passar da categoria de !"Fritz". A comida era péssima. O arroz era uma passoca que era chamado de "unidos venceremos". Portanto, no café após a missa na Santa Casa eu matava a fome e sempre ganhava um baita pacote, com pão, bolacha, biscoito, bolo, etc...que a freira me dava e eu guardava no armário para ter de reserva durante a semana. Era tudo em Latim. Eu sabia tudo de paramentos, cores, conforme o tempo e a festa segundo o evangelho, se as cores das vestes do padre deviam ser branca, verde, vermelha ou lilás. Havia toda uma liturgia notável. Eui sabia tudo de missa. Mais do que do meu Grêmio que ainda estava na Baixada Tricolor, aí nos Moinhos de Vento, ao lado do Prado, um pouco adiante da Santa Casa..( hoje é o Parcão).
Lógico, não vou negar, após a missa, sempre tomava um bom gole de vinho de missa que tinha em abundância na sacristia. Que vinho maravilhoso. Abria o apetite de verdade. Natural, pois, muitas missas eram rezadas na tradicional capela, diariamente. Precisava de muito vinho. Tinha um padre velho, alemão, não vou dizer o nome dele (digo outra hora) que no ofertório, quando o coroinha passa o vinho e a água das duas galhetas para o cálice sagrado, para depois, na Consagração, se transformarem em sangue, como a hóstia em corpo de Deus, fazia sinal para esvaziar a galheta. Despejar todo o o vinho. E da galheta da água, era só uma gota.
Ajudei tanta missa, além do col. Anchieta, nas capelas, igrejas, santuários, hospitais, sanatórios, colégios que existem em P. Alegre inclusive no interior dos palacetes da elite católica que tinham seu alta particular - que penso ter assegurado cautelarmente, por antecipação, uma cadeira no céu.
Nério "dei Mondadori" Letti.
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