quinta-feira, 24 de maio de 2012

CHEGA DE BACHARÉIS


João Eichbaum

A única finalidade que os políticos brasileiros têm em mira é o proveito próprio. E isso, por uma razão muito simples: eles não têm inteligência suficiente sequer para entender que o cargo político existe em função do bem comum e não da pessoa que o ocupa.
A essa falta de inteligência para entender coisa tão primária se alia outra: a falta de vergonha na cara.
Então, com esses dois ingredientes, a burrice e a falta de vergonha, os políticos têm tudo para galgar os cargos para os quais se candidatam. É que, na outra ponta, os eleitores padecem também da mesma falta de inteligência e de vergonha na cara: reelegem os mesmos políticos a cada eleição, embora eles tenham apenas cuidado dos interesses próprios e dos respectivos partidos que os acoitam.
Por exemplo, a saúde pública seria tão fácil de resolver. Aqui no Rio Grande do Sul o Sindicato Médico eleborou um projeto e o deu de mão beijada para a Secretaria de Saúde, a fim de que ela, através dos canais competentes, o enviasse à Assembléia Legislativa.
O projeto consiste no seguinte: a criação da carreira da medicina no quadro dos funcionários públicos, mais ou menos nos mesmos moldes da polícia, do Ministério Público e do Judiciário, através de concurso. Em cada município haveria tantos cargos quantos fossem necessários para atender a população. Muito mais do que polícia, promotor e juiz, o povo precisa de médicos.
Para a polícia não adianta se queixar. Então, é desnessário o preenchimento de cargos policiais.
O trabalho dos promotores e juízes é feito pela assessoria deles ou por qualquer estagiário. Quer dizer, juízes e promotores são dispensáveis porque há quem faça o trabalho por eles.
Mas, ninguém faz o trabalho dos médicos.
Então, ao invés de criar cargos inúteis de bacharéis, que para nada servem, que se criem cargos de médicos, especialistas, para cuidarem da saúde da população no interior do Estado, nas áreas em que nem médicos credenciados pelo SUS há. Com isso se evitaria a “ambulancioterapia”, o empilhamento de seres humanos dentro de veículos para consultas na capital.
Simples de resolver: através de lei e com os recursos orçamentários do SUS. E com a extinção de comarcas e cargos de juízes e promotores, que nada fazem, sobra mais dinheiro ainda.

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