João Eichbaum
A única finalidade que os políticos brasileiros têm em mira é o
proveito próprio. E isso, por uma razão muito simples: eles não têm
inteligência suficiente sequer para entender que o cargo político existe em
função do bem comum e não da pessoa que o ocupa.
A essa falta de inteligência para entender coisa tão primária se alia
outra: a falta de vergonha na cara.
Então, com esses dois ingredientes, a burrice e a falta de vergonha, os
políticos têm tudo para galgar os cargos para os quais se candidatam. É que, na
outra ponta, os eleitores padecem também da mesma falta de inteligência e de
vergonha na cara: reelegem os mesmos políticos a cada eleição, embora eles
tenham apenas cuidado dos interesses próprios e dos respectivos partidos que os
acoitam.
Por exemplo, a saúde pública seria tão fácil de resolver. Aqui no Rio
Grande do Sul o Sindicato Médico eleborou um projeto e o deu de mão beijada
para a Secretaria de Saúde, a fim de que ela, através dos canais competentes, o
enviasse à Assembléia Legislativa.
O projeto consiste no seguinte: a criação da carreira da medicina no
quadro dos funcionários públicos, mais ou menos nos mesmos moldes da polícia,
do Ministério Público e do Judiciário, através de concurso. Em cada município
haveria tantos cargos quantos fossem necessários para atender a população.
Muito mais do que polícia, promotor e juiz, o povo precisa de médicos.
Para a polícia não adianta se queixar. Então, é desnessário o
preenchimento de cargos policiais.
O trabalho dos promotores e juízes é feito pela assessoria deles ou por
qualquer estagiário. Quer dizer, juízes e promotores são dispensáveis porque há
quem faça o trabalho por eles.
Mas, ninguém faz o trabalho dos médicos.
Então, ao invés de criar cargos inúteis de bacharéis, que para nada
servem, que se criem cargos de médicos, especialistas, para cuidarem da saúde
da população no interior do Estado, nas áreas em que nem médicos credenciados
pelo SUS há. Com isso se evitaria a “ambulancioterapia”, o empilhamento de
seres humanos dentro de veículos para consultas na capital.
Simples de resolver: através de lei e com os recursos orçamentários do
SUS. E com a extinção de comarcas e cargos de juízes e promotores, que nada
fazem, sobra mais dinheiro ainda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário