João Eichbaum
Só faltava essa, agora: o MP (Muita
Prosa), quer dizer o chamado Ministério Público da “Habitação e Defesa da Ordem
Urbanística”, quer interditar o Estádio Beira-Rio. Segundo noticia a Zero Hora,
ele “pediu, em ação judicial, a interdição do estádio, enquanto houver obras.
Segundo os promotores Norberto Cláudio Avena e Fábio Sbardellotto, há falta de
segurança para os torcedores”.
Esses rapazes, o Cláudio e o Fábio,
certamente não têm nada que fazer na vida. E cansados de coçar o saco,
resolveram encher o saco da torcida do Inter.
“Promotoria da Habitação e Defesa da
Ordem Urbanística”. Já viram?
Eu não sabia. Não sabia que as questões
de “habitação” se compreendiam nas atribuições do Ministério Público. E quanto
à “ordem urbanística” confesso minha
ignorância. Será a simetria dos prédios? Será a limpeza dos parques e jardins?
A limpeza das ruas? O amontoamento de povo? Os engarrafamentos de trânsito?
Mas, tudo o que os rapazes pedem é com
base na segurança?
Não sabia que o Ministério Público
também era encarregado da segurança das pessoas. Mas, agora já sei: sendo ele
encarregado da segurança e considerando que ninguém tem segurança nos
municípios, no Estado e no país inteiro, a culpa é do Ministério Público, que
não cuida do que lhe compete.
O Ministério Público é uma instituição
omissa, gente. Ele é encarregado da segurança das pessoas e não cuida disso.
Mas quando a “segurança” dá manchetes,
ah, aí sim, o Ministério Público comparece para dizer que “ é cristalino que os
torcedores não podem ingressar em um estádio, parte habitada, parte em ruína”.
“É cristalino...” Beleza, né? É
cristalino. “Cristalino” é adjetivo, senhores promotores. Antes de aparecer na
imprensa dizendo bobagens, seria interessante que os membros do MP fizessem um
cursinho de português: onde está o substantivo qualificado pelo adjetivo
“cristalino”?
“Ruína”. Ruína é o estado em que se
encontra o conhecimento de vernáculo do
MP. Os torcedores “não podem”...Os promotores não sabem o que significa o verbo
“poder”, mas eu não vou dar lições de vernáculo de graça.
Dei apenas umas pinceladas, para mostrar
mais uma vez que o MP não serve para
outra coisa, senão para aparecer. Ele veio à imprensa, para dizer que “pediu”.
E isso já dá manchetes e serve para mostrar que o MP existe.
O MP não resolve nada, mas que atrapalha,
atrapalha, sempre dando razão a quem disse que O MINISTÉRIO PÚBLICO É QUE NEM
PAU DE ENCHENTE: SENÃO ESTÁ BOIANDO, ESTÁ TRANCANDO ALGUMA COISA.
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