João Eichbaum
Nesse último fim de semana,
algumas desgraças invadiram as manchetes na Itália. Um bomba explodiu num
colégio, matando uma criança e ferindo outras sete, e um terremoto matou sete
pessoas, destruiu casas e igrejas
antigas, deixando “pedaços de anjos” no meio dos escombros, como diz a notícia
de jornal.
O Papa Bento XVI apareceu na janela dos aposentos
pontifícios, como todos os domingos, e pediu preces para as vítimas.
Que magnanimidade, né?
Preces para as vítimas.
Então, façamos de conta de que existe um deus, que
tem o apelido de Deus, que foi inventado pelos judeus e adotado pelos cristãos.
Esse deus é quem patrocina a boa vida que o Bento XVI e a sua turma leva.
Aí acontece aquela bomba na escola e o terremoto lá
na Itália.
Ele, o deus esse, tem a ver alguma coisa com isso?
Pela doutrina religiosa que o tem como criador e
administrador do mundo, sim.
Primeira pergunta: ele administra, realmente, o
mundo? Ele cuida dos inocentes, das criancinhas?
Segunda pergunta: ele domina a natureza, toma
cuidados para que os sismógrafos denunciem os terremotos assassinos?
Terceira pergunta: ou ele não está nem aí, e permite
que todo mundo se phoda?
Para quem acredita que ele existe, as respostas são
difíceis. Mas não o são para quem tem certeza de que ele não passa de fantasia,
criação de quem não tem nada para fazer, mas que quer lucrar com isso, levando
uma boa vida, que não exija trabalho.
Admitamos que ele existisse.
Então, por descuido, ou de propósito deixou morrer
inocentes.
Precisa de “preces”? Se ele viu que errou, vai
necessitar de”preces” para corrigir o seu erro? Vai devolver a vida dos
inocentes? Vai transformar em alegria a dor dos que ficaram sem seus entes
queridos?
Será que ele não tem um pingo de responsabilidade,
uma consciência que o acuse de não ter prestado atenção no mundo?
E se ele não errou ? Se precisava de sangue, uma
coisa de que ele sempre fez questão, a ponto de deixar que matassem o filho
dele? Vão adiantar de alguma coisas as “preces”?
Por favor, contem outra história, inventem qualquer
coisa, ou me expliquem para que serviriam, nesse triste caso, as
“preces”recomendadas pelo Bento XVI.
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