quarta-feira, 9 de maio de 2012

SABE QUEM É QUE SE PHODE?


João Eichbaum

Dia desses houve um início de escândalo, tipo explosão de vulcão na polícia civil desse desgovernado Estado do Rio Grande do Sul. Algumas manchetes se atreveram a criticar não só a cúpula mas toda a instituição policial. A causa tinha sido uma festa monumental, coisa de rico, realizada em homenagem ao chefe de polícia, que estava de aniversário.
No local da festa, um clube na zona sul, se encontravam várias viaturas, que deveriam estar a serviço da população mas, naquelas festivas horas, engrossavam o volume dos puxassacos do chefe.
Policiais, pagos pelo contribuinte, faziam a segurança do festerê.
Estampadas algumas manchetes, apareceram as desculpas esfarrapadas de sempre. O próprio chefe de polícia não teve pejo em afirmar que o aniversário do chefe é uma verdadeira “instituição”. Além disso, afirmou que os policiais (tomando cerveja, claro) estavam de prontidão com as viaturas, para o que desse e viesse.
 Quanto à segurança, desculpou-se o chefe, havia muitas autoridades cujos cargos mereciam proteção.
E ficou por aí a coisa. A montanha, que era para cuspir fogo, acabou parindo um camundongo. O assunto esfriou, morreu, não se fala mais nisso.
Algum acerto deve ter sido feito com a imprensa, que preferiu tratar do “crime” cometido contra a Caroline Dieckman e das “criminosas” máquinas caça-níqueis, combatidas valentemente e que, agora ainda dão mais manchetes por causa do “criminoso” Cachoeira.
O engraçado é a mudança de tom. Da crítica, a imprensa passou para o elogio. Assim, de uma hora para outra.
E agora o que está nas manchetes é a operação que a polícia civil realiza para “diminuir” os homicídios, ou para “investigá-los”.
Só pode ser piada, né?
Se antes a polícia não podia “diminuir” os homicídios, nem os podia “investigar”, como é que, de uma hora para outra, aparece essa operação miraculosa, que agora fica no meio termo, entre “diminuir” ou “investigar” os homicídios?
Primeira conclusão: a polícia civil não sabe o que fazer.
Segunda conclusão: a polícia é tão incompetente, que não sabe nem tapar o sol com a peneira.
E nós aqui, pagando: com o dinheiro dos impostos e com o medo.
Enquanto isso, a polícia se diverte, fazendo festa para o chefe e mandando o povo siphudê.


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