João Eichbaum
Dia desses houve um início de escândalo, tipo explosão
de vulcão na polícia civil desse desgovernado Estado do Rio Grande do Sul.
Algumas manchetes se atreveram a criticar não só a cúpula mas toda a
instituição policial. A causa tinha sido uma festa monumental, coisa de rico,
realizada em homenagem ao chefe de polícia, que estava de aniversário.
No local da festa, um
clube na zona sul, se encontravam várias viaturas, que deveriam estar a serviço
da população mas, naquelas festivas horas, engrossavam o volume dos puxassacos
do chefe.
Policiais, pagos pelo
contribuinte, faziam a segurança do festerê.
Estampadas algumas
manchetes, apareceram as desculpas esfarrapadas de sempre. O próprio chefe de
polícia não teve pejo em afirmar que o aniversário do chefe é uma verdadeira
“instituição”. Além disso, afirmou que os policiais (tomando cerveja, claro)
estavam de prontidão com as viaturas, para o que desse e viesse.
Quanto à segurança, desculpou-se o
chefe, havia muitas autoridades cujos cargos mereciam proteção.
E ficou por aí a
coisa. A montanha, que era para cuspir fogo, acabou parindo um camundongo. O
assunto esfriou, morreu, não se fala mais nisso.
Algum acerto deve ter
sido feito com a imprensa, que preferiu tratar do “crime” cometido contra a
Caroline Dieckman e das “criminosas” máquinas caça-níqueis, combatidas
valentemente e que, agora ainda dão mais manchetes por causa do “criminoso”
Cachoeira.
O engraçado é a
mudança de tom. Da crítica, a imprensa passou para o elogio. Assim, de uma hora
para outra.
E agora o que está
nas manchetes é a operação que a polícia civil realiza para “diminuir” os
homicídios, ou para “investigá-los”.
Só pode ser piada,
né?
Se antes a polícia
não podia “diminuir” os homicídios, nem os podia “investigar”, como é que, de
uma hora para outra, aparece essa operação miraculosa, que agora fica no meio
termo, entre “diminuir” ou “investigar” os homicídios?
Primeira conclusão: a
polícia civil não sabe o que fazer.
Segunda conclusão: a
polícia é tão incompetente, que não sabe nem tapar o sol com a peneira.
E nós aqui, pagando:
com o dinheiro dos impostos e com o medo.
Enquanto isso, a
polícia se diverte, fazendo festa para o chefe e mandando o povo siphudê.
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