João Eichbaum
Nunca olhei programa da Xuxa. Confesso
que, por falta do que fazer, já assisti ao “Fantástico”, num passado de várias
décadas, quando televisão ainda era coisa rara, nem todos a tinham em casa, e
não havia outras alternativas, a não ser a Globo.
Na semana que passou, li nos jornais que
a tal de Xuxa teria confessado, em entrevista ao “Fantástico” que, quando
menina, teria sofrido “assédio” sexual.
Foi um auê! Logo a Xuxa, a endeusada
Xuxa, a sempre falada Xuxa.
Para começar, não sei o que é que o povo
enxerga na Xuxa, uma eterna loira de farmácia, pelo que vejo nos jornais, e que
agora já não pode fugir dos estragos do tempo, por mais silicone que haja.
Em segundo lugar: que moral tem a Xuxa,
para censurar a sexualidade, seja de quem for, se ela própria, de certo no
tempo em que era uma gata, fez filmes pornográficos?
Notem que ela, primeiro, tentou e
conseguiu, na justiça, a a apreensão dos vídeos que a comprometiam. Depois veio
pregar moral de calcinha sem alça.
Xuxa, Madona ou Gretchen é tudo a mesma
coisa. De moralidade nenhuma delas pode falar. Só pode falar de moral, só pode
dar lições de moral, quem tem moral para dar e vender, quem teve um passado
exemplar, sem escorregões, sem ter que precisar trocar de lençóis, por causa da
troca de parceiros, homens e mulheres.
Um pessoa de bom senso, recatada, que
preze a própria honra jamais virá publicamente confessar intimidades sexuais.
Sendo, como é, uma pessoa de baixo
índice de cultura e inteligência, a Xuxa não encontra, em si mesma, um vetor
que lhe avise até onde pode ir sua intimidade.
Em todo o caso, se vocês lerem Freud,
compreenderão porque ela veio a público contar o pecado dos outros.
E antes que me esqueça, nesta semana,
duas meninas, segundo noticiam os jornais, teriam sido “abusadas” por um
faxineiro no Hospital Conceição. Uma delas estava dormindo. A outra, de seis
anos, reagiu e fez com o que o faxineiro desaparecesse.
A Xuxa, segundo consta, teria 13 anos
quando “abusaram” dela na última vez. Menina com 13 anos não é menina, é um
mulherão.
Por que ela não reagiu?
Consultem Freud, mais uma vez.
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