segunda-feira, 28 de maio de 2012

DA VIRGINDADE DA XUXA



João Eichbaum

Nunca olhei programa da Xuxa. Confesso que, por falta do que fazer, já assisti ao “Fantástico”, num passado de várias décadas, quando televisão ainda era coisa rara, nem todos a tinham em casa, e não havia outras alternativas, a não ser a Globo.
Na semana que passou, li nos jornais que a tal de Xuxa teria confessado, em entrevista ao “Fantástico” que, quando menina, teria sofrido “assédio” sexual.
Foi um auê! Logo a Xuxa, a endeusada Xuxa, a sempre falada Xuxa.
Para começar, não sei o que é que o povo enxerga na Xuxa, uma eterna loira de farmácia, pelo que vejo nos jornais, e que agora já não pode fugir dos estragos do tempo, por mais silicone que haja.
Em segundo lugar: que moral tem a Xuxa, para censurar a sexualidade, seja de quem for, se ela própria, de certo no tempo em que era uma gata, fez filmes pornográficos?
Notem que ela, primeiro, tentou e conseguiu, na justiça, a a apreensão dos vídeos que a comprometiam. Depois veio pregar moral de calcinha sem alça.
Xuxa, Madona ou Gretchen é tudo a mesma coisa. De moralidade nenhuma delas pode falar. Só pode falar de moral, só pode dar lições de moral, quem tem moral para dar e vender, quem teve um passado exemplar, sem escorregões, sem ter que precisar trocar de lençóis, por causa da troca de parceiros, homens e mulheres.
Um pessoa de bom senso, recatada, que preze a própria honra jamais virá publicamente confessar intimidades sexuais.
Sendo, como é, uma pessoa de baixo índice de cultura e inteligência, a Xuxa não encontra, em si mesma, um vetor que lhe avise até onde pode ir sua intimidade.
Em todo o caso, se vocês lerem Freud, compreenderão porque ela veio a público contar o pecado dos outros.
E antes que me esqueça, nesta semana, duas meninas, segundo noticiam os jornais, teriam sido “abusadas” por um faxineiro no Hospital Conceição. Uma delas estava dormindo. A outra, de seis anos, reagiu e fez com o que o faxineiro desaparecesse.
A Xuxa, segundo consta, teria 13 anos quando “abusaram” dela na última vez. Menina com 13 anos não é menina, é um mulherão.
Por que ela não reagiu?
Consultem Freud, mais uma vez.


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