AS COTAS DO STF
João Eichbaum
Não sei onde, nem como o Fernando
Henrique Cardoso, que volta e meia pulava o muro, enganando a coitada da
falecida dona Ruth, foi conhecer a Ellen.
O que sei é que a Ellen foi a
primeira mulher escolhida para botar a toga de ministra do Supremo Tribunal
Federal. Livre, desimpedida e charmosa, falando bem o inglês por ter morado nos
Estados Unidos, é claro que ela podia ter bons diálogos, em qualquer
circunstância dessa boa vida dos políticos, com o Fernando Henrique, que também
fala inglês.
Lá pelas tantas o Fernando Henrique falou
para seus botões e para toda a turma que o rodeava: dessa vez vou botar uma
mulher no supremo. Bom, é melhor eu escreve Supremo com letras maiúscula, senão
vocês vão pensar outra coisa. E com todo o direito.
É claro que ele já tinha o nome da
Ellen na cabeça (de cima).
“Vez das mulheres”. Quer dizer: a
primeira condição era o sexo. Essa história de “conduta ilibada” e “notório
saber jurídico” a gente vê depois.
Estava criada a primeira cota no
Supremo: a das mulheres.
Depois veio o Lula e criou outra cota:
a dos negros. Candidato era o que não faltava, claro. A questão toda era o
apadrinhamento. O candidato que tivesse o padrinho mais forte seria o
escolhido. Um amigo meu, que tinha como padrinho o ex-metalúrgico Paulo Paim,
figurava entre os possíveis escolhidos. Mas foi preterido porque alguns
desembargadores gaúchos brancos, despeitados com a possível escolha do colega,
levaram aos ouvidos do Lula a seguinte história: o “colored” tinha traçado uma
escrivã, loira, namorada de um advogado, no interior do Estado, criando o maior
furdunço da comarca.
Quem levou o troféu de toga de
ministro foi o afilhado do frei Beto, depois de ser desconsiderado o boletim de
ocorrência em que o dito afilhado, Joaquim Barbosa, era acusado de bater na
mulher.
Agora, a Dilma inventou outra cota: a
dos companheiros de luta armada contra o regime militar. Um mineiro, Gilberto
Vasconcelos, de 35 anos, será o próximo bem-vindo ao tribunal das cotas, por
carregar no currículo a circunstância de ser fruto de um espermatozóide bem
sucedido de Carlos Alberto Freitas, “Beto”,
antigo companheiro da atual Presidente da República no grupo VAR-Palmares.
Freitas nada tem a ver com
Vasconcelos, mas óvulo é óvulo e espermatozóide é espermatozóide. E já que as
cotas das mulheres e dos negros não deram certo para o PT, quem sabe agora
chegou a vez.
Ainda mais que o próximo espetáculo já
anunciado é o do “mensalão” do PSDB.
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