QUANDO O BEM COMUM É
DESIMPORTANTE
João Eichbaum
A marca da permanência do Tarso Genro à testa
do governo do Estado do Rio Grande do Sul é sua doentia submissão à ideologia
política.
Prefiro denominar assim, "permanência
à testa do governo", para ser exato, traduzindo uma realidade: Tarso Genro
pode ser tudo, poeta, crítico literário (afinal, quem é que dá bola para essas
coisas?) advogado trabalhista, dirigente de partido, mas nem sabe o que significa a palavra "administrador". Ele simplesmente usa o cargo para
dar vazão à doutrina de esquerda na qual foi instruído. Ele não trata o Estado
como instituição, mas como instrumento de suas idéias políticas. Ele não usa o
poder do Estado como instrumento do bem comum, mas como fonte de aliciamento
para as fileiras da esquerda. O interesse público, para ele e para a maioria
dos seus companheiros de partido, não conta, a menos que um considerável
percentual de proveito político possa ser extraído de atos governamentais.
Em suma, para o Tarso Genro, o PT (leia-se
ideologia marxista) e o governo são irmãos siameses.
Para ilustrar minhas conclusões, me valho
de dois fatos: a construção da RS 118 e a greve dos rodoviários.
A primeira é um empreendimento de
importância vital para a economia do Rio Grande do Sul. Serve a área industrial da
maior significação no Estado: Vale do Sinos, Sapucaia, Esteio, Gravataí,
Canoas. Mas, ao invés de dar destaque a tal empreendimento, Tarso Genro usa
dele para fazer "assistência social", estimulando os
depredadores do ambiente, os invasores dos bens públicos, os marginais, os
vagabundos, fornecendo-lhes um "aluguel social", que certamente é
usado pela maioria para comprar droga. Os invasores construiram seus casebres
exatamente no espaço destinado à construção da estrada e de
lá não arredam pé sem o "aluguel social", um valor teoricamente destinado
ao pagamento de aluguel em outra moradia.
Enquanto isso, a construção da estrada vai
a passos de tartaruga, deixando para trás o verdadeiro desenvolvimento social,
que é o fruto do binômio capital-trabalho.
Meia dúzia de agitadores, a que se
ajuntaram “militantes profissionais” dos partidos de esquerda estão
infernizando a vida dos verdadeiros trabalhadores de Porto Alegre, aqueles que
precisam do trabalho para viver. Com a greve dos rodoviários, sem transporte coletivo, milhares de pessoas
não têm outra opção: ou encurtam seu orçamento doméstico, pagando preços que não
podem pagar pelo transporte, ou se sujeitam à demissão, por faltarem ao
serviço.
Rodoviários que querem trabalhar são
impedidos pelos mencionados agitadores e militantes de exercerem seu direito:
os ônibus são apedrejados quando seus condutores tentam sair para o trabalho.
E o Tarso Genro, moita. Ao invés de
garantir o direito dos que querem trabalhar, assegurando-lhes a proteção da
Brigada Militar, entrega-os ao próprio destino, porque prefere, com a omissão,
assegurar o “direito” de greve.
Quando as depredações podiam ser tomadas como agressão
ao governo do PT, ele botou a Brigada na rua e deixou que os cassetes baixassem
no lombo dos “vândalos” e as balas de borracha voassem em todas as direções, mas agora, os “vândalos”estão livres depredar
ônibus e atentar contra a vida de quem quer trabalhar.
Precisa dizer mais alguma coisa?
Um comentário:
Um comentário corajoso. Easa apatia desinteressada (ou mal interessada) na greve me abisma.
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