João Eichbaum
10 E esperou ainda outros sete dias e tornou a enviar a pomba ainda fora da arca. 11 E a pomba voltou a ele sobre a tarde, e eis, arrancada, uma folha de oliveira no seu bico. E conheceu Noé que as águas tinham minguado sobre a terra. 12 Então esperou ainda outros sete dias e enviou fora a pomba, que não retornou mais para ele.
Que falta de fé, hein!
Como é que exigem fé do povinho, se nem ele, o Noé, acreditou no raminho de oliveira? Logo o Noé, que passava por um cara legal, gente fina, cumpridor de suas obrigações cívicas, e era chapa do Velho Javé.
A pombinha, com a maior boa vontade, tinha ido levar sua mensagem, mas não deram a mínima pra ela.
Se não acreditava nela, pra quê que o Noé soltou a pobrezinha?
Aí deu, né. Na segunda vez, ela nem tchau!
13 E aconteceu que no ano seiscentos e um, no mês primeiro, no primeiro dia do mês, as águas se secaram de sobre a terra. Então Noé tirou a cobertura da arca, e olhou. Eis que a face da terra estava enxuta. 14 E no segundo mês, aos vinte e sete dias do mês, a terra estava seca.
Não dava pra ver pela janela? Cá pra nós, era fácil, com tanto bicho grandalhão por ali. Bastava subir num elefante, ou mandar um macaquinho subir e olhar pra fora.
Se ele soltou um corvo e depois uma pomba, é sinal de que tinha acesso à janela. Ou, por onde é que iriam passar os bichinhos, a não ser pela janela.
Hoje é bem mais fácil, né, basta acessar a Internet pra saber como está o tempo. Mas, naquela época o Velho tinha enchido o céu de satélites e não sabia o que fazer com eles.
E além disso o dilúvio não passava de uma banalidade para Javé, uma coisinha de nada. Para Ele, o Onipotente, o dilúvio era uma simples gota d’água. Não custava dar um toque pro Noé, tipo “ te liga na pombinha, cara!”.
Mas que nada! O Velho não tava nem aí. Distraidão, fora da tomada, foi levando, deixando o tempo passar, sem a mínima consideração pelo pessoal da arca que, àquela altura do campeonato, devia estar morrendo de tédio, como qualquer filho da puta que não tem o que fazer na vida.
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